sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Estou aqui

Repensando tudo. "A nível de" tudo. Por isso a demora. Peço desculpas, sei que não justifica, mas como quem escreve sou eu, posso justificar tudo. E podem ter certeza que faz sentido. Resumão estendido:

Saí da DPZ e fui pra Casa da Criação, pra quem não sabe. Fiz três meses ontem, dia 31. Desconheço meu futuro lá. Ao mesmo tempo, a profissão me dá o que pensar. Vocês já pensaram no que fazem da vida? O que a carreira de vocês traz? Realização profissional é uma meta alcançável para boa parte das pessoas com um tanto de talento e outro de dedicação. Mas é tudo? Botar dinheiro no bolso basta para vocês?

Para mim, não.

No meio do turbilhão de pensamentos desencontrados, assisti "Pão com mortadela", uma adaptação de "Misto quente", do Bukowski, que agora está no Teatro da Gávea. Vi no Leblon, saí com os olhos marejados e fui andando até a Gávea, depois Jardim Botânico, peguei um ônibus antes de ser pego por mendigos, passeei por Rio Comprido, Água Santa, Praça da Bandeira, Tijuca. Fiquei por ali, onde fui andando até o metrô Sans Peña para pegar o penúltimo da noite. Ou seja, tarde. Sempre pensando na vida.

Li "Tropicalista lenta luta", do Tom Zé. Uma aula de criatividade e dedicação (fora testemunhos muito engraçados de fatos ridículos e singelos de um iraraense - mais mal nascido que meu pai, o que me é motivo de orgulho, um dia explico o porquê).

Pensei-repensei-rerepensei a vida, andei mais por aí sozinho, acabei com meu parco dinheirinho do freela, andei mais, vi Piaf...

Piaf merece um comentário à parte. Vale ver um grande exemplo do que se deve e do que não se deve fazer, tudo ao mesmo tempo. E se você estiver pra baixo, ver alguém tomar tanto na cabeça lava sua alma, de certa forma. Afinal, você não é a pessoa mais cagada do mundo.

Andei mais, vi muita coisa pelas ruas - ver com outros olhos, não o viciado do dia-a-dia, mas o mesmo que vê as coisas pela primeira vez, como em viagens e descobertas surreais por aí.

Enfim, minha mente chegou ao primeiro bilhão de anos-luz rodados. E a sensação é de estar no meio do caminho para algum lugar desconhecido, e sem ter para quem perguntar porque ninguém foi por essa estrada. Ou pelo menos não conheço ninguém que tenha ido.

Resumindo meu resumo mal sucedido, a vida é curta para deixar as coisas para depois. Arrisque agora ou se cale forçosamente para sempre. E vai por mim, vocês não vão querer isso. Não importa quem está lendo, você tem tempo de mudar.
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Não sei se fechei o texto anterior como gostaria, mas não faz mal. Deve ser a falta de prática de postar na Ponte. Espero voltar ao tráfego normal para recuperar a manha.

De qualquer jeito, preciso fazer menções honrosas aqui. Alan está bem, minha-pequena-que-não-deixa-eu-citar-o-nome-porque-tem-medinho está bem também. Os dois estão conquistando as coisas.

Graças a Deus. Até porque, convenhamos, alguém tem que ir para a frente.
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Como não podia deixar de comentar, propaganda. Vi outro dia uma, acho que é do shampu Seda, que diz que "se você não tem brilho, não tem nada".

Sério mesmo? Então as posses de uma pessoa na vida se resumem ao brilho dos cabelos? Pelo que entendi, experiências, conquistas materiais e espirituais, nada disso vale. O bom mesmo é ter um cabelo RGB photoshopado em TV de LCD com mais todas as sglas que queiram demonstrar tecnologia e futuro. Bem que, pelas fotos da juba do Einstein, achava que ele era meio tapado, mesmo.

Nem pesquisei o nome dos gênios criativos para não me irritar. Apesar de que estaria errado.

Meu cabelo está sem brilho.
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E não percam, na próxima (breve) atualização pontesca: um gosto repentino por academia, o projeto Libertadores 2008, todas as idéias que (não) vão sair do papel para a Copa de 2014 e a narração do gol de bicicleta do Obina na final no Maraca, o estádio da maior torcida do mundo - do lado direito das cadeiras brancas, no gol em frente à Raça, que a essa altura será toda da Flamanguaça, o futuro da Nação.

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