sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Sono?

Comentários rápidos:
-o contador da Ponte tem caído a cada dia. Nao digo entrado menos gente, tem diminuído. Será que é represália contra minhas idéias ou será que tem gente roubando meus numerozinhos? Seria isso um plano para desestabilizar minha conquista do mundo?
-Fabio me rendeu uma homenagem no orkut que é uma poesia. Vale a pena ler, nos meus testemunhos;
-a saudade tem batido mais forte;
-mais e mas têm dado meio errado, ou deram uma vez, e Carol aproveita para me corregir. Mais que saco, nao quero mas que ninguém me diga se estou certo ou errado;
-errei aí em cima de propósito, tá?;
-hoje a previsao é de 4 graus mínima;
-agora sao três os italianos que quero matar;
-recebi uma caixa do Brasil que é uma coisa inexplicável. Da minha pequena, certamente. Vou falar sobre isso com mais tempo. Quando tiver.
***
Porque virei mais uma noite. Nada mal, estou cada vez mais resistente. Mas graças a isso, cochilei aqui no cpu, o que nao me deixa muito tempo para postar. Ainda assim, ou mesmo assim, quero desejar a todos um excelente 2006, feito com tudo do melhor que vocês merecem. Façam por onde que chegarao lá, crianças!

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Minha cabeça

Admito que sou um tipo, digamos assim, peculiar. Minha hiperatividade, minha falta de necessidade de sono (estou virado - mais uma vez; e sei que pode ser prejudicial no futuro, mas no presente é necessário, o que faz com que isso nao venha ao caso), minha forma de lidar com as coisas - boas e ruins. Mas este ano me fez pensar em muita coisa sobre esse meu jeito. E ainda nao me ajudou a chegar a nenhuma conclusao.

Vamos analisar genericamente, talvez sirva para vocês também. Você sabe o que te faz realmente feliz e realmente triste? Sabe dizer "sim" e "nao" na hora certa, quando se faz necessário? Sabe manejar coisas que vao contra a sua vontade, atitudes que estao em desacordo com seus princípios, pensamentos controversos? O que você gosta e o que nao gosta?

Tenho percebido que muitas dessas coisas sao deixadas de lado, que a gente nao se conhece de verdade. Eu, pelo menos. E este tempo longe está me clareando as idéias. Minha mente está se organizando, mostrando a ela mesma como deve ser minha vida. Inclusive, muitas das coisas que devo fazer e como se estabelecem prioridades.

Claro, posso estar errado. Mas quando você pensa na possibilidade de estar enganado diminui consideravelmente as chances de acertar. Veja bem, nao digo nao pensar que pode dar errado, porque é sempre bom estar preparado para tudo. Mas é importante acreditar que tudo o que você faz é por um motivo que tende a levar a um objetivo satisfatório, uma vitória importante para sua vida. E é assim que tenho visto este tempo longe do Brasil.

Sinceramente, sei o que vai acontecer aqui na faculdade, sei o que vai acontecer em Sevilla, sei com quem vai ser bom manter contato das pessoas que conheci aqui e quem vai se tornar (ou já se tornou, nao vem ao caso) amigo de verdade, daqueles que você faz o possível e o impossível para ver bem sempre - como procuro fazer e como os vários amigos que tenho na terra adorada, sei cada vez mais o que quero e nao quero, gosto e nao gosto, e acima de tudo aonde quero chegar na minha vida. E nao vou medir esforços para alcançar tudo pelo qual tenho lutado tanto. Mas sei que posso conseguir e sei que vale a pena.

E meu tempo de autoreflexao nesta viagem vai atingir o ponto máximo daqui a um pouco de tempo. Quanto menos tempo tenho, mas quero e sou obrigado a fazer um balanço da minha vida. Espero que meus cálculos estejam certos e que ela esteja realmente pendendo para o lado positivo.
***
Digo isso para que todos possam pensar o quanto se conhecem. Ainda somos jovens e temos tempo de mudar tudo que nao queremos em nós.

A gente tem várias vidas, mas só vive uma de cada vez. Aproveitem essa.
***
Meu plano-sonho europeu segue firme e forte. Mochilao Quéchua de 70l a 64.90 euros, luvas a 4.95 e gorro a 6.50. Com o cartao de memória a 50, está praticamente fechado o kit básico de projeto. A ver.
***
Deixei por último um trechinho do email de Natal que recebi de Alexandre, meu sogro, pai da minha pequena. É sempre bom ler algo tao animador, que te incentiva tanto, já que nem todos sabem da importância disso. Enfim, aprendam uma coisa. Quem te valoriza merece ser elogiado.

Obrigado, Alexandre, por tudo. E Celinha também. Inclusive, e principalmente, pela minha pequena linda.

"(os gregos) precisavam antes viver aventuras extraordinárias, passar por grandes privações e dificuldades para, preparados, produzir grandiosas façanhas, alcançar excepcionais vitórias."

Nao sei até aonde vou poder chegar, tudo o que vou poder fazer, mas este é o caminho que tenho seguido. E é a confiança dos que amo que me fazem ter força para passar por dificuldades, como sempre foi na minha vida. E que me fazem superar todos os obstáculos, como tenho conseguido.

Obrigado a todos os que realmente estao ao meu lado, e tenham a certeza de que vou continuar sempre ao lado de vocês. Para tudo. Como um amigo de verdade.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Noite feliz

"Ó Senhor, Deus do amor", etc. Como nao posso postar neste final de semana escrevo agora sobre o Natal. Uma espécie de previsao sobre o dia. Mais ou menos Mae Dinah homem e carioca.

Amanha vai rolar ceia na casa de todo mundo, troca de presentes, beijos e abraços e aquele tradicional "Feliz Natal, Fulano(a)" regado a choradeira sincera. Tem rabanada, bacalhau, vinho, jogo de cartas e visita dos vizinhos. Todo mundo fica acordado até quase de manha, para no dia seguinte acordar mais tarde e comer mais.

Aqui também vai ser assim. Quer dizer, nao rola rabanada nem deve ter bacalhau. Mas o resto sim. Apesar disso tudo, estar longe das minhas duas famílias - a original e a recém-adquirida - me faz sentir um certo vazio por dentro. Receber um cartao assinado por todos e a ligaçao da tia Marlene hoje (o que faz com que seja a primeira a me desejar oficialmente feliz data) me fizeram um cara mais feliz e emotivo, ao menos temporariamente. E além de me fazer perceber quanto gosto e sinto falta de todos aí, me fez ver o quanto todos sao importantes para mim.

Nao que eu nao soubesse, muito pelo contrario. Mas reforça ainda mais a importância que todos e cada um tiveram para moldar-me, para que eu seja como sou hoje. Seja bom ou seja ruim. E independente das interpretaçoes pessoais sobre minha humilde pessoa, acredito que sou um canalha estúpido de bom coraçao. O bom coraçao vindo dos que estao ao meu lado, e o resto vindo do meu lado negro. Sem culpa deles.

Por isso, ao chegar em mais um fim de ano, quero desejar a todos que eu conheço, estando perto ou longe (porque longe de verdade só em quilômetros, nao em pensamento), pensando o que quer que seja, um Feliz Natal, cheio de boas recordaçoes e bons momentos ao lado de quem se ama. Porque apesar de crer em reencarnaçao e que voltamos para aqui, é bom lembrar que está vida nós só vivemos uma vez. Entao é melhor fazer com que seja inesquecível.

E que todos comecem por um Natal inesquecível.
***
Em homenagem ao Papai Noel...

Bing Crosby and the Andrews Sisters

"Here comes Santa Claus, here comes Santa Claus,
Right down Santa Claus lane
He'll come around when the chimes ring out
That it's Christmas morn again
Peace on earth will come to all
It we just follow the light
So lets give thanks to the lord above
That Santa Claus comes tonight!"

Que um dia esta letra - ou parte dela - possa se realizar por completo. Beijos, abraços e Feliz Natal cheio de saudades do velho continente.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

"Tô cansadôo..."

Tô cansado, e minha vontade é de mandar tudo para o inferno. E todos. Mas como o Natal está muito próximo, seguro um pouco mais a onda. Afinal, esta é a data onde Jesus nasceu e instituiu como dia mais importante do ano para dar presentes uns aos outros, né? Está até na Bíblia: "Dê de presente aos outros o que gostaria de dar a si mesmo".

Em todo o caso, adianto um vá para o inferno para uma boa quantidade de pessoas. E tenho dito.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Adendo

Crédito aos skamaradas, do meu irmãozinho mais novo de Sevilla, o franco-brazuca Ste. Transcrevo, ou seja, pontuação e afins de acordo com o que está escrito.

"Sacerdotal
assim chegou o príncipe
montado no cavalo seu (glorioso)
dirigiu-se ao seu povo
dirigiu-se aos fiéis
diririu-se a Gibraltar
dirigiu sua carroça
dirigiu até o mar
dirigiu seu dirigível
dirigiu sem parar
dirigiu até aqui
dirigindo para lá
dirija
dirija meu filho
dirija até o mar
dirija
dirija meu filho
mas dirija devagar"
***
Isso veio em boa hora. Ou ao menos em uma hora condizente com minha cabeça. Preciso de férias, preciso fugir da rotina, preciso de ar fresco e diferente e ar de verdade, não o ar viciado de uma vida cada vez mais igual. Preciso estar em outros lugares, em todos os lugares. Cada vez mais me sinto como cidadão do mundo.

Só preciso tomar cuidado para não virar hippie maluco.
***
Mais uma vez ele voltava de madrugada. Outro dia com os amigos, outro em que se sentia solitário, vazio. Queria poder beber mais para esquecer, mas além de seu estômago não deixar, ele não conseguiria deixar de lado seus sentimentos. E por isso voltava só, sóbrio e sombrio para seu quartinho.

O que não contava era encontrar a última coisa que gostaria de ver no ônibus, bem ao seu lado. Um casal. Mas não um casal qualquer, um daqueles bem felizes, apaixonados, que pretendem sempre mostrar ao mundo como são fogosos juntos. E por mais que tentasse desviar a atenção, seus olhos de vidro se voltavam para os dois se beijando e se abraçando.

"Nossa, como é linda!", pensava. na verdade não era linda, nem bonita era, mas a solidão aumenta o poder de visão. Ajuda a enganar o cérebro, pelo menos. E o que os olhos vêem deturpados o coração sente melhor.

Uma esbarrada! Droga, bem que poderia ter sido no braço, pelo menos não sentiria sua barriga flácida. Ou no rosto, de repente. Nos óculos, para que eles quebrassem nos seus olhos e ela sentisse pena. Aí ia levá-lo para casa debaixo de seus braços, pedir mil desculpas, cuidar dele até que ficasse bom, e aí ela poderia deixar de ter pena e sentir alguma coisa a mais. Ou ao menos sentir menos pena. Ou...

