Talvez, ler esse texto ouvindo essa música te lembre um PPT. Mas compensa.
"A felicidade só é real quando é compartilhada."
Uma das questões mais difíceis dessa vida é dar um rumo nela. Porque isso pressupõe escolhas, e se decidir por uma coisa implica abrir mão de outra; e porque nossas escolhas mudam, obrigando a mudar os caminhos que trilhamos com suor, ou carinho, ou os dois, ou simplesmente que já estamos há um tempo.
Alexander Supertramp, Christopher McCandless na língua dos seus pais, já sabia o que queria antes mesmo de entrar na faculdade. Ao sair, tinha certeza do caminho que seguiria. Norte. Seu objetivo era alcançar o autoconhecimento, longe das mentiras e da vida superficial. Doou seu dinheiro a uma instituição de caridade e foi, de carona em carona, de aprendizado em aprendizado, ao Alaska. E acabou virando filme: Into the wild.
Se eu tivesse visto antes, provavelmente teria me ferrado. Porque o filme está cheio de ensinamentos e coisas que te fazem pensar. Que me fizeram pensar ainda mais. É só dar uma lida em algumas das citações extraídas dele pra entender o que estou falando.
Afinal, eu também estou procurando um norte.
ps: não custa nada dizer que é uma história real.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
A verdade está lá fora
Não me refiro a outro planeta, ou a uma das poucas séries que me dá saudade de assistir. Falo da onda de protestos que sacode o mundo, com as revoluções no Oriente Médio, África e a ocupação do ícone financeiro estadounidense.
Uma das grandes vantagens do nosso tempo é o acesso à tecnologia, que permite a difusão de idéias de forma rápida e democrática. Há alguns anos, seria impossível reunir tanta gente, e tão rápido, para protestar contra o governo - legítimo ou não - ou instituições que estejam indo de encontro aos interesses da maioria, denunciar abusos e reportar o que acontece de verdade no país, desmentindo a imprensa oficial.
É cada vez mais forte a idéia do "jornalismo independente", e essa é uma grande prova do seu poder. Como eles mesmos se definem,
Global Revolution brings you live streaming video coverage from independent journalists on the ground at nonviolent protests around the world.
Right Here All Over (Occupy Wall St.) from Alex Mallis on Vimeo.
Citizen media is not a crime.
Não sei se o convite a essa iniciativa, de deixar o banco malvado e levar seu dinheiro pra uma simpática cooperativa de crédito, faria tanto sucesso por aqui. Não pela instituição em si, mas pelo nosso péssimo hábito de não tomar parte em questões importantes. E é isso que me incomoda.
Na Argentina, pra citar um exemplo próximo, fazem panelaço. Aqui, preferimos xingar muito no Twitter. E, geração após geração (principalmente pós-caras pintadas), é isso que estamos formando. É nesse povo que estamos nos transformando.
Antes, eu acreditava que não fazermos mais era um reflexo do fim relativamente recente da ditadura e de não termos o hábito de chiar. Depois, que era por ainda estarmos nos acostumando às novas tecnologias. Mas a verdade é que tudo isso parece se resumir à preguiça e à confiança no jeitinho brasileiro. Tudo sempre vai ter como ser resolvido, ainda que não seja de uma forma lá muito honesta. E sempre vai ter alguém pra resolver, mesmo que esperar nos prejudique. E que a solução possa não ser o que gostaríamos.
Enquanto o mundo busca mudanças lá fora, gozamos com Mundial e Olimpíadas e ignoramos os escândalos que surgem por aqui. Quando surgem, porque vai depender do interesse de quem divulga as notícias.
Quem diria que a gente usaria nossa liberdade de expressão pra coisas como isso aqui.
Uma das grandes vantagens do nosso tempo é o acesso à tecnologia, que permite a difusão de idéias de forma rápida e democrática. Há alguns anos, seria impossível reunir tanta gente, e tão rápido, para protestar contra o governo - legítimo ou não - ou instituições que estejam indo de encontro aos interesses da maioria, denunciar abusos e reportar o que acontece de verdade no país, desmentindo a imprensa oficial.
É cada vez mais forte a idéia do "jornalismo independente", e essa é uma grande prova do seu poder. Como eles mesmos se definem,
Global Revolution brings you live streaming video coverage from independent journalists on the ground at nonviolent protests around the world.
