Pela segunda vez na minha vida, participei de uma maratona. Não por acaso, promovida pela mesma empresa da anterior - só que um caminho inverso. De quarta para quinta, a Alitalia me fez percorrer milhares de quilômetros entre Barcelona, Roma, São Paulo e Rio de Janeiro.
Antes de dar minhas impressões da reentrância no planeta tupiniquim, duas dicas pra meus queridos leitores:
Um, sempre peçam para viajar na saída de emergência dos aviões. As poltronas daí oferecem ainda mais espaço que as da primeira classe. Você só precisa saber falar inglês e não ter um problema como ser cadeirante ou estar grávida (sim, por lei estar grávida é um problema e impede você de viajar ali). E, convenhamos: se a aeronave cair, você não vai poder fazer nada - como abrir a porta de emergência. Você morre. Mas a chance de ele cair é tão grande quanto a do Botafogo ser campeão brasileiro com o Natalino.
Ou seja, você viaja com um latifúndio de espaço a troco de uma hipotética oportunidade de salvar a galera caso algo aconteça. Nada mal.
Dois, nunca deixe de tentar trocar seu vôo só porque a empresa X disse que não tem vaga. Se for uma como a Alitalia, provavelmente eles estarão errados. Eu troquei 10 horas de espera no aeroporto de Guarulhos por 30 minutos de correria para chegar oito horas antes. Com uma bela ajuda do pessoal da TAM. Ponto pra eles.
E foi assim que pisei em território ensolarado de sotaque bonito na hora do almoço. Um sinal do que estaria por vir (comida de mamãe, quatro pratos fundos que me deixaram esparramado no chão da sala por algum tempo). Mas confesso que essa pequena orgia gastronômica, e a óbvia felicidade de estar junto aos que amo tanto, não apagou a péssima sensação que tive do país ou a saudade que o outro lado dessa poça gigante chamada Atlântico deixou em mim. Vou falar disso no próximo texto, porque esse é exclusivamente para resmungar (agora, resmunga você).
Ruas esburacadas. Carros da PM com fuzis pra fora da janela. Favelas em todo o caminho. Trânsito caótico. Cartaz do Eurico com o irônico "ficha limpa" escrito ao lado da cara (de pau) e isso de propaganda eleitoral. Noite cara. Dia caro. Bukowski mal freqüentado. Café no Starbucks a 10 reais.
Eu amo o Rio, amo o Brasil, mas o tempo passa e parece que a gente não aprende nada. Assim é difícil de defender o país. Né não, mestre?
Isso é coisa do satanás!
domingo, 29 de agosto de 2010
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