terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Quase, quase...

Amanha parto de Madrid rumo a terras mais longínquas. Barcelona, no caso. E já com gente olhando por mim na cidade, o que é um alento para quem tem se sentido meio só.

Esse é o "problema" de se fazer amigos. Você se vai, ou eles, e quem fica separado se sente sozinho. Caminho pelas ruas de Madrid pensando na vida, na minha e dos outros, nas vidas passadas e futuras, vejo muita coisa que precisava ver e várias que nao gostaria que existissem, porque você precisa ver mas te fazem mal. Pelo menos, graças a uma ligaçao de T-Bound - o belga - ontem me fez recobrar o ânimo, e outra da minha grande família hoje confirmou que isso é semi-passado.

Mihna disposiçao turistitesca foi recompensada, ou ao menos parece que vai ser. Papai do Céu mandou o frio para longe e agora já está fazendo 11º!!! Muy caliente, Madrid. Fui obrigado até a sacar uma foto do céu, coisa que vocês só vao verem quando eu chegar porque em cafés nao tenho a facilidade de plugar minha querida Cybershot. Aliás, nao só eles colocaram Luis Miguel ou coisa parecida como o CD está arranhado. Parece tortura remixada.

Bom, oficialmente Alan passou para a UFRJ e UERJ. Merece um prêmio, mas a nível do meu bolso. Que está a nível do mar, entrando em ebuliçao a apenas 2º Celsius. É que o dinheiro tem uma composiçao química deveras diferente. Assim, comprei umas coisinhas bobas que nao vou dizer. Mas digo outras, posto que Europa é o paraíso para quem quer ter acesso à cultura. 0,000037% da populaçao brasileira. vejam só:

- Época de ouro da propaganda estadounidense, da Taschen;
- Road to Perdition, em inglês e em quadrinhos;
- As cartas de Colombo aos reis, contando TUDO sobre o descobrimento (???) da América. Versao "Caras" da História, mas dane-se;
- Os três DVDs "Great Directors"!!! Chris Cunnighan, Michel Gondry e Tiririca (esqueci o 3º)!!! Babem, vou cobrar para assistirem!!!

Claro que estes nao sao seus rpesentes, mas por uma módica quantia posso emprestá-los a ele.
***
Dizer que vi "Guernica", do Picasso, deveria falar por si só. Mas sou redator e quero escrever.

"Guernica" foi pintado por Pablo Picasso para ilustrar os horrores da Guerra Civil Espanhola. Ele só concretizou sua obra-prima após muitos estudos de composiçao - que estao expostos lá, inclusive - mas nao permitiu que ficasse no país até que a democracia fosse reestabelecida. Nobre de sua parte, e ajudou a divulgar o que se passou aqui. Convenhamos, pouco provavelmente "Guernica" receberia a mesma atençao se estivesse desde o início em algum museu espanhol.

Ele é a prova viva (morta) de que a guerra nunca vale a pena. É chocante, prende sua atençao pela força da composiçao, pelas cores, pelas expressoes de horror estampadas nos rostos de cada personagem - basicamente inocentes. É triste e desesperador pensar em alguma coisa assim, pensar que faz pouco tempo, que aconteceu do nosso lado. E que, assim como este conflito, existem inúmeros outros nao retratados ou que nao receberam a devida atençao.

Confesso que já pensei se a luta armada nao seria a soluçao, já que geraçoes vêm e vao e sao incapazes de passar perto de alterar significativamente alguma coisa. Mas meu lado Che foi humilhado depois de ver esta obra de arte. É assustador o que pode fazer o ser humano...

Para completar minha mudança de pensamento, hoje passei quase toda a manha no Museo Arqueologico de Madrid e vi a evoluçao (com grandes e importantíssimos exemplos) do homem. Triste quando começa a parte da separaçao por grupos, o início dos conflitos, muros, cercas e tudo o que culmina com a situaçao caótica que vivemos hoje. Fico me perguntando onde foi que o ser humano se perdeu...
***
Minha mudança de pensamentos nao me fez esquecer meus amigos. Só ontem tive coragem de ler toda a bandeira, o verso da foto dos "primeiros guerreiros" e tudo o mais.