Right Here All Over (Occupy Wall St.) from Alex Mallis on Vimeo.
Citizen media is not a crime.
Não sei se o convite a essa iniciativa, de deixar o banco malvado e levar seu dinheiro pra uma simpática cooperativa de crédito, faria tanto sucesso por aqui. Não pela instituição em si, mas pelo nosso péssimo hábito de não tomar parte em questões importantes. E é isso que me incomoda.
Na Argentina, pra citar um exemplo próximo, fazem panelaço. Aqui, preferimos xingar muito no Twitter. E, geração após geração (principalmente pós-caras pintadas), é isso que estamos formando. É nesse povo que estamos nos transformando.
Antes, eu acreditava que não fazermos mais era um reflexo do fim relativamente recente da ditadura e de não termos o hábito de chiar. Depois, que era por ainda estarmos nos acostumando às novas tecnologias. Mas a verdade é que tudo isso parece se resumir à preguiça e à confiança no jeitinho brasileiro. Tudo sempre vai ter como ser resolvido, ainda que não seja de uma forma lá muito honesta. E sempre vai ter alguém pra resolver, mesmo que esperar nos prejudique. E que a solução possa não ser o que gostaríamos.
Enquanto o mundo busca mudanças lá fora, gozamos com Mundial e Olimpíadas e ignoramos os escândalos que surgem por aqui. Quando surgem, porque vai depender do interesse de quem divulga as notícias.
Quem diria que a gente usaria nossa liberdade de expressão pra coisas como isso aqui.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Desestereotipando
Mulheres são frágeis. Moradores de favelas são bandidos. Artistas são incompreendidos.. Crianças são inocentes. Jogadores de futebol são burros. Como diz o antigo comercial do Palio...
Tá na hora de você rever seus conceitos.
O que não quer dizer que a famosa Maria-profissão-a-escolher não exista aos montes, tipo essa:
Não tenho o poder do diretor nem a arte do artista. Quem mandou ser redator...
Tudo isso pra falar de uma dupla de zaga que joga xadrez e lê. Mas a surpresa é normal, já que ainda estamos distantes de ter atletas articulados e preocupados com questões políticas ou mesmo interesses comuns à classe (na Espanha, por exemplo, jogadores catalães falam catalão em entrevistas e opinam sobre política, e as primeiras rodadas do campeonato nacional chegaram a ficar ameaçadas por uma greve geral que buscava o cumprimento de contrato e tratamento igual em todos os clubes).
Coincidência ou não, eles vêm do mesmo Corinthians que foi responsável por um momento, no mínimo, interessante da história recente do país. Podem falar que a Democracia Corintiana não mudou nada, que não fez diferença na volta à democracia, mas é um movimento que admiro e provavelmente serviu como exemplo no período em que a ditadura agonizava, e de incentivo pra quem lutava pra acabar com ela.
A gente já sabemos escovar os dentes?
Sei que grandes mudanças demoram algum tempo, às vezes gerações, mas espero que esse seja mesmo o momento da gente rever nossos conceitos.
Tá na hora de você rever seus conceitos.
O que não quer dizer que a famosa Maria-profissão-a-escolher não exista aos montes, tipo essa:
Não tenho o poder do diretor nem a arte do artista. Quem mandou ser redator...
Tudo isso pra falar de uma dupla de zaga que joga xadrez e lê. Mas a surpresa é normal, já que ainda estamos distantes de ter atletas articulados e preocupados com questões políticas ou mesmo interesses comuns à classe (na Espanha, por exemplo, jogadores catalães falam catalão em entrevistas e opinam sobre política, e as primeiras rodadas do campeonato nacional chegaram a ficar ameaçadas por uma greve geral que buscava o cumprimento de contrato e tratamento igual em todos os clubes).
Coincidência ou não, eles vêm do mesmo Corinthians que foi responsável por um momento, no mínimo, interessante da história recente do país. Podem falar que a Democracia Corintiana não mudou nada, que não fez diferença na volta à democracia, mas é um movimento que admiro e provavelmente serviu como exemplo no período em que a ditadura agonizava, e de incentivo pra quem lutava pra acabar com ela.
A gente já sabemos escovar os dentes?
Sei que grandes mudanças demoram algum tempo, às vezes gerações, mas espero que esse seja mesmo o momento da gente rever nossos conceitos.
