sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bud Spencer vai ao banco

Vocês lembram do Bud Spencer? Aquele que só andava junto do Terence Hill, aprontando as maiores confusões e botando pra quebrar - numa linguagem bem sessão da tarde. Não?


Bom, então, ele é esse aqui.


Depois de muito tempo sumido (ao menos pra mim), eis que ligo a TV e vejo sua cara de novo. Não numa reprise de Miami Supercops, mas sim num anúncio da Bancaja, um banco espanhol.



Sinceramente, não tenho visto muitos anúncios realmente inovadores, diferentes ou mesmo bons por aqui. Mas ver o velho Bud (que escolheu esse nome porque gostava de Budweiser) distribuindo tapa no meio da rua compensa.

Sitges

Segundo meu olhar fotográfico super aguçado.



Por esse belo cenário, passearam zumbis ridículos no sábado à noite. Ao fundo, um lugar que não sei o nome.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Acidentes

Durante 12 dias, Sitges, um povoado nos arredores de Barna, se transforma na capital intergaláctica da ficção científica. É que esse lugar bonitinho de praias limpas com casinhas brancas, mulheres de topless e um solitário banhista pelado sedia o Festival Internacional de Cinema Fantástico da Catalunha, que já está em sua 42a edição.

Dá de tudo no festival. Lançamento de produções como Rec 2, animes esquisitos, caminhada de zumbis (é sério, sábado tem a Zombie Walk, com direito a maquiagem grátis, pra todo mundo se sentir um pouco Thriller) e filmes que pessoas normais, como eu e vocês tentamos ser, queremos assistir.

Já que a carteira de estudante não dava direito à meia-entrada (alô, galera da UNE, chega aê pra gente protestar!), fui obrigado a escolher um filme. Eram várias opções, pra deixar qualquer um com sangue na boca – como o de um ator que interpretava a si mesmo ou uma série de entrevistas com velhos de um pueblo falando de coisas ruins que aconteceram onde viviam e que se relacionavam à loucura. Assim que rapidamente escolhi um filme que tinha buena pinta, como se diz aqui.

Acidentes (com direito à trailler, vale o clique). Filmado por um grande diretor de Hong Kong. Passado no país (província, segundo a China – tome partido e siga o texto). Sobre um grupo que assassinava forjando acidentes, até que algo acontece, o líder do grupo fica neurótico e caga tudo.

Ruim, não é. Mas achei lento, a ponto das cerca de 1h30 que estive dentro da sala parecerem o dobro. Além do mais, o pré-final é um pouco exagerado. Ainda assim, vale a pena baixar. Nem que seja pra saber o que andam fazendo do outro lado do mundo além de forjar acidentes.

Seja como for, nunca parem no meio da rua durante um eclipse solar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tipos que você seguramente encontra em Barcelona

Considerem isso um guia de variedade cultural da capital catalã. Assim, quando vierem (ou voltarem) aqui, saberão o que encontrar e poderão se preparar pra qualquer situação. E atenção à equação: a ordem dos povos não altera a post.

Brasileiros
Não tem um dia que eu saia de casa sem encontrar vários. Grupos, obviamente. É impressionante como nosso povo viaja, independente de crise financeira, desemprego ou o que for. Eu queria saber que Brasil é este, pra me mudar pra lá.

Vale a pena evitá-los, a não ser que você esteja se sentindo só ou queira falar português. Porque existe um ímã verde-amarelo que simplesmente não dá pra desligar. Uma vez feito contato, vocês vão se esbarrar em todas as esquinas do universo.


Marrons
Primeiro: não são os parentes da Alcione. Segundo: essa classificação não é preconceito. É apenas pra facilitar o “reconhecimento de grupo”.

Em sua maioria, africanos são negros, europeus são brancos e asiáticos são os que andam com câmeras penduradas no pescoço. Mas existe um grupo, normalmente imigrantes-não-turistas, que tem um biotipo característico. São compostos basicamente por indianos, paquistaneses, marroquinos e o que os Simpsons já chamaram de “miscellaneous”. A única diferença entre eles é o bigode, mas ainda não sei dizer quem é quem.

Eles têm apenas das expressões: cansaço/tristeza e desafio.

Cansaço/tristeza – são os que parecem ter jogado a toalha. Sabem que não vão mudar de vida ou ser mais respeitados, que continuarão sendo olhados com desconfiança e nada do que fizerem vai mudar isso.

