Caminhando pelo galho da videira, a uva tropeça no cabo do arado encostado na árvore, deixado displicentemente por um dos empregados da fazenda, e cai em cima de uma erva-daninha. Rasga sua pele e abre a carne, deixando o caroço à mostra. Ela sangra, atraindo formigas. Mas, antes de que os sedentos insetos chegassem ao delicioso suco dos deuses beberrões, seu Toshiro - ou Takahiro, ou Matsushiro - encontra o pequeno corpo estendido no chão e o leva para a fazenda.
Lá, coloca o fruto do seu trabalho anual numa cesta, junto de outras que sofreram o mesmo corte (ou cortes devido ao mesmo tipo de acidente, ele nunca soube ao certo), e pisa em cima de todas. Parece um grande shiatsu frutal coletivo, mas é só ganância. Seu Japa, como é conhecido em Santa Bárbara do Oeste, está preparando o sumo para engarrafar e vender ao bar mais pé-sujo da cidade.
Assim é fabricado o famoso Sangue de Boi.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
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2 comentários:
Meu nobre... vc se empolgou um pouco com o "corte da uva"...
Da proxima vez vc bebe menos rs !!!
como bom japa, vê que tudo tem um uso e nada deve ser desperdiçado. Por essas (como sangue de boi) e outras que o Japão é o grande país que é.
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