Marcadores:
cultura,
educação,
humor,
mídia,
preconceito
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
A Nação vai ao Circo
A não ser que algo dê errado, e espero sinceramente que não, finalmente eu verei ao vivo uma das melhores bandas que conheço.
Minha noite do dia 19 de novembro está mais do que reservada pra ver a galera da Nação Zumbi no Circo Voador. Está aberta a temporada de shows seletivos.
Quem vai ficar, quem vai ouvir, quem vai ver? Eu.
Minha noite do dia 19 de novembro está mais do que reservada pra ver a galera da Nação Zumbi no Circo Voador. Está aberta a temporada de shows seletivos.
Quem vai ficar, quem vai ouvir, quem vai ver? Eu.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Add eu, curte aí e dá RT
Não faz muito tempo, li um excelente artigo que não lembro o nome nem onde (se quiserem, podem tentar no Techcrunch ou The New Yorker). Ele falava sobre a necessidade dos "incluídos digitais" em serem "curtidos" (outra dica caso queiram buscar o texto: like e facebook; ou exercitem a paciência procurando no meu mural). Dizia que nos importamos cada vez mais em aparentar, e que são geradas frustrações desnecessárias ao acharmos que, se não curtiram nossa foto/música/piada/lamento, é porque não somos tão legais ou talentosos quanto pensávamos.
Eis que hoje leio um ótimo texto de um ótimo profissional: "social media e a ditadura da felicidade", do Michel Lent. Caso você ainda não tenha sacado a ideia pelo título...
"...não importa o quão bacana seja a sua vida, ou o que você tenha feito de legal num determinado dia. Nada do que você fez, tem ou é poderá nunca se comparar com todo esse mundo perfeito, incrível, de gente feliz e lugares extraordinários que é o coletivo de informações que chegam dos nossos social friends".
Soa familiar? Pois é. Muita da inquietação que você provavelmente sente cada vez que navega na internet vem desse universo plástico maravilhoso que jamais será seu padrão de vida. É como se todo mundo que você conhece fosse tão perfeito quanto a galera que sai na Caras ou aparece sorrindo no Video Show. E, Deus do céu, não existe ninguém tão feliz e perfeito quanto um famoso desses!
Infelizmente, nós tendemos a pensar e querer as coisas a partir do que os outros esperam da gente. Não é apenas ser publicitário; é criar pôneis malditos, ganhar 10 mil reais por segundo e ser cool-descolado-transgressor-oclinhos de atriz pornô ou com armação retrô. Não é apenas ser advogado; é defender a Coca-Cola e a Pepsi ao mesmo tempo. É mais que estar empregado; é ser o próximo Eike - mas sem a mulher te cornear com um bombeiro.
É ter um milhão de amigos, mesmo que no mundo virtual. É ser liberal e modernex nos comentários, agindo assim ou não (normalmente, não). É ser elogiado por cada link postado, ainda que tenha copiado e colado o texto do amigo sem dar crédito a ele. Enquanto você não redefinir suas prioridades e seguir com essa expectativa, será sempre (segundo você mesmo e os que vivem a vida pela ótica de um avatar) o pobre coitado frustrado sem voz ou repercussão no mundo. Digital.
Enquanto isso, o mundo real continua dando voltas. Inclusive em você.
Eis que hoje leio um ótimo texto de um ótimo profissional: "social media e a ditadura da felicidade", do Michel Lent. Caso você ainda não tenha sacado a ideia pelo título...
"...não importa o quão bacana seja a sua vida, ou o que você tenha feito de legal num determinado dia. Nada do que você fez, tem ou é poderá nunca se comparar com todo esse mundo perfeito, incrível, de gente feliz e lugares extraordinários que é o coletivo de informações que chegam dos nossos social friends".
Soa familiar? Pois é. Muita da inquietação que você provavelmente sente cada vez que navega na internet vem desse universo plástico maravilhoso que jamais será seu padrão de vida. É como se todo mundo que você conhece fosse tão perfeito quanto a galera que sai na Caras ou aparece sorrindo no Video Show. E, Deus do céu, não existe ninguém tão feliz e perfeito quanto um famoso desses!
Infelizmente, nós tendemos a pensar e querer as coisas a partir do que os outros esperam da gente. Não é apenas ser publicitário; é criar pôneis malditos, ganhar 10 mil reais por segundo e ser cool-descolado-transgressor-oclinhos de atriz pornô ou com armação retrô. Não é apenas ser advogado; é defender a Coca-Cola e a Pepsi ao mesmo tempo. É mais que estar empregado; é ser o próximo Eike - mas sem a mulher te cornear com um bombeiro.