Desafio – sabem de tudo isso aí de cima, mas parece que, se não é pra serem respeitados, querem ser temidos. Variam entre a cara de mau e a de desdém. Toda vez que você passa por eles, acha que vai ser linchado.

Como estes dois tipos só andam em grupos grandes, tenho a forte sensação de que os figurantes de “Quem quer ser um milionário” se mudaram pra cá depois de ganharem uns trocados com o filme.

Turistas
Estamos no outono, Barna não é a cidade mais barata do planeta e, ainda assim, as ruas estão sempre lotadas deles.

Dizem que aqui era um lugar horrível, e que as Olimpíadas de 92 é que promoveram tantas mudanças. De um lugar em que mal dava pra chegar à praia (segundo os próprios catalães), hoje este é um dos principais destinos turísticos do mundo.

Espero que o Rio siga o exemplo. Há muito o que se fazer na cidade maravilhosa pra que ela mereça de fato este apelido e, se não for agora, eu sinceramente não sei quando vai ser.

Barcelona é a prova de que turista rima com competência. Metaforicamente, mas rima.

Barcelona – Japeri parador

O tempo fechou em Barcelona. Ao menos dentro do trem entre El Prat de Llobregat e Sants. Hoje, por alguns instantes, me senti num vagão saído da Central do Brasil.

Primeiro, entra um homem puxando um carrinho de feira com uma caixa de som e um minidisc (alguém ainda lembra o que é isso?). Traz também um daqueles instrumentos de sopro pra criança – de plástico, tipo brinquedo da Estrela – que tem tecladinho em cima.

Ele pára no meio do carro, liga o aparelho pra deixar rolando um som de fundo tipo arquivo midi de karaoke, e começa a solar umas músicas em espanhol famosas. O som tava alto, mas pelo menos o coitado tava se esforçando pra ganhar uns trocados honestamente.

Logo vira uma mulher alguns bancos à frente e, de forma exageradamente ríspida, pede pra ele baixar o som. Seu tom de voz estava alto, ela não precisava ser grossa, mas era o que pensava.

O homem desliga o som e corre a sacolinha pro lado do trem onde ela não estava. Volta, pega seu carrinho e vai pedir dinheiro na outra direção. Quando passa por ela, pára e pergunta qual o problema com sua música. E está armado o barraco.

Ela começa a falar, outra vez rispidamente, que o som estava alto. Ele diz que, se ela estava incomodada com o som que ele fazia no trem, que comprasse um carro. Ela grita que pagou pelo bilhete e que está no seu direito. Ele insiste que ela deveria comprar um carro. Uma jovem toma partido dele. A mulher se descontrola. Ele agradece à menina e sai de perto. Os dois ficam resmungando alto por mais algum tempo.

Se eu dissesse agora que passou um cara vendendo “bixcoito Grobo” e o auto-falante anunciou que a próxima estação era Coelho Neto dava até pra acreditar, não é mesmo?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tira a camisa!

Se você pensou que eu ia usar uma frase de funk como recurso barato pra começar o texto, parabéns. Mas isso não vem ao caso, e sim a história abaixo.

Sábado eu quis fazer um agrado aos espanhóis, que sempre me recebem tão bem e ainda são obrigados a me aturarem com cara de perdido toda vez que vou ao Camp Nou.

nota 1: sim, Camp Nou. Dessa vez, a ver Barça x Almería. De graça.
nota 2: eu estava com cara de perdido, mas eles é que não sabem torcer. Não pulam, quase não gritam. O sangue latino faz diferença nessas horas.

Voltando, meu agrado foi assistir a partida com a camisa da seleção espanhola. Legal, né?

NOT!

No estádio, ninguém se manifestou (apesar de não poder afirmar se deixaram passar ou me olharam de cara feia). Mas, num show pelo aniversário do bairro de Sarriá, um cara veio falar comigo sobre a camisa e quem deveria ser convocado, e uns amigos do Alberto (com quem divido apartamento agora) disseram que era um erro sair vestido assim. Assunto que se estendeu no almoço da sua família no domingo e dividiu opiniões.

A verdade é que a maioria dos catalães leva a história de identidade própria pra todos os campos de suas vidas. De futebol, inclusive. Eles têm sua própria língua, seus próprios costumes e, pelo visto, gostariam de ter sua própria equipe.

