Não vou me estender na eliminação dos amarelões, basicamente porque isso é assunto em 90% de todas as rodas de conversa em todo o Brasil. Especulações, convicções e outros -ões presentes no Pai-dos-burros e que já estou cansado de ouvir, e não quero fazer parte.
Só quero registrar minha tristeza pelos jovens da seleção, que tinham vaga mais do que certa e não puderam jogar a Copa. Quero expressar minha solidariedade com os 185 milhões de coitados que serão um pouco mais coitados por mais quatro anos - afinal, em um país subdesenvolvido, onde a alegria do povão é ver que somos bons de bola, voltar pra casa mais cedo representa o fim das férias para muita gente.
Mas acima de tudo tenho que lamentar por saber que vou ouvir um monte de "eu sabia!", "eu não disse?!" e "bem feito!" durante um bom tempo. Tão insuportável quanto aquele povo que muda de opinião de acordo com o desenrolar da história (vide Galvão, criticando o time no final do jogo depois de elogiar nos outros quatro, mesmo tendo jogado tanto quanto a Polônia ou a Suíça) é quem parece esperar o pior para dizer que havia avisado desde não sei quando.
O inferno são os outros, diz Sartre e repetiram os atores da boa peça Entre quatro paredes, que vi nesta sexta com Alan e Carol. É exatamente isso que teremos que aturar, um inferno promovido pela lenga-lenga de todos os que cismam em dizer que sabem tudo. Se soubessem, com certeza não seriam pseudo-intelectuais ou os verdadeiros fracassados que são. Então, façam o favor de calar a boca. Que ninguém venha pra cima de mim com esse papinho besta, que não suporto corvo-projeto-de-cigarra.
Quer cantar bonito, nasçam de novo.
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E volto minhas escassas baterias de torcedor-frustrado para Felipão, o único brasileiro que representou verdadeiramente o espírito guerreiro que o brasileiro gosta.
Pra frente, Portugal!
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Se esse não for o fim de Parreira na seleção, então é melhor os brasileiros que gostam de futebol começarem a procurar outro país para torcer. Eu serei Djibuti desde criancinha. E você?
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O Zagallo tá vivo?
domingo, 2 de julho de 2006
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