Sem comentários.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Madrid

Madrid é frio. Em Madrid, neva. E joguei bola de short e camiseta a 0º. E saí sem luva no negativo. E nao estou nem espirrando.

Steven Seagal que se cuide...

(mais postagens depois porque tenho 10 minutos para encontrar um albergue em Barcelona, ou vou dormir no frio. Muito frio...)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Onde está wAle???

Gente, olá outra vez. E desculpa a orfandade em que os deixei, mas estava deveras ocupado com um milhao, quatrocentos e trinta e três coisas que deveria ter feito. Explico (aos poucos). E tentando resumir, porque continuo sem tempo. Explico isso também.

Semana passada foi minha última semana completa em Sevilla, já que está semana começaria minha rodada frenética por aí. Aliás, a contagem regressiva que deu errado era justamente para isso, mas como nao tive acesso à internet diariamente...

Assim sendo, tinha que fazer tudo ao mesmo tempo. Presentes, arrumar coisas, achar minhas coisas, preparar meu aniversário - é, para quem nao lembrou foi dia 22, sábado - e coisas mais. E como se nao bastasse tinha que viajar, me sentia na obrigaçao de conhecer mais da Andalucía antes de deixá-la.

Assim, quinta e sexta estava na estrada mais uma vez. Eu, Naty, Tay e Isabela representando o Brasil, Samir e Leonel a França, Thibaud a Bélgica e Jack o Equador (ou coisa parecida) fomos em dois carros a Antequera e vimos el Torcal, um sítio de rochas sedimentadas incrivelmente bonito. De lá fomos à Granada, vimos dança do ventre e comemos e bebemos coisas árabes. De lá dormimos nos carros e, no dia seguinte, nos despencamos a Sierra Nevada para praticar skybunda gelada, esporte que deve entrar nas Olimpíadas de Inverno de 2083 em Burundi - isso se as previsoes que coloquei da última vez estiverem certas.

Voltamos sexta à noite e fui dormir bem tarde, acordando cedo no dia seguinte porque trabalhava das 14h às 0h, quando virava para meu aniversário. Meu último dia leviano foi bem divertido, apesar de doloroso. Fui graduado branca-ponta amarela em Levies, joguei mais baseball com laranja e servi bebidas de graça. Para mim, inclusive.

A galera foi chegando, e ouso dizer que se nao fosse meu aniversário o bar estaria mais vazio. Bem mais. e foi muito legal ver a galera prestigiando um dia tao especial, e que pesava bastante por estar longe de casa. Os brasileiros, os gringos, até o dono do bar. Talvez por estar com medo de que aquilo virasse bagunça, mas nao importa. Até porque, ele foi um dos que mais fez zona.

Ganhei bandeira da Espanha assinada por todos (copyright trademark registered all rights of idea reserved to Naty e Tay) os presentes, ganhei mais presentes e quase chorei um milhao de vezes. À meia-noite rolou contagem regressiva em polonês, holandês, castellano, andaluz, catalao, alemao, francês, árabe e nosso velho e querido português, claro, ns últimos dez segundos. Incrível o que essa galera significa para mim, cada vez mais.

De lá saímos e passamos perrengues na rua, mas sobre isso nao falo. Domingo rolou bolo surpresa na casa da galera (copyright trademark registered all rights of surprising idea reserved to Bruno, Ste, Carmem, Karen, Pepê, Joana e Felipa, com o bolo sendo feito pelas quatro últimas). Aliás, de morango, de babar. Ficamos até tarde.

Segunda fui acabar de fazer o que tinha que fazer, e nao consegui. Acabei indo pro Bar Internacional com Tay, Thibaud e Lore provar cervejas belgas. Que sao realmente boas. Assim sendo, quando fui me despedir da galera na terça, nao deu pra segurar. No Levies só foi uma cara de tacho prestes a chorar, mas no apê da galera parecia uma criança. Só faltou eu me agarrar na porta para nao ir.

