sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ops!, molhei as calças

Anos atrás, quando eu ainda era um pobre estudante deslumbrado com o maravilhoso mundo mágico da propaganda, levei meu irmão a um dos 5.967 festivais de publicidade brasileiros, que rolou no BNDES no centro do Rio. Eu era jovem, e ele um pré-adolescente ainda mais deslumbrado com o mundo universitário do que o irmão mais velho. Tudo corria normalmente até que, depois de uma palestra (creio que do Duailibi, o D da minha querida DPZ), saímos praquele coffee-break maroto e estava caindo o mundo. Era como se a Terra tivesse girado rápido demais e sem a gravidade atuando, o que faria com que os oceanos ficassem parados na estratosfera e caíssem de repente. Daí surge uma velha e começa a berrar, colada no vidro do edifício "chuva!!! é água!!!".

Tirando a parte da velha louca, foi exatamente o que aconteceu hoje em Barcelona. Saí de casa com um tempo meia-boca e voltei nadando. Caiu uma tempestade como as chuvas de verão do Rio, que deixam todo mundo ilhado. Não só molhei as calças como as meias, os tênis, a camisa e os dois casacos. Parecia um mendigo dentro do trem para El Prat - só que muito mais cheiroso e com cara de estudante, apesar da barba por fazer. Estudante de história da UFF, talvez.

O que me deixa mais cabreado nessa história toda é que tem feito frio aqui. Quem deu a Barcelona o direito de ter dias com chuva e frio? Tem que se decidir: ou um ou outro. Os dois, definitivamente, não dá. É muito escroto estar a 10*C e com um pé-d'água e vento te açoitando. Condições piores que figurante de novela do SBT é muita humilhação pra quem já carrega o fardo de ser visto como estrangeiro (e sou mesmo, mas e daí?!).

Além do mais, é ridículo ter que andar olhando pro chão e saltando poças. Me senti numa gincana do Faustão. Juro que, se aparecesse um gordo na minha frente, levava uma voadora de graça. Apesar de que, se me jogasse contra alguém e fosse parar dentro de uma dessas poças, corria o sério risco de me afogar. Tinha "um pouco" menos de mobilidade com o jaquetão boladão que pilhei do Alan por cima da minha mochila. Era uma tartaruga morena. Realmente ridículo.

Pra vocês terem uma noção, cheguei em casa e coloquei toda a roupa que estava usando no varal. Menos os tênis, que agora estão no chão da lavanderia, inutilizados para amanhã. O que me fez perceber a importância de ter um mínimo de organização e responsabilidade quando se mora longe de papai e mamãe. Se eu não tivesse posto a roupa pra lavar essa semana, amanhã teria que ir à classe de bermuda. E podem acreditar, pimpolhos, vocês não gostariam de sair de bermuda por esses dias aqui na Europa.

Apesar disso tudo, não posso reclamar. Porque o dia que precisei de sol, ele apareceu num céu azul lindo, o que me permitiu dar um pequeno passo para o Alexandre, mas um grande passo para a sua mente relaxar e se inspirar.

Mas isso eu conto em breve, porque estou com fome, tenho trabalho pra fazer e amanhã acordo cedo, cambada de vagabundos que ficam na cama até mais tarde no sábado.

2 comentários:

caveira disse...

ahahahah tava achando que ia ser moleza rapá??!!!!

Abralhos.

Cá disse...

Eiiii!!! Eu fiquei na cama até mais tarde no sábado! Eiii!

Mas é só até semana que vem, pois minhas aulas recomeçam... hihihi =)

Beijos!