sexta-feira, 24 de junho de 2011

Bandido bom...

Se você se acha viciado(a) em Facebook, precisa conhecer Jason Valdez. Esse hispano com sorriso escondido e estilo rapper de festa infantil atualizou seu perfil enquanto mantinha um refém (não lembro exatamente quem ou quantos, na verdade), nos EUA. Amigos aproveitavam pra mantê-lo informado da movimentação da polícia, e mensagens de apoio e crítica chegavam o tempo inteiro. De repente, alguma força invadiu o local - sem disparar um tiro - e Jason, assustado ou querendo se livrar de pena maior, atirou nele mesmo. Não sei se sobreviveu.

Agora que temos contato com o lado humano de bandidos, é mais difícil criticá-los? Ou vendo o que deixam de lado quando arrumam uma arma e invadem uma casa faz ser mais fácil detonar a pessoa? Se Jason tinha um carro azul e umas crianças que talvez fossem da sua família, por que se meteu nessa vida? O que levou o señor Valdez a encarar a polícia?

Quem manteve o amigo atualizado do que acontecia do lado de fora pode ser considerado cúmplice? Os que bradavam que ele tinha garantido seu bilhete pro inferno estavam querendo ajudar? São religiosos e é isso que Deus - o Deus deles - prega?

Quando a mídia não dá cobertura, você pode garantir seus 15 minutos de fama? Ele é (foi?) um cara inovador ou só deu sorte de ser facebookômano?

Quem é a gente pra julgar alguém?

***
Depois de anos autodestruindo minha memória, um teste da BBC provou que posso estar sendo exagerado, ou excessivamente crítico comigo mesmo. Fiquei na média (alta) de reconhecimento de faces e acima da média em reconhecimento temporal, além de não ter errado nenhum dos rostos não mostrados lá. Pelo visto, tudo que preciso é prestar mais atenção nas coisas.

Ou seja, se eu não me lembrar de alguém, pode ser apenas que a pessoa seja desinteressante.