E como nao podia deixar de ser, apesar de meu ônibus sair quarta às 10h, ainda nao havia arrumado a mala. E se nao fossem Marina e Rê para jogar tudo dentro dela, de madrugada mesmo, nao teria conseguido. E ainda assim, acordei 8:30 de quarta só porque Marina me chamou. Joguei tudo dentro do mochilao da menos pior maneira que pude e, como nao podia chegar à tempo, matei dez euros num taxi até a rodoviária (ps: o motorista, ao tirar a mala grande do carro, me perguntou o que pesava tanto; deveria ter dito que era meu anao de estimaçao que tinha morrido, só para ver a reaçao dele, mas perdi a chance...). Cheguei faltando 15 minutos para meu ônibus sair, tempo de tomar um café. Lore, a belga, foi solitária despedir-se de mim, porque disse que sentiria saudades do único amigo que tinha feito aqui. Nao duvido, "sou por demais inesquecível" (copyright trademark registered all rights of surprising idea reserved to Falcao).

Tomei café e quase perdi meu transporte querido que me traria de volta a Madrid, onde tudo começou. Mas cheguei a tempo e parti, ouvindo feliz meu novo filhote (um MP3 de 512 verde-bonito, que divide em pastas e tudo o mais).

A viagem foi dolorosa, é triste deixar tudo que conquistei com tanto sacrifício para trás. Mas bola pra frente, uma grande viagem me espera. E já com obstáculos, porque o puxador da mala grande quebrou - provavelmente devido ao peso - na escada rolante da estaçao de metrô, indo para o aeroporto, onde ia encontrar Bruno, que me recebeu aqui e é mais um amigo que ganhei nesta viagem doida. Sufocos à parte, cheguei sao e salvo e ontem já comecei a explorar a cidade, andando bastante e conhecendo muita coisa e descobrindo porque Madrid é tao bem falada. Linhas de metrô sao 11, e a cidade é linda. Bom início, apesar dos 0 graus pela manha...

Hoje comi churrasco e tomei guaraná. Vou jogar futebol, se Deus quiser graças a Deus. E isso tudo com a passagem para Barcelona já comprada para o dia primeiro às 9h. E assim sigo.
***
Vale (demais) citar que recebi ligaçoes no meu aniversário do Brasil. Minha família toda, Carol e seus pais e toda a galera do churrasco da turma e Andrezinho e Manu e Bárbara. Se quiserem me fazer chorar, é só demonstrarem afeto. Sou grande mas sou bobo.

Descobri, aqui, que meu coraçao é gigantesco, porque amo muitos que estao no Brasil e recebi de presente de aniversário mais um montao de gente daqui para amar. Sem ciúmes, pelamordedeus...
***
Aos meus amigos brasileiros, do Brasil e daqui, e isso inclui minha família - que é minha amiga como um todo - e Meily, que faz aniversário hoje e nao consegui falar com ela, fica uma música que mostra um pouco o que sinto e o que passei e passo e diz um pouco do que quero dizer, mas nao consigo.

"Barão Vermelho - Meus Bons Amigos

Meus bons amigos, onde estão
Notícias de todos quero saber
Cada um fez sua vida de forma diferente
Às vezes me pergunto: Malditos ou inocentes?
Nossos sonhos, realidades
Todas as vertigens, crueldades
Sobre nossos ombros aprendemos a carregar
Toda a vontade que faz vingar

No bem que fez prá mim
Assim, assim, me fez feliz, assim

O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo e imperfeito
Meus bons amigos, onde estão
Notícias de todos quero saber
Sobre nossos ombros aprendemos a carregar
Toda a vontade que faz vingar

No bem que fez prá mim
Assim, assim, me fez feliz, assim

O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo e imperfeito

O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo e imperfeito"

Quero bem demais a todos vocês, gente. Sempre. Fase inesquecível e amigos inesquecíveis, onde quer que estejam. No Brasil ou aqui na Europa.
***
E para Alberto, Julio, Irene, Joana, Felipa, Thibaud, Lore, Lio, Samir, Matthias, Mattio, Ana, Paulita, Gonzalo e os vários vários vários amigos estrangeiros que fiz aqui, fica uma pequena mostra de que todos sao inesquecíveis. E que espero estar sempre com vocês, onde quer que vocês resolvam estar.

