domingo, 13 de maio de 2007

Por um mundo mais justo

Você, magnata russo bilionário que precisa lavar dinheiro. Você, bilionário brasileiro buscando diversão e uma novidade para tirar onda com seus amigos. Você, Papa, que recebe dinheiro pra rezar e busca resolver as mazelas do terceiro mundo. Enfim, você que pode gastar uma grana forte. Por favor, invista no Flamengo. Seja para levar jogadores de verdade, seja para tirar jogadores de mentira que vestem o manto sagrado.

Tomar sacode em casa na estréia é feio, né?
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Mas deixa isso pra lá, conforme prometi vou falar de programação cultural. A boa fica por conta de "Os dois cavalheiros de Verona", de Shakespeare, maravilhosamente encenado pelo pessoal do Nós do Morro. Tá no Teatro Firjan, na Graça Aranha. Ou estava, pelo tempo que eu vi.

De qualquer jeito, é emocionante ver jovens que poderiam estar roubando, que poderiam estar matando, ali, fazendo tão bem o seu papel. Literalmente. Essa foi uma das melhores peças que vi em muito tempo, capaz de colocar muito marmanjo metido a Lima Duarte no chinelo. Rider, ainda por cima.

Como se não bastasse o talento de todos eles, ainda tem a forma como a peça foi adaptada. Músicas brasileiras tocadas pelos próprios, cenário simples e muito bem produzido, elementos das cenas montados com perfeição a partir de objetos simples, como pedaços de pano. O que só comprova que o mais importante é a qualidade dos atores, não o dinheiro gasto pela produção.

Se ainda estiver por lá, vejam. Eu me emocionei, vocês também vão. É bom não me decepcionarem, emocionem-se.
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Já o ruim fica por conta do cretino do Mr. Bean. Pelamordedeus, não vejam o filme dele. Eu vi, e só não me arrependo porque estava muito bem acompanhado. Senão, teria matado um. Entendo os sul-coreanos, quando existe um ódio profundo você tem que descarregar nos outros, culpados pelo seu drama. Afinal, eles estavam lá rindo, sendo complacentes com o ridículo alheio.

Antes que me perguntem porque assisti ao filme, explico. Não me lembrava do ódio nutrido pelo imbecil do Feijão, tampouco da sua falta de graça absurda. O último filme que vi com ele não era dele, mas não me lembrava disso também. "Tá todo mundo louco" é engraçado, mas pelo conjunto da obra. Longe de ser pela sua presença. Aliás, talvez seja engraçado justamente por existirem outras pessoas além dele.

Mas como nada disso passou pela minha cabeça, fui. Pelo menos umas três vezes pensei em propor à Carol que saíssemos do cinema para ver algo mais engraçado, como uma troca de tiros ou uma batida de caminhões. Deplorável.

Mr. Bean, sorte a sua que quem veio aqui foi o nazista. Se fosse você, cortava seu saco.

ps: sou muito mal, né? Com certeza ele vai ler isso e ficar com medo.

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