domingo, 18 de setembro de 2005

Teoria e prática

Teoria: Encarar as etapas da vida e da viagem com a maior naturalidade. "Faço o que tenho que fazer, arrumo as malas, distribuo beijos e abraços e tchau".

Prática: últimos três ou quatro dias sem praticamente virados, mala pronta duas horas antes de sair de casa e uma força descomunal pra segurar a onda. Despedida é barra.

O atraso do vôo no Rio serviu para passar mais um tempo ao lado de quem amo - pai, mae, Alan, minha pequena grande Cá, Alexandre e Celinha e Fabio e Rê e Nessa - e que representaram ainda outros que amo e nao puderam ir. Agëntei as lágrimas até antes de minha pequena, mas com ela, Alan e meus pais nao deu. Admito, caíram alguns ciscos nos meus olhos. Aprendam, cranças, nunca olhem para trás depois de se despedir.
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quase perdi o aviao pra Sao Paulo. Iso porque a inexperiência quase nao me deixou entender que nao importava o destino final ser Milao, mas sim a conexao para a terra da garoa. Onde nao garoava.

Um madrilenho falador me servia de guia involuntário desde o check-in no Rio. Ele realmente falava muito, mas era (é) uma boa pessoa. E seviu para treinar minha compreensao de espanhol. Nível seis.
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Sao Paulo - Guarulhos, na verdade - foi so de passagem. Graças a Deus. Mas pelo menos nao rolou nesse aviao o apagao que deu no que fui para lá. Sério, pela primeira vez fiquei com medo de voar. Nao imaginava um Boeing com a bateria arriada, tendo que fazer uma chupeta uns quilômetros acima do solo.
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Vôo tranquilo, comidas razoáveis, povo deveras farofa, fundao do aviao (me senti em um dos ônibus do colégio, só faltou bundalelê de alguém na janela) e cheguei em Madrid. Resumo em uma palavra e três pontos: nossa...
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Madrid é organizadíssima. O aeroporto é enorme e show. Os carros no estacionamento foram todos usados no 60 segundos e ainda sobra - só de A8 vi uns quatro. Gente do mundo todo, várias línguas e dessa vez eu era o gringo. Irado.
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Tudo isso eu escrevo num caderno, numa cama na casa de Bruno e Mariester, brasileiríssimos e amigos da Viviana, rubro-negros que moram aqui há quase cinco anos. Fora Mariana, a filhinha deles de nove meses. Lindíssima. Criada pelos dois vai ser uma pessoa maravilhosa, porque os dois sao. Têm salvo minha vida desde o Rio. Só tenho que agradecer a eles - e a Vvi. Devo uma vida a cada um deles por tudo.

Com certeza vou estar atualizando (telemarketing? Rá!) a Ponte com base em Sevilla, que merecerá um post à parte. No tenho dúvidas.

Esperem (ansiosos, roendo as unhas e se empanturrando de sorvete) pelo próximo capítulo (que terao lido antes desse, mas fazer o quê).

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