Agora quem sentia pena era ele. Pena de si mesmo e da sua situação patética. Pena de ser apenas mais um ninguém para todos à sua volta, pena por saber que seu destino era seguir solitário até que o mundo mudasse os conceitos de beleza e passasse a reparar em gordinhos de óculos sem nenhum atrativo em especial e com uma vida parada e idiota. E só aí ele deixaria de sentir idiota também, e poderia ser alguém mais feliz.

Por enquanto, era impossível ser feliz. Chegou seu ponto, desceu com lágrimas nos olhos e caminhou até seu apartamento com aquele riozinho gelado cortando suas bochechas salientes. Sabia que não havia nada que pudesse fazer. Não que ele soubesse. Pensou que a única solução era acabar de vez com aquela existência ridícula, que talvez assim fosse notado. Assim como fizeram, fazem e farão milhões e milhões de pessoas. Pensou, mas de pensar a fazer a dist[ancia é grande, e seu desespero era inversamente proporcional à sua coragem.

Enxugou as lágrimas, tomou um copo de refrigerante, comeu uma barra de chocolate e dormiu no sofá. Outra vez.

Dificuldades

É difícil manter contato quando até a rede mundial de computadores resolve prender você ao seu pequeno mundo particular, sem possibilidades de manter quaisquer tipos de conversações com qualquer pessoa a quem te interesse.

Ou seja, a Internet está uma bosta na faculdade e mal consigo ver emails. Enfim...
***
Faço e refaço contas para ver o que poderei fazer antes de voltar para casa, e cada vez fico mais preocupado com o tanto possibilitado pelo meu bolso. Ainda assim, fujo de mais trabalhos. Loucura?

Seria, caso meu cansaço não estivesse a ponto de me vencer. Já troquei a manhã pela madrugada, não durmo antes das 4h nem acordo antes de 11h. Se fizer mais qualquer coisa cansativa profissionalmente falando, morro em três dias. Ou CATOUZE.
***
Por falar em profissional, profissionalismo, profissionalmente e prof+terminações distintas, quanto mais tempo passo aqui mais as coisas mudam na minha cabeça, e cada vez mais o rumo que darei à minha vida, na volta para casa, parece mudar.

Isso parece muito mais loucura do que eu disse antes, ainda mais para quem é completamente apaixonado por redação publicitária, mas tudo tem um sentido. Até o que parece não ter nenhum. Espero, pelo menos, que minhas decisões sejam acertadas e os resultados sejam satisfatórios. É ver para crer.

Além do mais, é sempre bom assumir riscos. Mesmo que pareça loucura.
***
Esta postagem está repleta de "loucura" por um simples motivo. Que eu não sei qual é. Deve ser minha parte louca falando (ainda) mais alto hoje.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Bad, bad Google

No Gmail for me. Assim sendo, sei muito menos de vocês hoje. Isso caso alguém tenha me mandado email.

Meu irmão está indo bem, obrigado. O que me deixa deveras feliz e orgulhoso.

Pelas minhas contas mais pessimistas, não vou ganhar dinheiro para fazer tudo o que gostaria. Ou seja, se torna anda mais obrigatório vender coisas minhas sem utilidades no Brasil, como máquina, teclado e afins. Interessados falar com Alan.

O euro continua subindo, o que me deixa razoavelmente irritado. Com vontade de matar alguém.

Poderia matar a menina italiana que trabalha comigo, e consegue a façanha de me tirar do sério. Vejam bem, eu. Alexandre. Me tirar do sério. Se fosse só com os outros, tudo bem. Mas além de tirar absolutamente todos os outros do sério, inclusive um francês gente fina que ri até de batida de avião, ela me tira do sério. I wanna see dead people.

Minha memória está quebrando todos os recordes. Negativos. Esqueci de avisar ao chefe que o encarregado do bar tinha pedido para trabalhar ontem de 17h até fechar. Esqueci do trabalho de grupo, acordei e não sabia para quê, voltei a acordar faltando 40 minutos para chegar na minha faculdade, sendo que levo uma hora. Esqueci que tinha que ir ao Correio, e quando fui esqueci de ver qual era e fui ao errado. Esqueci de lavar as meias, esqueci de fazer compras, esqueci de passar os arquivos da máquina para um CD. Esqueci, esqueci, esqueci. E esqueci também. Deixo até registrado, já, que quero ser cremado. Primeiro, antes que eu esqueça de avisar. Segundo, porque ia esquecer de dizer o que quero na lápide, e iam colocar qualquer coisa. E antes que me esqueça, quero ser cremado só depois de morrer, tá?
***
Agora uma coisa inesquecível - até e, principalmente, para mim. O motivo de eu ter que ir ao Correio era um aviso de carta para mim, vinda do Brasil, enviada pela minha mãe. Hoje, depois de fazer uma peregrinação, consegui achar o troço. Mas valeu a pena.

A mulher procurava um grande embrulho, e era um "simples" envelope. Mas dentro dele havia um cartão de Natal. E dentro do cartão de Natal, assinaturas e recados de toda a minha família. Mãe, pai, irmão, avó, primo, primo-filho, prima, tia-madrinha, tio-padrinho, tia, tio, tia. E abri dentro do ônibus, o que deve ter dado, mais uma vez, aquele ar ridículo de "que cara de choro, que que esse cara tem? Tem até barba na cara e tá assim...". Em espanhol, claro, mas aqui escrevo em português.

É meu primeiro final de ano longe de casa, longe da família, longe da Carol, coisa que eu pensava que nunca ia acontecer. Mas aconteceu. E digo com sinceridade que, se não estivesse ao lado de gente que gosto tanto aqui, não sei como passaria por agora. Para quem está acostumado a estar ao lado da família, a ser um cara família, esses milhares de quilômetros soam como descaso, até. Mas não é por mal, é por necessidade. Só porque eu quero - e vou - ser alguém na vida, e isso inclui alguns sacrifícios.

Até porque, a distância cria saudade mas não mata o sentimento.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Un montón de cosas

Antes de mais nada, e de qualquer coisa que queira postar, uma homenagem-desculpa com motivo:

Fabio (que deve-se pronunciar Fabío, porque não leva acento), muitos e infinitos parabéns pelo dia 17. Para quem não entendeu, foi aniversário dele. E não pude ligar, mais uma vez, graças à minha (falta de) condição financeira e (falta de) tempo. Mais a primeira, com a segunda chegando muito perto.

Meu querido irmão mais velho, um dos poucos aliás, companheiro de inúmeras choradeiras e segredos segredados secretamente, ator e publicitário nas horas vagas, com uma família que conheço tanto que me considero parte dela, que você tenha uma vida excelente, com tudo o que pretende fazer vindo logo, e se possível muito logo. Apesar de sabermos que as coisas vêm na hora certa. Espero que tenha curtido demais o dia, e que possamos comemorar juntos na volta. Você merece, meu rapaz!!!
***
Agora, sim. Fim de semana, de ano, e eu longe da família. Assim como 114% dos brasileiros de Sevilla. O que fazer, então, nos perguntamos (não a mim, mas concordei quando soube)?

Amigo oculto.

E assim ganhei minha primeira bola de futebol decente em anos de jogatina futébica meia-boca, com redondas de terceiros ou improvisadas. Esta não!!! É oficial, verdiblanca e, além do escudo do Bétis, está personalizada com um feliz navidad do meu querido irmãozinho mais novo Bruno. Que, aliás, está muito feliz com o terceiro título mundial do SP(F)C. Só Pra Contrariar. Ou São Paulo. A mi me dá igual.


O Bruno é o da direita.

Além do meu presente recebido, o meu dado foi deveras bem aceito, presumo eu não sei, e a reunião foi divertida. Pois é pois é pois é, e assim vai se formando uma nova família em terras estrangeiras. Que espero que não se separe.
***
Apesar da festa legal, tive que sair cedo. Mais uma vez. Porque sou um menino responsável e trabalhador. E fiquei de 19h às 2:05, tendo que correr com a temperatura a oito graus por pelo menos 1km para pegar o ônibus.

Digo com sinceridade que, o dia que vocês suarem com um calor de oito graus, vão entender como eu me senti. Achei que fosse morrer, de tanto que tussia e respirava mal. Eu torcia, pelo menos, para morrer dormindo.

Como estou escrevendo, vocês podem ver que não morri. Sorte de uns, não de outros. Acontece.
***
Flagrante exclusivo!!!


Frias, emocionado, chama Alan ao palco na sua formatura.
***
Como devem ter notado, esta é uma postagem sem rumo pré-definido. Acostumem-se, é impossível colocar as idéias no lugar e aqui tão rápido quanto eu gostaria.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Hoje é dia de Brasil

Nada de Espanha hoje. Ao menos em teoria, já que minha memória equivale a um 286 com defeito de fabricaçao. Tudo que quero falar diz respeito ao nosso querido e confuso país.

Primeiro que ontem, depois de meses e meses aqui, consegui enfim falar com amigos do Brasil. Foi aniversário do fiote goiano (André, para quem nao saiba), e sabia que estaria todo mundo lá. Passei perto, mas falei com ele, fiote cineasta, fiote cafético e seu irmao gêmeo de voz. Faltou o fiote flamenguista, mas pelo que soube seu ritmo anda frenético, o que o tira de casa por muito tempo. Só falta eu voltar e encontrar fiotinhos seus pela cidade...

O caso é que matei mais um pouco da saudade do país. Além deles já falei com Rê (duas vezes!), a mae do Márcio e Dioguinho. Ainda falta muita gente, mas nao me critiquem. Pensem que ligo sempre de madrugada, num frio do cao, de orelhoes espalhados pela cidade - que estao sempre longe da minha casa graças à maldita Telefónica - e em moedas. De euros. O que dificulta um pouco mais ainda muito a açao.

Sim, e como nao podia deixar de ser falo com minha pequena e seus pais e meus pais e Alan e minha família como um todo. A freqüência vareia, mas o importante é poder me sentir um pouco mais próximo dos que amo e estao longe de mim, e que devem sentir menos do que eu por estarem juntos. É dose estar separado. Ainda bem que fiz amizades boas aqui, senao teria surtado.

Aliás, ontem falei com Carol. E meus pais. E fiquei com pena de nao falar com meu irmao, posto que soube que ele gabaritou português na UFF e está na segunda fase, ficou em segundo no colégio (segundo... perdendo pra menina... No Xou da Xuxa isso valeria um ponto a mais para elas) e foi homenageado pelo Khaled, que molhou os bigodes de emoçao. O que, aliás, deve ser punido pelos muçulmanos, porque homens nao choram. Ele (árabe, nao meu irmao) vai ficar sem quibes neste fim de ano.