É ter um milhão de amigos, mesmo que no mundo virtual. É ser liberal e modernex nos comentários, agindo assim ou não (normalmente, não). É ser elogiado por cada link postado, ainda que tenha copiado e colado o texto do amigo sem dar crédito a ele. Enquanto você não redefinir suas prioridades e seguir com essa expectativa, será sempre (segundo você mesmo e os que vivem a vida pela ótica de um avatar) o pobre coitado frustrado sem voz ou repercussão no mundo. Digital.
Enquanto isso, o mundo real continua dando voltas. Inclusive em você.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
"O Pelé, calado, é um poeta"
O que permitiu ao Romário falar isso do Pelé, e a este opinar contra a convocação do primeiro pra Copa de 2002, foi a famosa liberdade de expressão. É ela que permite aos cidadãos manifestarem suas opiniões, idéias e pensamentos de forma livre. É um dos pilares da democracia; está garantida constitucionalmente.
Bom senso não está garantido na Constituição. Não é nem mesmo um conceito fechado, acordado entre os seres humanos. Ele diz respeito, basicamente, à educação e ao uso da razão na hora de se expressar sobre determinado assunto. Não é pré-determinado por juízes ou filósofos; na verdade, costuma vir de casa e das experiências que cada um teve ao longo da sua vida.
(Antes de continuar o texto, vale lembrar a quem me conhece e avisar a quem não sabe que eu não suporto o CQC e seus integrantes. Pra mim, são pseudohumoristas e pseudopolíticos, sem fazer direito nenhum dos dois. Mas vou deixar o gosto pessoal de lado e falar baseado em fatos reais.)
Não sei exatamente qual a experiência de vida do tal Rafael Bastos. Desconheço a educação que teve em casa e onde estudou, e isso pouco me importa. Mas a liberdade de expressão da qual ele abusa passa a anos-luz do seu bom senso, se é que ele tem algum. Há pouco tempo, disse que "estuprador de mulher feia merece um abraço". Agora, que "comeria a Wanessa Camargo e seu bebê". Se eram piadas, deram errado. Se pensa assim, deveria abrir o jogo num churrasco da Band, não em rede nacional.
(Algumas piadas, ou "piadas", têm lugar certo pra serem feitas. Adoro piadas de humor negro, mas não faria num velório. Os negros aqui da agência fazem piadas de preto, mas não imagino que contariam uma num gueto. Isso faz parte do tal bom senso. Se o Rafael Bastos for pago pra fazer um "stand-up" num clube judaico, vai fazer piadas com judeus e cinzeiros?)
Ah, só afastaram porque senão o programa perderia anunciantes. Provavelmente. Ah, negócios são assim mesmo, ele foi ingênuo achando que podia falar qualquer coisa. Talvez. É o sujo falando do mal lavado, seus hipócritas amantes da ditadura! Discordo, mas a liberdade de expressão te dá o direito esse texto - que ainda mete Hitler no meio, em outro excelente exemplo do uso do bomsenso na defesa do seu ponto de vista.
A verdade é que ninguém do CQC tem o direito de reclamar de liberdade de expressão. Pra começo de conversa, porque não é o primeiro deslize do grupo (e apagar o que disse em vez de se desculpar não é lá muito honesto, não acham?). Segundo, porque Marcelo Tas e seus pupilos não são exatamente um exemplo da defesa do direito de opinião. Na minha humilde opinião, já que ao menos na Ponte eu posso escrever o que quiser (até que o Tas me processe), eles se consideram acima de qualquer coisa por serem o carro-chefe da emissora, e garantirem uma grana forte todo mês. A mídia constrói a imagem que quiser, e o povo sempre acaba comprando. Até que algo aconteça e a mídia desconstrua a imagem que criou - e o povo compre outra vez.
Há alguns meses, saiu na (chata) revista de domingo dO Globo uma matéria com alguns humoristas e vários "humoristas" sobre as polêmicas "piadas" da galera do CQC. Entre opiniões diversas e várias puxadas de saco entre amigos, uma me pareceu bem sensata. Acho que foi do Andre Dahmer, do Malvados ("acho", ok?), e dizia mais ou menos isso:
A questão não é se uma piada é ofensiva a esse ou aquele grupo, mas se tem alguma graça. E muitas delas não tem.