"In this great future, you can´t forget your past
so dry yours tears, i say..."

Grande beijo para todos! E tentem sempre descobrir (aqui) "onde está wAle" (copyright trademark registered all rights of surprising idea reserved to Alê).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Noticuliculitas medianas

Velhos podem ser muito interessantes ou muito chatos. Se você encontra um em uma fila de ônibus, às 21h, esbravejando sem parar por mais de quinze minutos (por incrível que pareça, sem exagero algum) contra Zapatero - presidente espanhol que aprovou a lei que se proíbe fumar em lugares fechados (a nao ser que tenham autorizaçao) - e louvando a ditadura Franquista, dizendo que "pelo menos ele valorizava os andaluzes", pode imaginar o que achei dele...

Fora que falava mal de gitanos. Tudo bem, eles nao sao o povo mais confiável nem o mais simpático, mas daí a desdenhar do presidente porque sua mae, ou vó, sei lá, era gitana, é um pouco demais.
***
Se os velhos sao demasiado apegados às velhas idéias, os jovens sao demasiado desprendidos de valores e se tornam, por vezes, deveras deveras alternativos. Deveras.

Meninas de treze anos se comportando como mulheres de vinte, crianças fumando - haxixe, inclusive - e se embebedando e a quantidade de gays que avisto todo o tempo chega a ser inacreditável.

Nem tudo é velho no Velho Continente.
***
Sempre tento falar mais daqui, mas aí acontecem coisas que me fazem falar daí. Receber cartas, por exemplo. E desta vez em dose dupla. Chegaram duas cartas de aniversário. Uma assinada pela minha família, outra por Carol. E nao há como comparar, cada uma a seu modo sao simplesmente maravilhosas.

Fora que minha pequena está cada vez mais com o dom de falar as coisas que preciso e nunca espero ouvir (ler). Digo nada sobre as cartas, mas tenham certeza de que é bom demais ler e perceber que os que você ama também te amam.
***
Sete...

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Postagem em três partes

1)Quero começar esta postagem elogiando um grande amigo. Vitao, quando saiu de Paraíba do Sul para Niterói, era apenas um garoto buscando novas experiências - inclusive a de se formar em uma universidade de respeito - e aprendizado. Rapaz tranquilo, com clara vocaçao para a boemia e as mulheres (nao necessariamente nesta ordem), VítuMátu se adaptou rapidamente ao local.

Mas isso nao parecia ser o suficiente, e assim se lançou em vôos ainda mais altos. Saiu de uma terra onde há calor e todos falam português para o frio, com outra língua e pessoas mais fechadas. Sozinho.

E agora, lendo seus excelentes textos (linkados aí abaixo como "viagens na maionese"), vejo como o rapaz-projeto de poeta está se transformando, como sua cabeça está mudando e como está aprendendo. Grandes passos para se tornar uma pessoa melhor e ajudar nosso país, que precisa tanto de pessoas mais conscientes de nossos problemas e preocupados em encontrar soluçoes de verdade, duradouras e boas para todos. Fora sua alma de poeta que fala cada vez mais alto e melhor.

Parabéns, Vitao. Fico muito feliz por você.

2)Lovelock, cientista renomado e autor da "teoria de Gaia" - que diz que a Terra é um organismo vivo que se autoregulamenta para manter o equilíbrio do planeta - fez uma previsao "um pouco" assustadora para nós: a de que, até o final do século, bilhoes de seres humanos morrerao devido à mudanças climáticas absurdas, que só os que vivem no Ártico poderao sobreviver graças ao clima mais "ameno" e que isso é irreversível.

Metade de mim pensa que isso é mal, porque ele nao é um maluco qualquer e sabe das coisas, é respeitado no mundo científico e resolveu assumir uma posiçao arriscada para ele, o que imagino que nao seja à toa. Mesmo sabendo que, caso isso nao ocorresse, ele já estaria morto e nao se importaria muito. Já minha outra metade pensa que ele ficou impressionado demais com "O dia depois de amanha", tem o DVD, assistiu aos extras, participou como figurante e está deveras impressionado com os efeitos especias, sem saber que isso é muito fácil graças ao advento do computador.

