terça-feira, 31 de agosto de 2010

Não dá pra levar o Brasil a sério

atenção: texto com alto índice de ódio, ira, rancor, raiva e resmungo - mas razoavelmente irônico, pra aliviar a leitura

Eu voltei pra casa no momento errado. Além de tudo - principalmente, pessoas especiais - que deixei em Barcelona, cheguei no país justo na época das eleições. E o que tenho visto está conseguindo minar até minha fé inabalável de que o Brasil tem jeito.


O que é que faz um deputado federal?

Mas a culpa não é do abestado aí de cima. É minha. Infelizmente, resolvi deixar no horário eleitoral agora à noite. Promessa vazia vai, candidato reconhecidamente corrupto vem, aparece o Sérgio Cabral. Tenho pena do meu pai, que tem o mesmo nome dele. Porque é uma desonra ser homônimo de alguém como ele.












Puxa meu dedo pra você ver uma coisa!

Eu não vou entrar no discurso completo dele antes que comece a espumar em cima do teclado, perca minha saúde e uma grana na assistência técnica do Crush, meu laptop. Mas o que me deixou mais revoltado foi escutar a história do bilhete único.

Calculadora na mão, crianças. Você paga R$ 4,40 por dois transportes públicos. Mas a passagem simples custa R$ 2,20 num ônibus urbano e R$ 2,35 num intermunicipal (se estiver errado me avisem) - ou seja, você está economizando no máximo 30 centavos. O cartão do bilhete único não substitui o Riocard. Você só pode pegar dois transportes, então se vai de São Gonçalo a Seropédica eu não faço a menor idéia de como resolver o quebra-cabeça. E, conhecendo o trânsito carioca como eu, 2h35 pra fazer baldeação não significa muita coisa se a pessoa pega a Brasil, Lagoa-Barra ou outras mil avenidas movimentadas da cidade.

Resumindo a enganação: o bilhete único não é único, nem mesmo bilhete. É um cartão a mais pra você colocar na carteira e rezar pra conseguir usar a cada dia.

E é uma das plataformas do Sérgio Cabral. Que está uns 30 pontos à frente do Gabeira, e deve ser eleito no primeiro turno.

É bom o Brasil me dar algum motivo extraordinário pra acreditar nele, senão vou repensar seriamente a história de que aqui é meu lugar.


Por isso que eu me mandei daqui! Povo ignorante! Ahhhhhhhhrrrrrrrghhh!

4 comentários:

Anônimo disse...

– Passei toda a minha infância escutando que era impossível acabar com o tráfico nas favelas, em função da topografia do Rio, repleta de morros... Que a Polícia não conseguia subir os morros, mesmo sabendo onde os bandidos estavam, etc.. Pois bem, o impossível aconteceu, e sem violência! As UPP’s são a maior conquista da história da segurança pública do Estado!

Anônimo disse...

– Passei toda a minha infância escutando que era impossível acabar com o tráfico nas favelas, em função da topografia do Rio, repleta de morros... Que a Polícia não conseguia subir os morros, mesmo sabendo onde os bandidos estavam, etc.. Pois bem, o impossível aconteceu, e sem violência! As UPP’s são a maior conquista da história da segurança pública do Estado!

Unknown disse...

Sérgio Cabral, é você? (se for, some daqui)

Sergio Cabral disse...

sim. eu leio tudo.