Os caras eram reis, magos e empreendedores. Caminharam um tempão no deserto, seguindo uma estrela, pra dar mirra, ouro e incenso a um menino que nem conheciam. O investimento deu certo, e hoje eles fazem parte da história da humanidade - ainda que poucas pessoas se lembrem do nome dos três.
Assim surgiu o amigo oculto. As regras mudaram. Hoje, nem mesmo o filho do chefe leva todos os presentes. A não ser que ele seja filho do Chefe, mas há mais de 2000 anos que isso não acontece. A intenção, porém, é a mesma: dar um presente a alguém que talvez você nunca tenha visto na vida. Ou não tem intimidade. Ou não se importa, mesmo.
Isso faz qualquer ser com telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor pensar no valor de suas amizades. Outro dia, abri a carteira e pude contar quanto me custaram algumas. Guardei na gaveta da memória, tranquei a chave e joguei na cápsula que estão mandando pro espaço. Obrigado, Nasa.
Conhecidos, são inúmeros. Colegas, quem tem é a garota da laje de Mesquita. Bons colegas, o pai dela. Amigos - no sentido strictu/latu/ponderadu sensu da palavra, são poucos. E, pela primeira vez na minha vida, percebi que posso contar nos dedos. Mãos e pés, mas bem menos do que imaginava.
Obrigado a todos os envolvidos no processo. Vou começar 2011 muito mais feliz. E gastando menos dinheiro com amigo oculto.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
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