E Alan, como nao podia deixar de ser, parabéns. Mais uma vez. Quando chegar aí chutarei longa e demoradamente o seu saco.
***
Mas nem tudo sao flores no país. Ontem li uma estatística sobre os índios do país, que estao se multiplicando em áreas urbanas. Hoje leio que os índios estavam sendo retirados de uma terra que haviam invadido quando os fazendeiros queimaram as casas que ainda estavam deixando, como provocaçao.

Por que, entao, nao pagamos uma indenizaçao aos índios por termos expulsado todos de suas terras? Imagino que eles nunca tenham pensado em colocar uma açao na justiça por nos metermos na Amazônia, por desmatar e destruir onde viviam há séculos, por incorporar doenças desconhecidas a eles em suas vidas - e matá-los com gripe, por exemplo -, por pegarmos tudo de precioso em troca de espelhinhos e álcool. Nao me lembro de ter estudado, ou de ter visto alguma vez, que quando chegaram aqui os portugueses troxeram um advogado e assinaram um contrato pela compra dos hectares onde estavam. Nao me acordo de ter visto nenhuma documentaçao de cessao de terras. Nao me lembro de ter escutado nenhum índio pedindo, na língua deles ou na "nossa", pelamordonossodeus para que pudessem vir para as cidades, trabalhar de peao-de-obra e empregada e morar em favelas. Isso quando trabalham e tem favelas para morar.

Entao onde está a justiça? Onde é que fica os direitos do homem, da criaça e do adolescente, direitos iguais para todos os cidadaos brasileiros, direito de acesso à terra, saúde e todos os blablablas que a gente escuta em época de eleiçao? Onde entram os direitos humanos, as ONGs, a compaixao, a preocupaçao com os problemas contemporâneos e o que mais que seja que escutamos todo final de ano na Globo e dos artistas, quando vao falar sobre seus novos projetos, ou de empresários depois de serem sequestrados? Vao para o inferno, só acredito que há alguém preocupado quando alguém realmente fizer alguma coisa para mudar o quadro.

E minha revolta pode até ser pela ligaçao que tenho com meu passado recente desconhecido, mas pouco me importa. Sou neto de índio e sinto por eles, que sinto como se fosse comigo. E, na realidade, é.
***
Leio também sobre a greve dos professores das federais, e leio que o seu Fulano do MEC reclamou que a culpa é da galera do Andes que é do psol e do pstu. Nao duvido nada, esses imbecis (excluindo Chico Alencar) só atrapalham tudo. E, se pudesse resumir tudo em um nome, seria Heloísa Helena. Ah, é, posso. A culpa é da gralha vermelha histérica e aproveitadora da Heloísa Helena. Morte a ela.

Nao, nao prego que ela morra e nem pretendo fazer nada, antes que alguém me acuse de fazer alguma coisa. Isso é força de expressao. Mas que a culpa é dela, isso é.

E leio também (sim, leio muito) que o PSDB e o PFL estao atrasando a votaçao para a criaçao da lei para as florestas sustentáveis. Mas é claro que o nome dos partidos apareceu uma mísera vez, e muito rápido, no Globo. Eles estavam muito preocupados em queimar o filme do Lula enquanto a eleiçao se aproxima. Mas que fique registrado que o desenvolvimento do país atrasa mais e mais graças à falta de vontade real em fazer o que se deve. E a direita tem grande culpa nisso. Mas isso nao importa para o Globo.

Dica: leiam outros jornais também. Ou pensem mais, pelo menos.
***
Para fechar a Hora do Brasil de hoje, leio que César Maia havia vetado a lei que permitia o município de processar por "dano à imagem da cidade, perturbação da ordem pública e perda de arrecadação, qualquer pessoa que for detida e autuada fazendo tumulto, praticando ou incitando a violência em casas noturnas", e que o veto foi derrubado. Bad, bad mayor, no votes for you.
***
Ah, e nada de "til" na postagem de hoje, porque estou usando Linux e ele nao aceita o atalho para tal acento. E é óbvio que nao ia ficar procurando na net como se faz. Mas sei que vocês entenderam.

E a todos que tiveram a paciência de ler até o final e se maravilharam com inúmeros três ou quatro textos sobre nossa pátria amada, Brasil, bom final de semana. Beijos e abraços em seus coraçoezinhos quentes de sol, enquanto pego 4 graus aqui.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Pois é, pois é, pois é...

Queria falar sobre meus jogos de handebol depois de jogados alguns, ou depois de alguma coisa absurda acontecer. Como aconteceram os dois, posso falar agora.

Fui posto no time da faculdade para jogar a liga externa, que é o campeonato entre as várias carreiras da US. Já comecei de titular, sabe-se lá Deus porque, e meu primeiro jogo foi muito bom. Não que o segundo jogo, o de hoje, tenha sido mal. Marquei três gols e dei passe para um, o que me coloca como artilheiro do jogo. Pela minha equipe. E aí entra o ourto lado da história...

A equipe daqui é limitada, de certa forma. Tem alguns com alguma noção, mas como conjunto é uma boa tentativa individual. Já o time contra quem jogamos hoje era bem melhor. Bem melhor. Com jogadinhas ensaiadas, tática e tudo o mais.

O jogo de hoje, voltando ao assunto, foi divertido, até. Não para mim, que queria socar a cara do juiz. Não havia necessidade de roubar para uma equipe claramente superior a nossa. Não tinha porque fingir que não via pisadas na linha deles, o que não vale no handebol mas não impediu pelo menos três gols deles. Não tinha porque evitar mostrar cartão para eles, porque a cada cinco vezes que eu ia para o ataque, quatro era parado com faltas - seguravam meu braço, minha camisa, me abarçavam. Um saco. E também não tinha porque fingir que era sério, se estava apitando claramente para eles.

O resultado do conjunto de coisas acima citadas foi um sacode de 44X9. Fora eu ter sido retirado por dois minutos, depois de reclamar - com razão - que não aguentava mais aquela palhaçada de faltas o tempo inteiro. Minha ovntade era de socar a cara do juiz, um playboyzinho metido a autoridade.

Isso só porque eu gritei que era impossível jogar com eles fazendo faltas a cada ataque nosso. Disse que não dava para ser assim e fui expulso. De fora ainda berrei para ele colocar a camisa azul-clara (da equipe adversária), já que era claramente favorável a eles. Isso tudo no meu espanhol com acento português, o que deve ter sido muito engraçado e bastante compreensível para ele. Ainda assim, fingiu que não ouviu. Escroto.

Depois de abrirem uns vinte gols de vantagem, a galera do meu time passou a levar o jogo na zoação. Até eu, que odeio perder. O goleiro tomou gol de goleiro, de lateral, o time perdeu alguns gols (quando conseguia atacar). Entrei no final para fazer meu terceiro e berrar "¡Vamos que son solo más 33!". E fazer geral rir, porque depois de um chocolate assim, só rindo mesmo.

E, por incrível que pareça, nosso time ainda pode se classificar. Basta vencer o próximo jogo, dia nove de janeiro. Vou me preparar para destruir na próxima partida. Nem que seja a cara do juiz.
***
Isso merece ser comentado, apesar de ser daí e este blog estar narrando basicamente a vida e os costumes do velho continente. O Lula ordenou prioridade para o mínimo para o próximo ano, devendo chegar a 340 ou 350. Aí o Globo disse que o impacto para as contas públicas deve ser entre 3 e 4.6 bilhões.

Ah, então não dêem aumento, pelamordedeus!!! Não precisam mesmo, já que com 300 se pode viver tranquilamente no país, então para que mais?! É muito mais vantajoso dar aumento semestral aos deputados, juízes, senadores e afins, como sempre fazem, já que seu trabalho é longo, difícil e eles recebem mal por todo o esforço que fazem.

Depois leio que Serra defende fim da reeleição e mandato de cinco anos para presidente. Serra que, por um acaso, é do partido do FHC. Que, por um acaso, foi quem instituiu a reeleição para o mandato de quatro anos. E o Globo coloca destaque para a notícia, que deve ser de suma importância para o país mas que é impossível de ser compreendida em toda sua complexidade por leigos limitados e sem educação como eu. Isso deveria me fazer mais tranquilo, saber que tem gente honesta e bem intencionada pensando na população enquanto define os rumos do Brasil.

E assim segue o nosso país, rumo ao buraco que nossos governantes cavam para nos enterrar. Na verdade nem cavam, inventam uma mentira, criam uma lei e fazem o povo cavar, porque isso não é trabalho para eles. Seu trabalho é mentir, criar leis, distorcê-las depois e descansar bem longe do país, que está ficando uma bosta e eles não sabem o motivo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Moda, Sevilla e afins

Antes de falar do poder da moda, que dita "certo" e "errado" no mundo todo, um comentário/constatação. Aqui na cidade existe um jornal chamado "20 minutos", que em teoria é para ser lido neste tempo. É grátis, e sua idéia é passar de mão em mão para que o maior número possível de pessoas tenha acesso à informação.

E qual não é minha surpresa (na verdade, nenhuma) ao ver estampado na capa a notícia de que "cada dia três pessoas na província (de Sevilla) se vão de casa sem dar explicações". sinceramente, nada mais natural se se parar para pensar que Sevilla é uma cidade onde a maior diversão é encher a cara - praticamente todos os dias, festivos ou não, com ou (quase sempre) sem música -, o emprego dos jovens de classe mais baixa, e alguns de média alta, é vender haxixe e maconha, além de haver um bairro onde nem nesmo moradores da cidade entram, apesar de estarmos na Europa e todos ganhando em euros. Fora a "educação" de não se importar com os mais velhos, nem com os problemas alheios, tampouco com a pobreza, assim como ignorar a família em boa parte dos casos, já que é muito mais interessante e produtivo andar de moto pelas ruas pichando "mezquitas no gracias" e fazendo arruaça pela madrugada.

Primeiro mundo, né?
***
Agora, moda. Apenas quatro letras, que formam uma palavrinha teoricamente simples, mas de uma complexidade muitas vezes incompreensível e poder inimaginável. Afinal, quem dita a moda?

Uma modelo de 1.80m e 45 quilos é linda? Um cara que toma produtos para secar a gordura e ter abdôme definido é bonito? Cheirar e pregar o fim da desigualdade, sabendo que a falta de oportunidade é que empurra pessoas para o mundo do crime e das drogas é legal? Alguém pode dizer o que todo o mundo deve vestir - e ainda por cima colocar o preço tão elevado quanto seu ego?

Tudo isso porque estava encrevendo quando vi mais uma menina, claramente sevillana, entrando aqui com botas de cano longo, calça por dentro dela, jaqueta no meio da barriga com blusa por baixo e cabelo frisado, cortado com navalha ou sei lá o quê. Imaginem que o cabelo parece a crista de um galo com gel e que sente frio.