É exatamente assim que eu vejo o CQC e seus integrantes. Sem a menor graça. E, cada vez mais, sem o mínimo de bom senso.
ps: tuitar isso - "Que noite triste pra mim: Foto1 http://bit.ly/oCKRxH - Foto2 http://bit.ly/opbx9Z - Foto3- http://t.co/ILrICqmH" - me parece uma bela demonstração de caráter. Parabéns a todos os envolvidos na defesa do tal Rafael Bastos.
ps2: ia colocar "humor" como mais uma tag do post, mas isso não combina com o CQC.
Bom senso não está garantido na Constituição. Não é nem mesmo um conceito fechado, acordado entre os seres humanos. Ele diz respeito, basicamente, à educação e ao uso da razão na hora de se expressar sobre determinado assunto. Não é pré-determinado por juízes ou filósofos; na verdade, costuma vir de casa e das experiências que cada um teve ao longo da sua vida.
(Antes de continuar o texto, vale lembrar a quem me conhece e avisar a quem não sabe que eu não suporto o CQC e seus integrantes. Pra mim, são pseudohumoristas e pseudopolíticos, sem fazer direito nenhum dos dois. Mas vou deixar o gosto pessoal de lado e falar baseado em fatos reais.)
Não sei exatamente qual a experiência de vida do tal Rafael Bastos. Desconheço a educação que teve em casa e onde estudou, e isso pouco me importa. Mas a liberdade de expressão da qual ele abusa passa a anos-luz do seu bom senso, se é que ele tem algum. Há pouco tempo, disse que "estuprador de mulher feia merece um abraço". Agora, que "comeria a Wanessa Camargo e seu bebê". Se eram piadas, deram errado. Se pensa assim, deveria abrir o jogo num churrasco da Band, não em rede nacional.
(Algumas piadas, ou "piadas", têm lugar certo pra serem feitas. Adoro piadas de humor negro, mas não faria num velório. Os negros aqui da agência fazem piadas de preto, mas não imagino que contariam uma num gueto. Isso faz parte do tal bom senso. Se o Rafael Bastos for pago pra fazer um "stand-up" num clube judaico, vai fazer piadas com judeus e cinzeiros?)
Ah, só afastaram porque senão o programa perderia anunciantes. Provavelmente. Ah, negócios são assim mesmo, ele foi ingênuo achando que podia falar qualquer coisa. Talvez. É o sujo falando do mal lavado, seus hipócritas amantes da ditadura! Discordo, mas a liberdade de expressão te dá o direito esse texto - que ainda mete Hitler no meio, em outro excelente exemplo do uso do bomsenso na defesa do seu ponto de vista.
A verdade é que ninguém do CQC tem o direito de reclamar de liberdade de expressão. Pra começo de conversa, porque não é o primeiro deslize do grupo (e apagar o que disse em vez de se desculpar não é lá muito honesto, não acham?). Segundo, porque Marcelo Tas e seus pupilos não são exatamente um exemplo da defesa do direito de opinião. Na minha humilde opinião, já que ao menos na Ponte eu posso escrever o que quiser (até que o Tas me processe), eles se consideram acima de qualquer coisa por serem o carro-chefe da emissora, e garantirem uma grana forte todo mês. A mídia constrói a imagem que quiser, e o povo sempre acaba comprando. Até que algo aconteça e a mídia desconstrua a imagem que criou - e o povo compre outra vez.
Há alguns meses, saiu na (chata) revista de domingo dO Globo uma matéria com alguns humoristas e vários "humoristas" sobre as polêmicas "piadas" da galera do CQC. Entre opiniões diversas e várias puxadas de saco entre amigos, uma me pareceu bem sensata. Acho que foi do Andre Dahmer, do Malvados ("acho", ok?), e dizia mais ou menos isso:
A questão não é se uma piada é ofensiva a esse ou aquele grupo, mas se tem alguma graça. E muitas delas não tem.
É exatamente assim que eu vejo o CQC e seus integrantes. Sem a menor graça. E, cada vez mais, sem o mínimo de bom senso.
ps: tuitar isso - "Que noite triste pra mim: Foto1 http://bit.ly/oCKRxH - Foto2 http://bit.ly/opbx9Z - Foto3- http://t.co/ILrICqmH" - me parece uma bela demonstração de caráter. Parabéns a todos os envolvidos na defesa do tal Rafael Bastos.
ps2: ia colocar "humor" como mais uma tag do post, mas isso não combina com o CQC.