Sinceramente, espero que minha segunda metade esteja certa.

3)Agora quero falar com mais calma do Alan. Que ele é inteligente, isso eu já sabia. Imagino que vocês também. Sabia que ele passaria para a UFRJ, porque fez por onde e merece. E sei, inclusive, que pode chegar mais longe se quiser. E ele quer. O que me faz lembrar que estaremos um pouco mais distantes (fisicamente) por uns tempos.

Mas cada vez mais, e esta distância entre nós dois só confirmou isso, vejo como ele nao é apenas um cara inteligente, ou sangue do meu sangue. É meu amigo. Na verdade, meu melhor amigo, por todos os motivos. Parentesco, tempo de convivência, amizade em si e um monte de coisas mais que nao saberia dizer agora.

(e nada de ciúme por parte de todos os meus amigos, os que lêem aqui e os que possam vir a ler um dia. Nao existe motivo para isso. Irmaos que a gente escolhe por vontade própria e afinidade sao importantes demais, nao? E vocês sabem que sao importantes demais para mim.)

Alan virou motivo permanente de orgulho. Quando digo que quero um filho como ele, nao é exagero nem mentira, até porque nao precisaria ficar dizendo isso. Eu e Carol vamos ter que acertar a mao três vezes, para que todos sejam assim... Mas fora de brincadeira e sem comparaçoes futuras, é muito bom ver que veio para a minha família alguém com quem estou feliz em estar junto, sempre. Espero que possa ser sempre assim.

Ao meu grande amigo e irmao (em todos os sentidos), parabéns por mais um sucesso, o primeiro de muitos. Que sempre faça por merecer, porque é assim que se consegue as coisas.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Desculpa

Ia escrever sobre várias coisas hoje, mas agora que vi que tenho pouco tempo até entrar no trabalho - 21h pelo horário de Madrid. Assim sendo, ficam algumas notas. E olhe lá.

*Fiquei emocionado ao ler sobre a vitória de Bachelet (assim?)no Chile. Socialista e primeira mulher a governar o país, pode mudar ainda mais os rumos da política da América Latina. E assim segue o ideal de ver nosso continente (exceçao dos EUA, obviamente) unido e forte. Precisamos disso;

*Meus planos seguem firmes. Agora tenho casa em Madrid e Londres, provavelmente e se Deus quiser em Barcelona e um tênis que realmente aguenta o frio. A ver;

*Faltam seis dias para meu aniversário, e nove para sair de vez de Sevilla. Alexandre vai, parte dele fica. Está sendo uma experiência maravilhosa;

*Coisas boas e más sempre acontecem. O importante é você saber tirar proveito de cada situaçao e evoluir. Espero estar evoluindo como penso. Se nao estiver vou ficar deveras triste;

*Cada vez mais vejo como amo minha família. Falar com todos é uma alegria sem fim. Fora que...

ALAN PASSOU PARA ECONOMIA PARA A UFRJ. Enfim um filho que mamae e papai poderao se orgulhar, inteligente que só. Quero um filho como ele;

Cada vez mais vejo como amo Carol. Como quero ficar tranquilo, sossegado e feliz ao lado dela (de você, quando estiver lendo isso) por toda a minha vida!;

*Cada vez mais vejo como amo meus amigos. Sendo que agora sinto saudade dos que estao na terra adorada, e depois vou sentir dos que estao aqui. Mas a vida é assim, e o que levamos sao boas recordaçoes. E isso posso dizer que tenho de sobra, cada vez mais.

E assim termino, e parto atrás de uma bufanda. Cachecol, para os nao espanholizados linguisticamente. E pode parecer ridículo, mas vocês nao sabem como isso é necessário aqui...

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Hábito

Todo mundo tem um. Ou vários. Alguns bons, outros ruins, uns caros, outros baratos. Nao digo vícios, apesar de que, em alguns casos, poderia ser aplicado sem problemas - apesar de esta ser uma palavra forte e com significado tendendo ao negativo.