Quem disse que isso é bonito? Quem enganou as coitadas? Se ainda fosse uma ou outra, mas são mais ou menos 72.25% das mulheres (vejam bem, não só meninas) da cidade! Por que será que elas fazem isso, e quem teve a infeliz idéia de começar com isso?

Assim como elas, os caras usam mullets terríveis, e já falei sobre isso aqui. Se vestem com conjunto completo de jogador de futebol, como se fossem o Raul ou o Casillas. Por que fazem isso, se na verdade não valem absolutamente nada?! Literalmente.

A única e infeliz explicação é a moda. Um belo dia, os donos de salão, os donos de lojas de material esportivo e os fabricantes de botas se juntaram e disseram "ei, vamos fazer uma ação conjunta e ganhar uma grana em cima desses troxas!". Provavelmente colocaram algum casal sevillano famoso na mídia, fizeram campanha em revista e jornal. Um jogador de futebol comemorou mostrando seu "maravilhoso fiapo de cabelo se destacando do resto, todo raspado"· E a estratégia deu muito certo.

Hoje, a moda errada dita o que a quarta maior cidade espanhola usa e faz. E tudo bem, pode ser que este seja apenas um julgamento precipitado de um não-sevillano com certa dose de asco e preconceito para com os pobre coitados que são apenas marionetes de uma grande indústria, mas que os compreende e só quer o melhor para seu povo. Mas duvido muito.
***
Hoje é aniversário da Karen, mais uma brasileira da grande família espanhola. Vai ter bolo e muito doce pra você, mas o guaraná fica na dívida porque custa os olhos da cara. Quando você acha.

Mas, em todo caso, parabéns e tudo de bom pra você (ela), Karen.


A segunda da esquerda para a direita diz "ah, obrigado..."
***
Este post não tem ordem de importância nem a pretensão de julgar nada nem ninguém. Mas é sempre bom ver como o Brasil é muito mais evoluído em vários aspectos.

Primeiro mundo a Espanha, né?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Notícias, notícias, notícias... e causos

-conheci os pais da Marina, que mora comigo. Seu Maciel e dona Vânia são excelentes pessoas, e rapidinho ganharam nossa simpatia (como foi com a mãe da Renata). Ainda por cima ganhei uma camisa lisa, trè belle. Ou muy guay. Assim sendo, mantemos a média de 100% de pais legais que conhecemos durante a viagem;

-almoço domingo na casa de Alberto, o espanhol de Barcelona. Cozido madrileño, comida típica feita nos moldes da nossa feijoada. Quer dizer, caldinho (que vem com um macarrão) e um monte de coisas na panela, carnes e tudo o mais. Mas vou dizer que é uma delícia o negócio. E cada vez mais me destaco como o que menos cozinha por aqui. Mas um dia mudo isso;

-acabei de ver no cpu da menina da frente um daqueles emails .pps com mensagens tristes, desta vez sobre "beber e dirigir". O que faz de mensagens educativas.pps uma praga mundial;

-o pior, ainda sobre isso, é que ela está passando outra vez o negócio. Ô, povinho troncho...;

-não sabia que as pessoas gostavam tanto de dar calotes. Se vocês soubessem a quantidade de pessoas que tentam - e, às vezes, saem - do bar sem dar calote, iam sentir a mesma pena/raiva/tristeza que eu sinto. Primeiro, que é desonestidade. Segundo, que desreipeitam uma profissão e prejudicam quem trabalha nela, já que o que falta sai do bote - nossa popular gorjeta. Terceiro que me fazer crer que cada vez menos temos chance de chegar em algum lugar, porque isso é feito por jovens e velhos e de todos os países. Impressionante;

-a galera do Porto se veio, se foi e fiquei com pena de não ter estado mais com eles. Principalmente André e Paulinha, gente finíssima e guerreiros também. Agora estou com vontade de ouvir "Aula de ginástica", que é a única coisa ruim da passagem deles por aqui. Acontece;

-todos os gringos com quem converso gostam do Brasil. Sabe-se lá Deus porque, já que poucos estiveram no país. De qualquer forma, vejo que aproveitamos muito mal nosso potencial turístico. E de trabalho, porque somos bem-vistos com relação a isso também. Ainda bem que temos dinheiro de sobra, né?;

-Natal se aproximando me faz sentir que tenho muito menos tempo por aqui. Bom e ruim, porque se por um lado a saudade aperta, por outro me parece que ainda tenho muito por fazer aqui fora, e não sei se vai dar tempo. ¡A ver, tío!;

-Dindin entrando é sempre bom, né? Agora quero ver minha capacidade de segurar a onda, porque tenho objetivos maiores antes de voltar. O problema é que o euro voltou a aumentar por aí, que eu sei. Maldita economia! que alan dê um jeito nela, e me arranje conchavos econômicos vantajosos para que possamos sair ganhando em tudo e conquistar o mundo mais rápido. Mas fiquem tranquilos, que me lembre agora nenhum de vocês é meu inimigo a ponto de que vá escravizá-los (las). Por enquanto...;

-hoje almocei vendo Pengu, e não sei se o pior é comer arroz com ovo e bacon e salada vendo um pingüim de massinha e suas aventuras ou achar que entendo tudo o que ele "fala". Isso é deveras preocupante;

-aqui rola um programa chamado Fornteiras com palhaços, ou coisa que o valha. É, simplesmente, um programa onde se cruza a fronteira acompanhado de palhaços, fazendo gracinhas. Ou ao menos me parece isso. O que faz com que a TV espanhola seja uma completa palhaçada (rááá!!!);

-dinheiro é bom, mas descansar também. Para que não aconteça o que me ocorreu no sábado. Estava eu, feliz e contente, voltando para casa depois da festinha da galera do trabalho, cujo tema era mal gosto e consegui perder para dois gringos (mas um era o Serginho Mallandro em pessoa, e o outro tinha uma camisa que nunca vi nem em carnaval por aí; assim fica difícil...), e ônibus só havia a partir das 6h. Claro que o que eu precisava ia chegar mais tarde, assim só peguei perto de sete horas. Em Macarena, lado completamente oposto ao que eu moro. Entro, me encosto, durmo e acordo... em Macarena, lado completamente oposto ao que eu moro. Sou obrigado a descer e pegar mais dois ônibus, para chegar em casa às 9:30h e dormir uma hora, para trabalhar ainda no mesmo dia. Saudável isso, não?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Buddha

Hoje estou inspirado espiritualmente. Tive que esperar um tempo pela boa vontade da mulher para o incrível trabalho de me dar dois paes para o café da manha, mas nao reclamei. Esperei um bom tempo pela boa vontade do computador da Facultad de Biologia de iniciar o Windows, mas depois de tanto tempo o cartao que tenho nao funcionou e tive que esperar mais um tempo pelo Linux, mas nao reclamei. Precisava usar o programa do tio Bill, na verdade, mas ainda assim nao reclamei.

Espero seguir assim até o final do dia, porque hoje é sexta e trabalho de nove até umas quatro da manha, com um pico de duas horas em ritmo frenético. Que Buddha nao me abandone para dormir.
***
Por que será que estou com tanta paciência? Pode ser por causa da ligaçao que recebi de ontem do Brasil, falando com mama, Alan, dinha Marisa e Marquinhus. Pode ser porque consegui gastar pouquíssimo esta semana, mantendo aceso o sonho de conseguir o que planejei. Pode ser porque acordei com solzinho gostoso no rosto e nao precisei sair de casa com jaqueta, o que muito me agrada.

Que diferença faz, também, né? Deixa eu assim.
***
Falando no tio Bill (lá em cima), preciso falar dizer que Alan me contou, ontem, que vários Xbox estao dando pau nos EUA. Digo isso porque, para quem nao sabe, o console é da Microsoft. Nao sei lá, mas aqui eles custam 360 euros - muito para mim, relativamente pouco para europeus - e acho pouco provável que alguém fique feliz em gastar umagrana para ter dor de cabeça. Em todo caso, vale pensar no que eu e meu sangue-do-sangue imaginamos:

.o Xbox será o único video-game com tecla de "Control-Alt-Del";
.será o único em que o controle dará conflito com o console;
.o único, também, a interromper um jogo no meio com aquela maldita tela azul dizendo "ocorreu um erro inesperado dwui 793 gyefgyyegf7 7367274 jhew$&!!!lrw8, em caso de persistência consulte a ajuda da Microsoft";
.também o único a exibir mensagens de "atualizaçao de segurança", "download do patch de correçao do problema tal" e "arquivo blablabla.dll nao encontrado" antes de cada jogo

Se tio Bill tem tanta grana, porque nao contrata gente que saiba fazer o negócio ser fazer cagadas?
***
A cada CATOUZE pessoas que escrevo para receber ajuda para meu trabalho sobre processo criativo, treze me ignoram ou nao me ajudam. E assim segue meu trabalho final para ser apresentado e entrege em janeiro...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Depois de ler a história lá de baixo...

Leiam isso. Um texto de 24 de agosto de 2005. É incrível e me dá mais provas da capacidade limitada de quem nos "descobriu". Só como exemplo, isso é parte do relatório:

"Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento? A resposta, simples, é que ninguém sabe."

Bom exemplo

Saio de casa às 5:30h, corro para o ponto de ônibus e ele passa direto quando eu estava chegando. Sei que o próximo deve demorar uns 15 minutos, mas não reclamo. Ao meu lado há um jovem de uns 13 anos, agasalhado e com cara de sono. Ele deve estar tão cansado e chateado quanto eu e nem se manifestou. Sou um homem solidário e falo uma besteira qualquer sobre o transporte, o motorista e sei lá mais que coisas. Ele nem se manifesta. Na verdade, nem olha para minha direção. Tudo bem, se não quer falar, não fala.

O ônibus demora a passar, sei que vou perder a hora para o trabalho. Não aguento o silêncio, tento puxar assunto outra vez. Dessa vez um pouco mais alto:

"Ainda bem que tenho todo o tempo do mundo pra ficar aqui no ponto, esperando a boa vontade deles..."

E mais uma vez, silêncio absoluto. "Você não fala, rapaz?", pergunto, já que não gosto de ser ignorado. Minha resposta é uma pergunta - "você tem cigarro?".

"Não". Seco assim. Era um absurdo um moleque de 13 anos me pedir cigarro. E antes das seis da manhã! Como pode isso, "cigarro a essa hora, garoto? Quantos anos você tem?". "Que diferença faz? Só quero um cigarro, se não tem deixa pra lá". "E desde quando você fuma, só por curiosidade?", "cigarro desde os 12, maconha a um mês. Por quê? É importante, você é milico, que que tem a ver comigo?"

