quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

A praia


Eu e um despojado Oompa Loompa em Itacoatiara Posted by Hello

Ontem foi um dia semi-troncho. Acordei e vi que não ia rolar um curso que queria muito fazer. E não tenho grana pra fazer um na terra da garoa (segundo eles, garôa mano - mano é como um ponto final). Depois, não pude resolver um de meus projetos por motivo de força maior. A mesma força que se aproveita de ser maior que eu pra estragar meus planos.

Sabe aquele ditado, "tá no inferno abraça o capeta"? Ou seu correspondente "o que é um peido pra quem tá cagado"? Como os dois serviam, chutei o balde e fui pra praia com meu compaheiro de aventuras Toddynho. Tava solzão, ondas de mais de 2m e um redemoinho onde a gente cismava em cair. Foi quando estava saindo da água que aconteceu um fato extraordinário.

Percebi que alguma coisa tinha batido no meu pé. Resolvi olhar, impelido por uma curiosidade anormal. Quando me dei conta, um anão estava se afogando. Como nunca vi enterro de anão, percebi que ele não poderia morrer. Estiquei uma das mãos o puxei pelo pescoço. Aproveitei para já dar uma apertada de leve. Cuspiu mais de 1 litro d'água, fora um peixinho dourado que saiu, deu na cara dele, falou alguma coisa em japonês e mergulhou no oceano.

O pequeno ser me agradeceu várias vezes, e qual não foi minha surpresa quando se apresentou como Oompa! Cheguei a achar que ele estava delirando, ou tirando onda (foi mal, sem trocadilhos) com a minha cara pra eu esquecer a história do peixinho malcriado. Mas ao mostrar sua foto da identidade, com aquele cabelo bonito e seu sorriso inconfundível, fiquei até emocionado. Era Oompa Loompa.

Começamos a conversar. O.L., como os amigos o chamam, falou sobre sua vida. O sucesso com a Fábrica, o esquecimento. Seu vício em chocolates, o trabalho escravo na Milka. A fuga num navio carregado de chocolate em pó, e como cheirou até perder os sentidos. Sua expulsão da embarcação em plena costa araribóia. A luta para chegar à praia, com direito a um embate contra uma enorme traíra de 45cm. O ídolo-mourisco que engoliu sem saber como, que o fez pensar que estava no México. A experiência extra-sensorial de quase morte, até ser salvo por mim.

Renato voltou para a areia, e continuamos a bater altos papos. Futebol, mulheres, religião (O.L. é taoísta), cinema e chocolate. Mas a hora passava e Oompa tinha que ir embora, do contrário perderia sua carona. Acompanhei-o até a beira da água, e ele puxou do bolso um apito. Depois de duas sopradas estridentes surge um cavalo-marinho gigante, que vem até nós e abaixa a cabeça para que Oompa suba. Depois, ele acena para nós e some a uma velocidade incrível no horizonte.
...
Eu e Renato voltamos para casa. No caminho, conversa sobre projetos, show dos Engenheiros domingo, futebol. O grande encontro com uma grande pequena pessoa. E percebemos que ele tem vaga garantida no meio-campo do Mengão ou do flu.

***
Quando cheguei em casa recebi uma boa notícia. Mas não vou contar. Se acontecer vocês vão saber. Ráááá!!!

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