segunda-feira, 19 de abril de 2010

Há dias

O verbo haver é engraçado, apesar de eu nunca rir muito dele. Ou com ele, pra não ser irônico com um grande auxiliar da nossa língua. Caso você fale como eu, claro. Sendo que eu relevo sotaques, gírias e palavras diferentes em geral. Tudo em prol de Camões, Fernando Pessoa e Beto Jamaica.

Há dias eu penso em escrever algo além do que tenho feito. Mais do que problemas de caráter pessoal. Até que, de repente, a gente percebe que "problema" é uma palavra mal utilizada. Problema é tão relativo quanto a teoria de Eistein, só que envolve semântica - aquela palavra que ninguém entende muito bem onde entra ou como funciona no dia-a-dia.

Há dias em que a gente espera A e acontece B. Há dias em que estamos assim e passa assado. Há dias tenho uma sensação estranha que defino como saudade. Há dias eu espero que algo aconteça, que algo venha e me mostre porque há dias em que um simples telefonema muda tudo.

Pois aí está. Aqui, no caso. Hoje. Uma perda que dói como se fosse minha, que mexe comigo como se estivesse batendo no meu ombro enquanto penso no que não gosto de imaginar. Como aquele conhecido distante que, vez ou outra, chama baixinho pra avisar que ainda existe, que nunca esquece de ninguém e que estará sempre ali, à espreita, esperando uma oportunidade para se fazer maior que você.

Há dias em que a gente entende porque é tão pequeno, se comparado ao universo que nunca vamos conhecer mas que nos espera a todos.

3 comentários:

Cá disse...

Nossa, que bonito!!!!!!! Adorei.

Beijinhos...

Al disse...

nossa... não entendi. mas tudo bem.

André Serpa disse...

Nossa... nao li tudo.. nao entendi.. mas adorei !
Que lindo !

Nhé !