Não consigo responder nada mais. Como pode alguém tão novo fumar cigarro e maconha, e ainda falar tão abertamente, como se fosse uma coisa normal? Talvez ele não saiba dos males que isso causa, talvez nem se importe. Mas quando vejo um moleque de 13 anos já fumando assim, creio cada vez menos que o mundo tenha jeito. Quando penso em como as pessoas estão permissivas, em como estão esquecendo o verdadeiro significado das coisas da vida, dos valores, da moral, sinto uma tristeza do tamanho do problema que todos fingem que não existe.

Resolvo ir para casa, mas antes dou uma lição no pequeno perdido. "Você devia se envergonhar disso, rapaz... Você e sua geração deveriam o futuro do nosso país, deveriam ditar as regras para que a gente evoluisse e chegasse a algum lugar. Mas pessoas como você são incapazes até de demonstrar um mínimo de respeito pelos mais velhos. Tenho pena de vocês." Pronto, está dado o bom exemplo, e viro às costas ao mesmo tempo em que escuto o seu "vai pro inferno!". Ignoro. Volto para casa, ligo para o trabalho e digo que não posso ir, que acordei doente. Desligo, enrolo meu baseado e dou um tapa para esquecer os problemas do mundo.

Essa nova geração está perdida mesmo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Claro que esqueci...

Mas não tinha esquecido. Ontem foi aniversário da Bia, a grande pequena (ou pequena grande), e não pude ligar para ela. O que me deixou deveras triste. Mas ela deve pensar que isso é porque trabalho o dia inteiro, como escravo em um bar de turistas folgados que vive cheio.

O pior é que não é de todo exagero... Enfim, parabéns e tudo de muito muito bom que bia merece. E que considere-se recebendo um beijo meu, caso leia aqui. Se não lê, fica a intenção.

Coisas e mais coisas e mais coisas

Muita coisa a dizer. Muita mesmo, Então vão ser mais ou menos CATOUZE mil tópicos nesta postagem. Mas é aquela história, né...

-minha linda está uma linda ruiva, agora. Muito muito muito linda mesmo. Mas isso já era de se esperar. Quem quiser ver (e babar - mas é minha!), entra aqui;
-ela foi ao Pearl Jam com minha maninha Rê e Bárbara, André foi com minha cunhada Lívia, milhares de pessoas foram e eu fui ao Levies, trabalhar até às 2h. Mas é aquela história, né...;
-vou ser tio outra vez. Mas não é o Alan, e sim Dioguinho, meu querido irmão mais novo que mora em Natal. Parabéns milhões de vezes a ele e minha cunhada Luana, que merecem e terão uma vida muito feliz juntos e com seu pimpolho(a). E vou visitá-los para o nascimento, no meio do ano que vem;
-uma das amizades mais rápidas que já fiz em toda a minha vida está indo embora de Sevilla. Ana, de Mar del Plata, volta para sua terra hoje ou amanhã, não tenho certeza. Mas nunca pensei que alguém da Argentina fosse deixar saudades em tanta gente, inclusive em mim. É, estou mudando meus conceitos. Mas é aquela história, né...;
-essa semana não tem aula. feriado amanhã e quinta, emendando por toda a semana a mamata em que não vou me encontrar, posto que trabalho hoje a partir das 17h e tenho que ler textos e fazer trabalhos finais agora, enquanto tenho tempo. Mas é aquela história, né...;
-o tempo voltou a ficar melhorzinho, a ponto de achar agradável sair de casa. Só um moletão, volta para casa pela madrugada sem batida de queixo... Só que isso não vai durar até eu ir embora. Mas é aquela história, né...;
-meu querido irmão Photoshopônico (e agora Flashico) André, além de me ajudar a desenvolver páginas de internet boladonas noróticas, agora também dá boas dicas de coisas para se ver na net. No caso, isso. Eu não sei como fizeram isso, e tampouco me importa. Mas é aquela história, né...;
-e para não dizer que me esqueço do Brasil, o Corinthians ganhou o campeonato mais roubado e desacreditado da história do Brasileiro e o velho folgado do Romário foi artilheiro aos 39 anos, o que prova que nosso melhores jogadores estão fora do país. Mas é aquela história, né...;
-espero não ter esquecido de nada, mas minha memória... É aquela história, né...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Pra vocês verem que não tô mentindo

Quando digo que estou cansado pode parecer exagero, mas pra vocês terem uma noção de como ando basta dizer que ontem eu perdi o ponto e fui parar fra da Cartuja, onde estudo. Hoje, se não fosse uma menina que conheço e salvou minha pele, me cutucando no ponto em que deveria saltar, teria acontecido a mesma coisa.

Detalhe: estava acordado dois pontos antes. Fazer o quê?
***
Ontem estava muito triste para postar uma coisa deplorável como a que li no Globo. O lance de traficantes queimarem ônibus e gente dentro em protesto a um de seus comparsas mortos pela polícia. Eis que hoje vou ler jornal outra vez e vejo que os próprios traficantes já puniram parte dos autores, mandando todo mundo pro saco com vários tiros, e estão à caça "do péla-saco do Lorde", como eles mesmo disseram em uma folha largada no carro com os presuntos.

Ora bolas!, penso eu. Então agora bandido também é mocinho? Quer dizer que o Rio chegou ao ponto do "olho por olho, dente por dente" - e praticado pela bandidagem?!

Li várias opiniões de estudiosos sobre o caso, dizendo que é para ganhar o respeito da comunidade e parte da população, que eles atuam no vácuo deixado pelo pder público, que é para não chamar a atenção da polícia para o tráfico praticado no local e evitar investidas mais duras... Concrd com tudo isso, mas não me convenço de uma coisa:

Desde quando bandido é legal? Será que ninguém lembra que os mesmos que "fizeram justiça" agora são os que metem cinquenta balas em PM só porque é PM? Que mata militar desarmado porque anda com a identificação? Que leva criança pro tráfico e para a criminalidade? Que seqüestra por ninharia, que mata porque falaram alguma coisa que um deles não gostou? Será que o povo realmente vai ficar feliz com que fizeram e pensar coisas do tipo "tá vendo, na verdade eles são bons, só falta oportunidade. Coitados, o tratamento que recebem é desumano"?

Na realidade, já sei a resposta. E é deprimente pensar nela.

Muito pouco a dizer

Sinto muito, mas o sono e o cansaço nao me permitem pensar tanto agora de manha. Basta dizer que hoje trabalho de cinco até que o bar feche e vocês vao entender meu desânimo. Mas "os fins justificam os meios", "o trabalho engrandece o homem", "a esperança é a última que morre", "de pensar morreu o burro" e coisas similares, com ou sem sentido.

Ah, e esta postagem vai sem til porque nao sei aonde encontrá-lo quando uso Linux, já que aquele atalho nao serve. E estou usando Linux porque estou na Faculdade de Biologia, nao na minha. E nao estou na minha porque perdi a primeira aula, e tenho que fazer hora até10:30 pra pegar a xerox do livro de francês. E tenho que fazer hora porque ninguém gosta de trabalhar neste país preguiçoso. E assim sucessivamente no concatenamento sequencial constante de idéias.

Fim.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

O preço (psicológico) que se paga

Ontem, o assunto era dinheiro. Hoje o papo é cabeça. Literalmente.

Desde que decidi vir para a Europa, e quando realmente vim pra cá, sabia que ia sentir falta de muita coisa. Afinal não sou um largado desestruturado, tenho família que amo, namorada - séria e linda - e amigos maravilhosos. E teria que deixar tudo isso afastado (fisicamente) por um tempo, como está sendo.

O que passa, então, com esse papo? Simplesmente que tudo tem limites. E se o meu ainda está longe de acabar, graças a minha resistência, perseverança, teimosia ou sei lá o quê, às vezes ele sofre atentados. Como o desses dias. E por isso o que escrevo aqui, como uma espécie de desabafo.

A família que criei aqui, o tanto de gente que conheço e que imagino que goste de mim tanto quanto eu deles, brasileiros (aliás, achei mais uma menina ontem, que mora em Salamanca desde o início da faculdade; louco isso) e gringos muito tranquilos e que estão sempre juntos, ajudam muito a passar por boa parte das coisas. Mas para algumas nao têm jeito, só o que resolveria é alguma coisa especial. No meu caso, mesmo meu pai se enrolando pela milésima vez sobre PT-não PT e a confiança, dizendo que sou Lula, minha mãe dizendo par eu não sair à noite porque é perigoso, Alan fazendo piads comigo por muito tempo e a gente chorando de rir e o colo da minha pequena. Coisas que são impossíveis de se encontrar aqui, porque só há um deles. Graças a Deus e infelizmente, neste caso específico.

Às vezes dá um baque tão grande que acho que vou pirar. Faço coisas idiotas e poderia fazer muito pior, se fosse mais estúpido. Ontem, por exemplo, apesar de trabalhar não queria falar com ninguém, mas também não tinha para onde ir já que moro longe do centro e minha casa não é minha. Daí, fui para perto do trabalho, comprei dois pães com recheio de chocolate (caña, aqui, que é uma das formas de pedir cerveja também) e fui para um parque no centro, comer. Nada de mais se não fizesse uns 6 graus, mais ou menos, e não houvesse lugar coberto. Como se fosse pouca estupidez, não tinha mais o que fazer nem para onde ir e resolvi dormir por ali. Coloquei o despertador para meia hora antes de entrar no trabalho e apaguei. Acordei com o rosto a menos 20 graus, perna dormente e um frio de dar inveja a esquimó.

Só para terem uma idéia, cheguei no bar e pedi um café. Ele veio pelando e, ao invés de tomar, fiquei segurando nas duas mãos para ver se ajudava a parar de tremer de frio. Depois de uns cinco minutos até que ajudou mesmo. Daí comecei minha ralação, acabando às 2:10 e indo à despedida de uma argentina gente fina demais, Ana, que volta pra Mar del Plata segunda. Foi seu último dia no Levies e ela estava triste. Fiquei junto, graças à minha estúpida capacidade de me colocar no lugar dos outros.

Cheguei em casa às 7h, porque não tinha ônibus antes. Não dormi porque tinha aula às 9h, e fui. Mas só meu corpo estava presente, e de olhos bem fechados (link da semana). Deprimente, porque odeio sentir sono nas aulas. que é o que mais acontece quando estudo pela manhã, como aqui. E que contribui para meu estado chato de espírito.

Sei que isso é fase, vai passar, blá blá blá. Não precisam dizer, me conheço. "Mas eu nem sei porque me sinto assim/vem de repente um anjo triste perto de mim", é bem isso. Mas quero que lembrem que odeio isso. Sei lá porque, mas quero que lembrem.

E antes que pensem, não chorei. Praticamente não choro, como vocês também devem saber.

Chega de saudades. E tenho dito.

