quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A construção do discurso

Não, não sou Lula. Não, não sou PT. Não, pára de encher o saco com perguntas do gênero, você que já perguntou isso ou pensa em me questionar. Mas é sempre bom mostrar como as coisas funcionam.

Outro dia (que não lembro qual porque só pude postar hoje), apareceu no Jornal Nacional: "Lula anunciou hoje a intenção de transformar o Brasil em um imenso canteiro de obras". Lido pela Fátima Bernardes, com voz solene e ar de resignação/preocupação.

Então a Globo - e o Globo, a Veja e sei lá mais quantos meios de comunicação - passam dias, meses, anos enchendo o saco sobre infraestrutura; produzem reportagens especiais sobre o estado precário das rodovias brasileiras; educam todo o povo com seu profundo e quase atemporal conhecimento sobre tipos, qualidade e pormenores de pistas dos aeroportos; citam meios alternativos de transportes que poderiam, se não resolver, pelo menos ajudar o país a melhorar o caos em que está mergulhado - exemplo, recuperar a malha ferroviária.

Aí, quando o governo resolve anunciar investimentos na área a partir de muito em breve, isso demonstra a vontade do presidente em transformar o país em um imenso canteiro de obras. Ah, tá. Entendi.

Não preciso nem dizer que o Lula não disse a frase acima na coletiva. Mas isso "foi dito", nas entrelinhas. Então por que não se lê nas entrelinhas a intenção de punir os culpados, quando se diz que as investigações estão seguindo, ou por que não se lê nas entrelinhas a vontade de explorar os miseráveis, no discurso super bonito de união e ética da oposição?

Como não sou o Foucault, posso terminar meu estudo sobre a construção do discurso assim: vão pro inferno!
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Agora, esportes: o Flamengo vai mal, hoje tem jogo e estou com medo de asistir. Infelizmente, não consigo deixar de ver, o que deve render uma boa grana para algum cardiologista em um futuro próximo.

E voltei a jogar bola, o que me faz deveras feliz.
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Saúde: vai bem, obrigado, e parece que posso operar a miopia. Mas com isso não poderei jogar bola por um mês.
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Emprego: trabalhando freneticamente para ficar em Casa. Se não for possível, pelo menos que minha estadia lá possa proporcionar bons trabalhos, algum prêmio e uma ida para outra agência - quiçá mais boladona.

Pelo menos tenho dado a sorte de trabalhar com pessoas extremamente criativas, competentes e engraçadas. Motto agora é aprender com o MC.

"Pronto! Atualização concluída com sucesso."

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