Marcadores:
Brasil,
capitalismo,
cultura,
educação,
mídia
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Tudo in Rio
O brasileiro padrão tem opinião formada e embasada sobre qualquer assunto, peçam ou não sua opinião. Política, religião, futebol, combate ao crime, alimentação, fim do mundo, guerra entre israelenses e palestinos, pelota basca. Com música, não poderia ser diferente.
Vai-se o Rock in Rio, ficam as polêmicas. Claudia Leitte sendo vaiada, Claudia Leitte comparando roqueiros a Hitler, Ke$ha fingindo beber sangue e uma discussão que já está chata: por que Rock in Rio, se não é mais rock?
Qué co digo? O Rock in Rio é uma marca. Por isso já saiu do Rio, já teve Carlinhos Brown levando garrafada e deve vender abadá e ingressos para a Arena Rodeio, em 2013. O Medina é empresário, não roqueiro. Ele quer lucro, não sorrisos dos fãs de guitarras, baixos e deus metal. E, convenhamos, se você diz que faria diferente é sinal de que jamais será empresário - de sucesso, pelo menos. Justamente por saber o que vai vender mais é que ele organiza um festival desse tamanho enquanto você lê meu texto matando tempo no trabalho, ou cabulando o estudo em casa.
Cada vez que penso nisso, me lembro do Miles Davis falando sobre música popular numa entrevista: "you take out what you want and leave what you don't like... you know, like food". Não existe música boa ou ruim; isso depende do gosto, do meio em que a pessoa vive e vários outros fatores. Todos, experiências pessoais. Meu avô era do subúrbio e curtia jazz, tenho amigos de Barra e Jacarepaguá que adoram pagode, galerinha de Zona Sul se amarra no Castelão. E aí, quem está certo?
Whatever, I'm cool.
Digo isso também como autocrítica. Ainda me pego chutando Justin Bieber e JQuest. Mas o meu objetivo a médio prazo, além de dar a volta ao mundo e reflorestar meu quarto, é aprender a escolher o que quero e deixar de lado o que não gosto. Como beterraba, por exemplo.
Não custa nada você fazer o mesmo.
***
E pra não dizer que falei do teclado pra fora, um pouco de música diferente pra animar seu dia:
Presta atenção aí, vamo lá!
Vai-se o Rock in Rio, ficam as polêmicas. Claudia Leitte sendo vaiada, Claudia Leitte comparando roqueiros a Hitler, Ke$ha fingindo beber sangue e uma discussão que já está chata: por que Rock in Rio, se não é mais rock?
Qué co digo? O Rock in Rio é uma marca. Por isso já saiu do Rio, já teve Carlinhos Brown levando garrafada e deve vender abadá e ingressos para a Arena Rodeio, em 2013. O Medina é empresário, não roqueiro. Ele quer lucro, não sorrisos dos fãs de guitarras, baixos e deus metal. E, convenhamos, se você diz que faria diferente é sinal de que jamais será empresário - de sucesso, pelo menos. Justamente por saber o que vai vender mais é que ele organiza um festival desse tamanho enquanto você lê meu texto matando tempo no trabalho, ou cabulando o estudo em casa.
Cada vez que penso nisso, me lembro do Miles Davis falando sobre música popular numa entrevista: "you take out what you want and leave what you don't like... you know, like food". Não existe música boa ou ruim; isso depende do gosto, do meio em que a pessoa vive e vários outros fatores. Todos, experiências pessoais. Meu avô era do subúrbio e curtia jazz, tenho amigos de Barra e Jacarepaguá que adoram pagode, galerinha de Zona Sul se amarra no Castelão. E aí, quem está certo?
Whatever, I'm cool.
Digo isso também como autocrítica. Ainda me pego chutando Justin Bieber e JQuest. Mas o meu objetivo a médio prazo, além de dar a volta ao mundo e reflorestar meu quarto, é aprender a escolher o que quero e deixar de lado o que não gosto. Como beterraba, por exemplo.
Não custa nada você fazer o mesmo.
***
E pra não dizer que falei do teclado pra fora, um pouco de música diferente pra animar seu dia:
Presta atenção aí, vamo lá!
Assinar:
Postagens (Atom)