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

O preço que se paga

30 euros. Esse é o preço que se paga - ou que, ao menos, paguei - por Êxodo e Retratos de crianças do Êxodo. Acabei de ver no Buscapé a 104 reais só o primeiro, no mínimo e sem taxa de envio. Pechincha, não? Mas não quero tirar onda com relação ao preço. Quero falar sobre o livro, apesar de não ter visto todo.

Já disse que não curtia o fotógrafo até as aulas do Dante na UFF, e a partir daí aprendi a admirá-lo. Sua trajetória, sua coragem, seus trabalhos. A sorte acompanha quem tem competência, e se a pessoa souber aproveitar vai se dar bem na vida. Foi assim com ele.

Mas nunca tinha lido o texto introdutório do livro. E é simplesmente maravilhoso. A consciência que ele tem, seus pensamentos, suas reflexões, como se sensibiliza pelos seus semelhantes, sua preocupação e indignação com a situação de milhões e milhões de seres humanos como nós, mas só na classificação biológica, já que estão esquecidos pelo resto do mundo.

Tem que estar muito preparado para ler tudo aquilo, seus relatos sobre como foram feitas as fotos, onde e em que situação - dele e dos fotografados - e depois ver as imagens. Quantas vezes não fiquei emocionado, com nó na garganta e tudo. Dá certa tristeza pela nossa raça.

E se for falar sobre as fotos... Seu talento é absurdo, o olhar sobre a situação, a capacidade de achar as imagens mais bonitas onde pessoas comuns enxergariam coisas comuns e tudo o mais. Não é à toa que ele é consagrado. Merece estar aonde chegou. E espero que melhore ainda mais, um brasileiro que chama a atenção do mundo para coisas tão importantes para o nosso futuro tem que ser louvado.

E para provar que não é à toa tudo isso, acabei de ler uma notícia no Globo que fala sobre a vitória da bancada ruralista pra cima do PT no Congresso. A idéia é simples. A partir de agora, invasão de terra é crime hediondo e ato terrorista.

Ah, bom. Tá certo, ainda mais se pensarmos que boa parte das terras invadidas (não digo todas porque tem gente canalha também entre os sem-terra, eu sei) é improdutiva, e os que invadem não tem aonde plantar, viver e coisas assim bobas que a constituição brasileira diz que faz parte dos direitos fundamentais do cidadão. E é mais do que óbvio que isso é um crime hediondo. Matar não, roubar seu país e deixar milhões na miséria não, falsificar documentos e se apropriar de terras dos outros (como índios, por exemplo) também não. Mas invadir uma terra e tentar construir uma vida, isso sim é hediondo.

Ou o dicionário precisa de uma revisão ou os brasileiros estão perdendo o mínimo de moral que poderia restar para criar um país melhor. Por que querem tanto me fazer desacreditar na nossa gente?
***
Só para acabar com o post-tristeza:

"PF prende 20 por invasão de área indígena em MT

Anselmo Carvalho Pinto*

CUIABÁ (MT). A Polícia Federal prendeu 20 pessoas e ainda procura mais 57 por envolvimento na invasão de uma área indígena em Colniza, no noroeste de Mato Grosso. Entre os presos está o secretário de Habitação de Cuiabá, Oscar Martins. A PF investiga denúncias de genocídio dos índios da etnia tupi kawahib, que vivem isolados dos brancos nas terras invadidas. Eles podem ter desaparecido com a ação de grileiros e madereiros.

A Operação Rio Pardo, realizada em sete estados, foi provocada por uma denúncia da Funai de que integrantes da Associação dos Proprietários Rurais de Colniza estariam patrocinando o loteamento de uma área onde a Funai está fazendo um trabalho de aproximação com índios isolados, próximo ao Rio Pardo.

Segundo a denúncia, 53 mil hectares estariam sendo divididos em lotes de 499 hectares. As investigações concluíram que a associação estaria arrecadando recursos e contratando homens para demarcar lotes e destruir vestígios da ocupação indígena, o que impedia a aproximação e o reconhecimento da etnia, inicialmente identificada como tupi kawahib.

A operação ocorre em sete cidades de Mato Grosso, além de Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rondônia, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

(*) Especial para O GLOBO"

Meu vô era índio. Sinto pela raça, que também é minha. O bom do Brasil é o brasileiro...

terça-feira, 29 de novembro de 2005

De como se resolvem certas situações

Às vezes acontecem coisas na sua vida e você se vê obrigado a resolver sozinho da melhor forma possível. Deve errar o mínimo possível para que não se veja em má situação, ou para evitar constrangimentos. Aqui vão situações e como se safar delas.

Situação 1) Você tem um dinheiro da moeda do seu país no bolso e precisa de, ao menos, dez para se manter minimamente. Não consegue sacar, não consegue adiantamentos nem acha seus amigos mais próximos.

O que fazer) Conte o caso a pessoas do seu círculo de amizade, mesmo que não os mais próximos. Ria da sua situação - até porque não há nada melhor para fazer - e finja que conta só para fazer uma graça do seu estado de pindaíba. Dê a entender que o que você precisaria no momento seria encontrar aquela alma caridosa que emprestaria os tão sonhados dez dinheiros para que você possa andar de ônibus e comer no dia seguinte. Se alguém oferecer, faça uma primeira cara de "que isso, nem precisa", mas não recuse demais para não perder a chance de se salvar de uma boa (péssima, mas enfim). Pronto, eis aí seus dez dinheiros;ç

Situação 2) Você precisa saber a que horas vai trabalhar no dia seguinte, já que seu horário é móvel. Seu chefe é meio irritante e você não compreende perfeitamente sua língua. Você precisa mudar seu horário para que não falte mais aulas nem perca sua vida diurna.

O que fazer) Peça para alguém mais antigo que você no trabalho faça seu horário e explique porque. Como ninguém vai querer se responsabilizar, ligará para o chefe e dirá que você precisa falar sobre o horário. Meio caminho andado para conseguir. Se ele oferecer folga no dia seguinte, aceite. Depois será exigido em dobro de qualquer jeito, pelo menos é um descanso. Merecido;

Situação 3) Você joga pela primeira vez com sua equipe (da faculdade, colégio, trabalho ou o que for), já valendo pelo campeonato da instituição correspondente. Entra como titular sem jogar desde CATOUZE anos, em um esporte que não é o favorito do seu país. Handebol, por exemplo. Faz uns seis gols, dá passe para ourtos três e, na saída do vestiário é aplaudido pelos outros.

O que fazer) Nada, já que será uma situação completamente inesperada. Mas seja simpático com todos e garanta - inclusive para você mesmo - que jogará tão bem quanto no próximo jogo.

Situação 4) Seu corpo dói, você está absurdamente cansado, com sono e tem trabalho para fazer. Ainda assim tem que trabalhar.

O que fazer) Vá, se você depende do dinheiro. Do contrário, pode ser despedido.

Situação 5) Alguém fala com você. A língua é a mesma, mas ao mesmo tempo é tão diferente quanto um chinês e um alemão conversando em dialetos do interior de seus respectivos países. Você precisa compreender aquilo, é importante para o momento.

O que fazer) Não se desespere. Peça para repetir uma vez. Se não entender, peça uma segunda. se não entender, peça uma terceira. se não entender, finja que entendeu tudo, fale um "tá" na língua correspondente e vá embora, já que não sabe se a pessoa espera uma resposta mais elaborada ou trocar idéias. Na necessidade, mude radicalmente de assunto, mesmo sem saber qual era o anterior.

E este foi um serviço de utilidade pública da Ponte Elétrica. Qualquer semelhança é mera obviedade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Muitas coisas

A Ponte andou vazia neste final de semana, mas nunca esquecida. Volto com mais e mais coisas e uma dica: pensem MUITO bem antes de vir para a Europa no inverno. Cinco graus às 8h não é coisa de Deus.

*Meus planos estão bem encaminhados, torçam por eles. São de suma importância para a nova ordem mundial.
*Trabalhar à noite e estudar pela manhã-tarde é difícil, muito difícil. Mas é o preço que se paga. Em compensação, hoje nem vi o despertador tocar. Perdi a aula. E sábado trabalhei até 4:30 da manhã, o que prova que guerreirice (?) não me falta. Mas pelo menos não limpei banheiro.
*Natal e Ano Novo longe do Brasil não vai ser fácil. Se quiserem dizer palavras de consolo, à vontade.
*Hoje devo jogar futebol pela primeira vez com os espanhóis. Sonhei que jogava mal, mas no final passava por quatro tocava na saída do goleiro, marcando um golaço que não ajudava em nada meu time, que saía derrotado. A ver.
*Tenho dois euros até poder sacar outra vez. Isso sim é vida dura.
*Almoço na casa de amigos é muito bom. Espero ter aprendido a fazer strogonoff de camarão e um doce boladão norótico com cookies e chocolate. Mais coisas para meu almoço de volta.
*Treinem, vou precisar de ajudantes na cozinha. A não ser que não se importem de o almoço sair umas quatro horas depois do planejado.
*Quinta fez sol. Mas já deveria ter aprendido que, na Europa, o sol perde de muito pro frio. Aliás, parece que os raios de sol congelam ao entrar na parte européia da atmosfera. Outro dia caiu um raio de sol gigantesco perto de onde moro, deu até bombeiros.

Enfim, como estava sol saí sem casaco, só de jeans e camisa. E posso dizer que nunca imaginei que pudesse sentir frio a ponto de esperar que meu sangue congelasse e parasse no meio do caminho até o coração. Deus, como senti frio...
***
Tenho como trabalhos finais duas páginas de Internet. Penso em criar uma sobre conspiração alienígena e outra sobre teclado para pessoas sem mãos. Que tal?
***
Achei "Exodos" e "Retratos" por trinta dinheiros gringos e não tenho como comprar. "It makes me a sad panda..."

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

19:32

E eu na faculdade, correndo atrás de "processo criativo".
Isso são horas???

Noticulitas

Nos ônibus daqui da Tussam - a maldita, existem TVs com atualidades, propagandas e tal. Tem uma parte de saúde, que contra artrite recomendou... lagosta!

Ora bolas, como as milhões de pessoas do Brasil ainda não descobriram os maravilhosos efeitos da lagosta?! Por favor, não esperem eu voltar para avisar a todos. Assim eles podem acrescentar à sua lista de compras do mês e ter uma vida mais saudável.
***
Trabalhar à noite e estudar de manhã é realmente difícil. Não fui a nenhuma das minhas duas aulas de francês esta semana. E como se fosse pouco, hoje porque estava tentanto acabar minha redação sentado no sofá, apaguei e acordei às 11h, completamente doído e torto e de mau humor (odeio quando as coisas vão muito diferente do que eu planejava). E ainda cheguei na aula de italiano 28 minutos atrasado.