Seria bom, se pensarmos que eles se livrariam do Raúl. Porém, pensando no geral, é difícil entender tamanha distância entre dois povos que formam uma única nação. Aliás, o conceito de nação aqui é muito diferente do que conhecemos e de como o entendemos. Se no Brasil a mistura das raças e tudo o que passamos ao longo dos períodos de colônia, império e república nos deu a idéia de unidade (salvo os fracos suspiros separatistas dos sulistas), aqui nem mesmo a longa história do país, com séculos de vitórias e derrotas empapadas de sangue ajudou na construção dessa mentalidade. Talvez, e vou me informar melhor, tenha até piorado a coisa. Basta pensar que, não à toa, o País Basco é chamado de País.

É complicado, depois de ver isso, falar das guerras civis africanas, por exemplo. Daqui pra lá, o que muda é o grau de violência dos grupos étnicos. Enquanto nas ex-colônias o negócio é chacina, vingança generalizada e sangue jorrando pior que em Kill Bill, aqui o papo varia entre a pressão política e atentados esporádicos - normalmente avisados com uma certa antecedência - que visam aumentar a pressão no governo.

Engraçado também que na Andalucía, por muito tempo sob domínio dos mouros, a idéia de nação seja mais presente. Talvez para fugir do estigma de terceiro mundo da dominação árabe.

Tudo isso dá à "pátria de chuteiras" um significado muito mais forte, que vai muito além de um país que só se une nos jogos da seleção e canta o hino que nem a Vanusa. Por mais que seja verdade, de certa forma.

Certo é que, em matéria de união futebolística, os espanhóis são terceiro mundo se comparados a nós. E daqui a alguns anos teremos a chance de mostrar a eles como se resmunga a letra do seu Francisco (Manoel da Silva) - com a mão no peito e lágrimas nos olhos.

Que venha a Copa de 2014!

domingo, 4 de outubro de 2009

Lo siento

Estamos temporariamente fora da área de cobertura, contando apenas com a boa vontade alheia de não colocar senha em rede sem fio. Assim que, muito provavelmente, só volte a contar histórias a partir de segunda. E olha que já tenho histórias pra contar.

Como dizem aqui, ¡ojo, eh!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Enrolando em Congonhas

Ao contrário do que possa parecer, não gosto de acordar cedo. Odeio, na verdade. Mas como hoje era (está sendo) um dia atípico e especial, não teve jeito. Às 5h já tava de pé, ainda que cambaleando, indo ao banheiro colocar as lentes. Porque eu só acordo mesmo quando estou de lente.


Como sempre, saí de casa atrasado. Nada de anormal, já que terminei de arrumar as malas mais de uma da manhã. E deixei algumas coisas do lado de fora, pra quando acordasse. Ou seja, depois de colocar a lente. Mesmo saindo tarde, cheguei no horário. Quase em ponto. Mal fiquei com pais, irmão, namorada e sogros. Foram 10 minutinhos de alegria, só pra evitar chororô excessivo, e embarquei.


Com o Minc.


Mas a verdade é que, apesar de fanfarrão (tava cheio de gracinha com a esposa e um casal de amigos, antes de embarcar), é bom ter um político ou outro tipo qualquer minimamente importante no seu avião. Assim, você sabe que vão cuidar pra que ele não caia.


Eu disse avião. Né, Ulisses?


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Cheguei em sampa com tempo escroto e horas de sobra. Fui dar uma volta e resolvi olhar pela janela do terminal 2, asa C – ou algo do gênero. E percebi que a logo da Korea(n) Airlines é muito parecida com a da Pepsi. A antiga, ainda por cima.


Ou o refrigerante patrocina a companhia, ou é muito desleixo do designer deles. Essa história de “logo express” pra criar marcas de empresas, pelo visto, também é moda lá fora.


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Descobri também que esse aeroporto tem um Coffee Shop.


Pera lá, cambada de viciados mulambentos. Nesse caso, é um café mesmo. Que só serve comida. E que acabou sendo minha opção saudável aqui. A única, diga-se de passagem.


Dose foi ter que pedir um “big boss no croissant”. Mais escroto, impossível.


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Políticos vão e vêm. Logos mudam com o tempo. Cafés variam de porta para porta. Mas papel higiênico será sempre papel higiênico.