Segundo o Aurélio, vulgarmente conhecido como seu pai, "desespero" é "desesperança acompanhada de cólera; zanga". Seguindo ao pé da letra essa definição, eu estaria desesperado com os malditos mosquitos que vêm à casa dos meus pais acabar com o meu sangue. Infelizmente, existem motivos maiores que esse me deixando desesperado.
Teoria
Alexandre viaja no dia primeiro de outubro. Saindo do apartamento dia 5 e da agência dia 11 de setembro, os dias que restam até o final do mês são mais que suficientes para arrumar suas coisas, resolver pendências e ainda dar uma moral pra saúde, visitando médicos e se exercitando feito um búfalo adolescente.
Prática
Alexandre sai do apartamento dia 5 e da agência dia 11 de setembro. Vai a tantos médicos que acaba inclusive fazendo exames repetidos. Depende de empresas, organizações e pessoas que não necessariamente colaboram no mesmo ritmo. Sofre com a falta de datas, ou o excesso delas - caso viajasse um mês ou dois mais tarde. Vê seu tempo ser ocupado por telefonemas intermináveis cobrando pendências que nem sabia que existia.
Problemas se acumulam. Amigos, não - afinal, a prioridade é resolver as pendengas que perturbam o seu sono. Que são muitas, contrastando com as poucas horas bem dormidas pensando nos milhares de assuntos do dia seguinte. Aliás, o dia seguinte sempre se estende para o dia seguinte, fazendo o dia seguinte ao seguinte demandar ao menos 1428 horas. Algo que obviamente não vai acontecer, deixando o dia seguinte a esse ainda mais lotado de assuntos a resolver. Que, provavelmente, não serão resolvidos.
O dinheiro vai embora antes da viagem. Não tem nem a decência de se despedir, só vira as costas e ri. Em espanhol, pra sair mais caro.
Resultado
Já é quase 30 de setembro (o dia deve ter virado quando acabar esse texto), não arrumei as malas, não preparei o portfólio, não ajeitei o que está no chão do quarto desde a mudança. Não comprei tudo o que vou levar, não separei documentos nem encerrei a conta corrente. Carol me espera no quarto, Alan está na sala e ainda nem limpei o mochilão - o que pelo menos me liberaria pra subir.
E eu aqui, escrevendo na Ponte.
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Um comentário:
"Carol me espera no quarto"? Nossa, nunca fiz parte de uma frase tão sexy.
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