Eu mesmo tenho vários. Alguns andam esquecidos, por força maior e nao por vontade, como o saudável hábito de escutar música. Nao vivo sem, mas aqui estou tendo que me adaptar a ouvir menos graças à falta de vontade dos espanhóis em ouvi-la. Ou ouvir coisas de qualidade, o que também é importante. Por outro lado, tenho adquirido saudáveis hábitos como aprender a cuidar das minhas coisas, roupas, casa e cozinhar.

Mas o mais importante, e meu melhor hábito (este sim, posso considerar um vício), é o de cultivar amizades. Tenho, nao sei se o talento, mas ao menos a enorme vontade, de buscar - e encontrar - bons amigos. Isso é o básico e o maravilhoso da vida, conhecer gente com quem você se identifica e que acaba gostando de verdade.

Quando saí do Brasil, esse foi um fato que pesou muito. Deixar meus amigos do outro lado do oceano, inclusive alguns no portao de embarque, foi muito difícil. Triste. Senti bastante por nao estar ao lado de todos, em aniversários, festas e mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia que te fazem bem feliz. Ao menos me fazem. Mas depois de umas aguinhas roladas pelo meu rosto e um aperto no peito, fica só a saudável saudade e vontade de revê-los logo.

Agora estou aqui, no velho continente, e depois de quase quatro meses consegui me estabilizar. Tenho casa, trabalho, aulas (que penso seriamente em abandonar neste final, já que nao vou poder fazer nada nelas) e... amigos! E aí está uma coisa maravilhosa e péssima ao mesmo tempo.

Vim para cá achando que seriam seis meses solitário, esperando minha volta e viajando por aí sem destino e sem ninguém. Mas as pessoas que conheci aqui me fizeram nao só mudar de idéia como seguraram a barra, me deram grande força - mesmo sem saber - e me ajudaram a passar um período excelente e inesquecível da minha vida. Realmente excelente e realmente inesquecível. A ponto de me fazer sentir demais pela minha volta.

Além de me sentir desde 2002 sem casa, quando fui morar na deusKa, agora me sinto apartado de quem eu realmente gosto. E quando voltar para minha terra adorada, vou sentir que uma parte de mim ficou aqui, com tantas pessoas boas que conheci e que gostaria que estivessem ao meu lado por toda a vida. É assim com os que amo no país que deixei e será assim com os que aprendi a gostar tanto no país que estou prestes a deixar.

Considero isso como um desabafo e um aliviar precoce do meu sofrimento, além de uma constataçao. Quem tem amigos tem tudo. E sendo assim, eu tenho mais do que poderia imaginar. E por toda a vida.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Sem

Estou sem til outra vez. E na verdade, estou meio sem saco de escrever. Nao pelo ato de escrever, que amo e nao posso viver sem, mas pela falta de tempo e por ter perdido o insalubre hábito de navegar na Internet. Estes dias de final de ano foram muito diferentes, loucos, cansativos e frenéticos. Mas apesar de muita saudade e algumas coisas ruins, fiquei muito feliz com tudo o que aconteceu.

Conheci dois povoados aqui perto, ambos muito bonitos; revi gente que tinha ido por um tempo e conheci gente nova; e, mais que tudo, percebi que vou fazer falta aqui, mesmo que para pouca gente. Além de ter comprado meu passe europeu, o que me dá direito de dizer que minha suada viagem será transformada em realidade dentro de menos de um mês.

Prometo que depois explico tudo com calma, agora nao posso. Mas fiquem com a certeza, caso ainda nao tivessem, que dentro da minha loucura está tudo mais do que normal e planejado. E bola pra frente!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Feliz 2006!!!

Estou vivo, mas sem cpu. Mas nao esqueço de vocês nem um segundo. Ainda mais agora que falta ainda menos para eu voltar para minha "terra adorada".

Amo todos. Que este ano seja ainda melhor do que foi o ano passado, independentemente de como 2005 tenha sido. Quem faz por onde merece.