Podem dizer que é bobeira dizer "28 minutos", mas para uma aula de hora e meia qualquer dois minutinhos me deixam menos irritado e envergonhado.
***
Devo conseguir conhecer pelo menos uma capital, agora que trabalho. Quiçá mantendo-me por uma semana. E com meu dinheiro, ganho com o suor do meu esforço!

Mas ontem tive que limpar o banheiro. Inclusive o masculino. É o preço que se paga...
***
Para não dizer que esqueço de minhas origens. Como se não bastassem todas as cagadas já aprontadas, agora os dirigentes do Mengão querem fazer parceria com a máfia da MSI. Já que é assim, porque não botam CV estampado na manga da camisa? Já é vermelho mesmo... E pelo menos o time ia meter mais medo durante as partidas.

E voltando às minhas origens, como eu queria uma feijoada agora! Ou uma torta de chocolate (vulgo cheesecake). Ou o bol ode limão da minha mãe. Ou qualquer coisa que minha mãe cozinha. Ou minha avó, ou, ou, ou...
***
E pra finalizar, as respostas, antes que me esqueça e ninguém saiba. Comi em 12 minutos, recorde mundial do Alexandre Oliveira Mota que dificilmente será quebrado por mim mesmo. E serei o camisa 10, e já estou fazendo um trabalho psicológico comigo mesmo para que me lembre de que posso jogar muito futebol. Que posso decidir uma partida.

Espero que seja a favor do meu time.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Adivinhas

1) Hoje fui ao restaurante universitário, peguei tudo o que ia comer, paguei, comi dois pratos, sobremesa e tomei um copo d'àgua em:

a)12 minutos;
b)21 minutos;
c)CATOUZE minutos;
d)34 minutos;
e)não acabei porque demorei demais e o restaurante ia fechar.

2) Pela enésima vez faltei ao jogo de futebol, e pela enésima primeira me chamaram para jogar. Inclusive, me reservaram uma camisa. Deve ser só porque sou brasileiro. Devem estar achando que jogo que nem o Robinho ou Ronaldinho, não sei. Qual o número da minha camisa e o que vai acontecer com o time, respectivamente?

a)10 e vou quebrar um galho, de repente evitando uma derrota ridícula para a INFORMÁTICA;
b)10 e vou cagar o time, vão me expulsar, tomar a camisa e rir de mim;
c)9 e vou virar goleador;
d)1 e vou salvar o time de derrotas históricas, como para a INFORMÁTICA;
e)13 e vou virar amuleto, imitando o Zagallo a cada vitória e berrando "vosotros tendrán que tragarme!!!".

Respostas amanhã ou depois de CATOUZE chutes. De pessoas diferentes, sem roubos. E existentes e que eu conheça, tá, Alan?

Coisonas e coisinhas

Não sei por onde começar, enão vai pelo menor. Mas leiam até o final, porque na verdade e maior é mais importante.

-saio de casa hoje e, às oito da manhã, tem uma menina com uma saia que bate acima da metade da sua perna. Com ela em pé. Poderia ser natural se não estivesse batendo 12 graus. Isso me lembra o grande LCL e seu "o espanhol é um povo sacâna! Sacâna...";

-hoje tudo ficou parado por um tempinho aqui na faculdade, porque havia um vazamento que ninguém sabia de onde vinha, o que poderia ocasionar, se era grave, se era castigo divino pelo excesso de drogas e pederastia que envolve o ambiente facultático aqui na Cartuja. O importante é que vale frisar que não é só no IACS que acontecem coisas ruins e absurdas à faculdade. Mas não vale frisar que consertaram tudo e liberaram as salas em trinta minutos, mais ou menos;

-já sei falar um mínimo de francês e italiano. Assim sendo, poderei tirar onda com vocês na volta (menos com o Lucas). E tudo isso de graça. Rá!
***
Agora o sério. Anteontem e ontem rolou um círculo de palestras aqui na faculdade, pelo qual paguei cinco eurótides. Seria barato se não tivesse sido uma bosta, com a honrosa exceção (ou é com dois 's'?) de um cara que compõe para comercias e trabalha em uma produtora, e que trouxe propagandas excelentes. Inclusive uma para a Eurocopa 2004 com "A taça do mundo é nossa". É sempre bom ver publicidade de qualidade, serve de referência. Nas outras palestras, cochilei bem. Fiquei com vergonha, mas cochilei bem.

Mas o que quero falar não tem a ver com meu sono. Percebi duas coisas nesses dois dias, que me deixaram triste e orgulhoso ao mesmo tempo.

Primeior, que o estudante de publicidade espanhol - ao menos o de Sevilla - é muito cru. Perguntas bobas, falta de conhecimento da profissão, às vezes mesmo falta de criatividade e vontade. Aqui parece que não curtem muito estudar as coisas, ou produzir de verdade. Ou então ando muito mal relacionado.

Até agora não vi ninguém com pasta de portifólio, ninguém fazendo criações, ninguém falar da aula de redação publicitária. E conheço gente de todos os anos. O pior é que os professores são bons. Deve ser por isso que as coisas realmente boas se concentram em Madrid.

Outra coisa que me deixou abismado é como os estudantes daqui são bobos. Ou tontos, como eles dizem de quem é idiota. Batem palmas por tudo e qualquer coisa, de gracinha com sabe-se lá Deus quem, falam demais e na hora errada, fazem comentários imbecis... Poderia falar por muito temp ose estivesse com paciência e minha memória permitisse. O importante é dizer - ou reafirmar pela enésima vez - que o forte daqui não é a educação.

Daí fica a pergunta: de que adianta ser "primeiro mundo", fazer parte da União Européia e tudo o mais, se você é visto com maus olhos pelos seus parceiros e não faz obm uso das facilidades que recebeu de mão beijada? Aqui tenho a sensação de que os espanhóis (ou sevillanos, pelo menos) tem muito mais do que merecem. Se fossem receber por méritos, estariam agora tentando invadir Paris, Berlin ou Londres, pulando um muro de arame farpado e tomando tiro de bala de borracha e soco na cara.

E ainda por cima, eu ia achar muito bem feito.

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Mais um grande passo para o Alan. Ia dizer que ele me encanta e tudo o mais, mas já tá virando costume. Assim sendo, parabéns mais uma vez. Ah, e dêem parabéns a ele, explico depois. E pra você, Alan,

CONTINUA ESTUDANDO!

Ah, e caso queiram saber, aqui esfria cada vez mais. Êêê, que legal...

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Ô, que maravilha!!!

Até queria falar sobre algumas coisas mais chatinhas, picuinhas que me enchem o saco. Mas com tanta notícia boa que recebi em tão pouco tempo, nada mais me importa.

*Flamengo se livrou do rebaixamento (salvo uma catástrofe hecatômbica) com um gol do Obina, que todo mundo detesta mas eu gosto. Vitória fora de casa, diga-se de passagem;
*acabei de ler um email lindo da minha maninha Rê, que me deixou com lágrimas nos olhos. Mas não choro nunca, ainda mais na sala de computadores, com um monte de gente em volta. Mas isso me fez bem demais, só eu sei como sinto falta dos que amo e estão do outro lado do oceano;
*recebi uma carta de casa e uma da Carol. A primeira, um cartão com um trevo de quatro folhas (desenhado, claro), que me trouxe sorte de verdade, e a sagunda uma impressão daquela montagem linda que minha pequena fez no flog dela, dos nossos anos de namoro. Vocês não sabem como é bom e fico feliz em receber uma carta;
*e uma coisa que não se compara às outras, porque são negócios distintos, mas que me deixou numa felicidade inenarrável. Vou até escrever embaixo, para ter destaque:

Alan, meu irmão, ficou com 297 em 300 no TOEFL. Gabaritou a redação, inclusive. Tô até com um nó na garganta escrevendo isso, é impressionante como ele continua me surpreendendo. Para bem. Sei que se tudo der certo a gente vai passar um tempo sem se ver, sei que a saudade vai apertar demais. Mas o que tiver que ser vai ser, e que aconteça o que for melhor para ele. Torço demais por isso e sei que tudo vai dar certo. Quem corre atrás merece sempre.

E caso alguém ainda não tenha certeza, sim, acredito em Deus. E agradeço a Ele por vocês.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

"Aqui..."

Seguinte, hoje começo a trabalhar. Bom e ruim, porque se já sinto sono nas aulas agora, imagina depois. Claro que pelo lado financeiro vai ser melhor, mas espero que minha morte anunciada não se confirme e acabe valendo a pena a guerra pessoal contra o meu organismo.

Meu bar (claro, fazer o quê? Imagina se arrumei QI aqui pra ser redator estagiário de agência, ganhando, quando nem os espanhóis ganham...) é o Levies, na calle Levies. Vou ficar na barra, por hoje, pelo menos. Quem quiser ganhar uma cerveja pode aparecer por lá.

Aliás aliás aliás, como diz meu pai, hoje é aniversário de mais uma brasileira neo-amiga, Natália. Parabéns, Natália!, que também vai trabalhar lá. Mas começa amanhã. E ontem conheci o quinto elemento da UFF, outra menina de Produção Cultural que também trabalha no bar do lado, junto com o quarto elemento. Isabela e Gabriela, respectivamente. Frenética e doidinha, mas gente fina.

E para provar que continuo ligado nos assuntos mais importantes do nosso querido país, tô sabendo que nosso rei e mestre JK deve rodar da RedeTV!, e só por causa de seus programas de baixo nível e seu preconceito mais do que claro. Afinal de contas, qual o problema? Se todo mundo que tem dinheiro pode ser assim, porque ele, reles e humilde apresentador, não? E para onde vão Suzete e Sebosão, meu Deus?! Sorte do Oliver, que deve manter seu emprego como gigolô. Isso o Governo não pode interferir.

Além disso, Netinho estréia sua rede de TV para os negros, com programas naegros e negros no comando. Preconceito às avessas, apesar de ser uma boa forma de colocar "gente de cor" no comando. Mas, enquanto o Brasil precisar disso, só prova que tem um povo preconceituoso e elitista. Mas isso também não é novidade.

E para fechar a parte Brasil, Palocci tá sendo bombardeado, Dilma não fecha a boca, Lula erra discurso e o Globo aproveita para pisar nele, a direita continua se fazendo de santa e salvadora da pátria, rolaram imagens de abusos num Grupamento qualquer do Exército (se não me engano)... Pelo menos vou reconhecer onde moro quando voltar.
***
Não esqueci daquele papo de uma indicação de página legal por semana, mas não tava podendo escrever tanto. Hoje, que tenho mais uns minutinhos, peguei essa para vocês. Depois procurem a parada na net, é o sucesso aqui. Meu time de futebol que não poderá existir até ia ter esse nome.

E para fechar a postagem (de verdade, agora eu paro), quero dizer que fico deveras feliz com a leitura deste humilde espaço onde se encontram algumas das melhores idéias universais, atemporais e atuais ao mesmo tempo, escritas com tanto amor e carinho para que todos se emocionem, pensem e me venerem como seu novo messias, dando sequência ao meu plano de conquistar o mundo.

Aos que acompanham sempre, aos novos leitores e aos que vêem de vez em quando, pelo menos, gracias. Vocês têm um posto garantido como subcomandantes regionais na minha ditadura anárquica social-comunista baseada na troca.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Que nem criança

Vamos começar pelo final, já que o que li hoje de manhã me agradou muito. Mengão está cada vez mais longe da segundona depois de meter três no Fortaleza. Sei que isso não é digno de Flamengo, mas muito pior seria ver 35 milhões de pessoas chorando uma queda incompatível com a história do único time pentacampeão brasileiro, campeão da Libertadores e do Mundial e com um dos maiores craques que o mundo já viu. Zico, obviamente.

E para ficar ainda mais feliz, o Vasco caiu de quatro com três do animal chulé e o Uruguai não vai à Copa. Se a Argentina fosse desclassificada, por qualquer motivo, minha alegria esportiva seria transcedental neste início de quinta-feira.

Agora, sim. Por que "que nem criança?", vocês devem se perguntar. Ou não, caso não questionem as coisas. Digo agora.

Que nem criança porque saí de casa pela manhã com neblina digna de Londres (apesar de eu não conhecer Londres), o que fazia todo o meu caminho até o Instituto de Idiomas parecer um daqueles filmes com histórias mágicas, monstros com máscaras de borracha e suspense pipoca de Sessão da Tarde. Imaginei várias coisas. Muito divertido para minha mente louca.

Que nem criança porque pude, enfim, brincar como deve - ou deveria - brincar toda criança que viva em lugares frios. Fingi que era uma locomotiva. Sim, porque aqui, a qualquer hora do dia, se você soprar pela boca (ou mesmo respirar pelo nariz, dependendo da temperatura), sai fumaça. Daí você imprime um ritmo constante à sua marcha, faz um barilho inaudível para os outros, para que ninguém te interne, e pronto!, vira uma locomotiva. Mas é claro que não puxo ninguém.

Que nem criança porque está confirmado o Cirque du Solèil para Sevilla em janeiro. Inclusive, já começaram as vendas de ingressos. Isso é imperdível, é espetáculo novo e tudo o mais. Vou comprar pipoca e algodão-doce no dia.

Que nem criança porque ontem à noite uns amigos belgas e franceses foram jantar lá em casa, a comida mexicana que disse que estou aprendendo a fazer e prometi a vocês do Brasil. Mas dessa vez mal cozinhei, era a galera da faculdade do Elias e ele queria fazer a parada toda. Fora eu ter chegado no final do preparo. Mas o lance é que Mathias, meu amigo de lá, quer ir ao Brasil. E prometi levá-lo ao Maraca ver o Mengão jogar. Senti aquele friozinho na barriga e tudo, coisa de garoto. Mas muito emocionante.

Que nem garoto porque fiquei tristão de não conseguir falar com o Fiote, assim como não tinha conseguido falar com o Manu. Chato isso. Telefone bobo feio e cara de mamão.

Que nem criança porque não consigo parar de falar. Escrever, no caso. Mas agora chega, e amanhã tem mais. Beijinhos na testa, abraço de urso e fiquem com Papai do Céu.

"Cante

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Errata-ata

Tenho que fazer não mea-culpa, mas culpa inteira. Achei que ontem era dia 16, o que se constituiria portanto no aniversário do Fiote. Mas dia 16 é hoje. Ainda por cima, embolei o aniversário dele com o do Flamengo. Mas pra quem tem uma memória como a minha, até que foi por pouco.

Ontem era feriado aí, mas aqui não. Assim sendo, fui comprar um casacão decente porque não é coisa de Deus fazer 10 graus às nove da manhã. E menos ainda à noite. Paguei 24 euros, mas foi o dinheiro mais bem gasto desde 15 de setembro do presente ano, se Deus quiser, graças a Deus. E de brinde comprei uma calça e um YachtMan Blue pela pechincha de CATOUZE euros. Também, agora não compro mais nada até ano que vem.

E como não podia deixar de ser, estou atrasado com os meus trabalhos. Isso que dá não ter computador em casa. quando forem sair do Brasil, caso queiram, pensem seriamente no que fazem. Ou venham preparados para pagar mais de 100 euros pela simples instalação de um aparelinho que te faz comunicar com outros seres de outros lugares do nosso mundão de meu Deus por ondas de voz.

Para completar a miscelânea, ontem vi Em nome do pai. Em espanhol. Muito louco, porque não entendi tudo. Mas entendi a maior parte, o que me deixou feliz a maior parte do tempo. E, além do filme ser excelente, uma trilha sonora com Jimi Hendrix e Bobs Dylan e Marley merece todo meu respeito, carinho e admiração.

Ah, e é interessante que ele mostar o que meu amigo VituMatu (linkado aí ao lado, vale a pena a visita) disse no blog dele sobre a falta de vontade dos ingleses em admitir seu erro. A chamada prepotência. Ou arrogância, acentuada com aquele sotaque horrível que assusta a todos os que fazem prova oral na Cultura Inglesa. Vidizzle longuizzle ao dialetizzle do Snoopyzzle Doggyzzle.

E vida longa também a quem escreveu, dirigiu e escolheu (muito, muito, muito bem) cada coisa do filme supracitado. Vejam, admirem a sétima arte e odeiem a mais alguém nesta vida.

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Quase esqueci!!!

quando a fase anda ruim, tudo dá errado. Quase esqueci que hoje também é aniversário do meu, do seu, do nosso MENGÃO!!! Quer dizer, na verdade é dia 17 mas se comemora hoje. Assim sendo, para Lucas e Mengôoô:

"Parabéns pra você,
nessa data querida.
Muitas felicidades,
muitos anos de vida."

(imaginar isso sendo cantado por cem mil pessoas no Maraca, batendo palmas coordenadamente e cantando com toda a emoção do mundo, que só os rubro-negros conseguem. E xingando o Eurico no final.)

Ê!!!

Ontem tava na rua e o termômetro batia 10 graus às 21h!!! E eu tava só com uma blusa de manga curta e um casaco de moleton!!! Que felicidade!!!

ps: isso é uma grande ironia. Enorme.

Assim sendo, hoje vou gastar vinte e cinco euros em uma jaqueta. E não vou ficar nem um pouco triste, vai ser o dinheiro mais bem gasto desde que cheguei aqui. Mais até do que com comida. Porque, tirando o Lucas, o Vitão e a Natália, ninguém deve saber o que é frio de verdade.
***
Aliás, hoje é aniversário do Fiotius Maximus. Será que consigo falar com ele ou vai ser que nem com meu queridão JK, que fiquei só na intenção? de qualquer jeito, quem falar com ele diga que lembro. e para o manu também.

E parabéns pra você e um chute no saco, Fiote!
***
Minha felicidade do início, apesar de bem irônica, pode ser justificada com a ligação que recebi do Brasil. Sim, ontem minha família quase toda falou comigo. Quarenta e tantos minutos pelo Skype.

Mas como tudo que é bom dura pouco, e a empolgação foi muita, todos os euros de créditos que eles compraram acabaram ontem. Bem enquanto eu falava com o meu pai. Enfim...
***
E meu trabalho giga-ultra-super-boladão norótico continua. Quem lembrar de filmes, livros, músicas e pintores brasileiros de qualidade, por favor me escreva. Nem vou falar quem já lembrei, portanto podem gastar a mamória aí. Até porque, isso me falta.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Outra vez, de novo

Rápido. Posto faltando apenas quinze minutos pra minha aula, que é importante. Mas preciso dizer que:

- aqui faz frio. E pra vocês me ouvirem (lerem) dizer que está frio, é porque está. Quando a previsão é de 16 graus e não chega a isso, a coisa tá feia;
- o euro está cotado a 2,59 reais. O que não faz a menor diferença, porque sou morador e não turista. Como o dinheiro vai rápido...;
- voltei a escrever no caderninho. Roteiro, conto, história grande, tudo. Isso é o resultado de um processo de envergonhamento pós-gasto de grana. Deus escreve certo por linhas tortas;
- meus finais de semana têm sido de dono-de-casa. Lavo, cozinho, arrumo casa e estudo. Pensem CATOUZE vezes antes de sair de casa assim;
- o Festival de Cinema de Sevilla foi muito bom. Apesar de ter dormido em um filme francês e ter achado uns dois bem caidinhos, o balanço final ficou assim:
Nível Ponte de satisfação cinematística experimentástica e alternativesca - ****+-** (que saudade de dar notas);
- procurar trabalho é um saco. Principalmente quando você não encontra. Espero que ele me encontre, pelo menos;
- Se Niterói é um ovo, Sevilla é um escargot. Encontrei mais duas meninas da UFF que vieram de intercâmbio. Agora só falta o sexto elemento e o elo estará completo. Daí acontecerá o Apocalipse, mas é outra história;
- Saudades de vocês daí. De vez em quando aperta feio. Mas...

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Voltei

Só para avisar que fiquei tanto tempo longe da Ponte porque algum imbecil conseguiu a façanha de cortar um cabo daqui do bairro, quando estava fazendo uma obra. Por um acaso, o da internet. Toda a Isla de la Cartuja ficou sem até hoje. Deve ser a proximidade com Portugal que faz isso.

De qualquer jeito, hoje tem pouca coisa porque tenho pressa. Demais. Coisas mil a resolver. Mas fiquem sabendo que agora tenho grupo cheio de espanhóis, querem que eu jogue bola no time deles e procuro emprego mais e mais freneticamente. Apesar de ter sido tão bem recebido na FCB quanto Bin Laden seria na Casa Branca. Ou não.

Ah, e mel em italiano é miele. Por isso, o tema de hoje é (para quem lembrar):

"Tutti fruti, tutti fruti, tu-tti fru-ti!"
***
E como não podia deixar de ser, não esqueci do meu queridão JK e seu aniversário dia 9, mas acabou meu dinheiro e não tinha como ligar. Mas parabéns e tudo de bom ao meu irmão mais doente da cabeça, apesar de ter muito bom gosto.

Sucesso, Manu.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Cuidado, Alê pensando


Tá uma bosta, mas a idéia é essa mesmo.

Daqui a um dia ou dois eu volto.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Adendo urgente

Depois querem que eu goste da gralha vermelha. Imagina se isso acontece aqui, o que ia ser do nosso país:

"O protesto foi além das fachadas de prédios e alcançou o Congresso. Vestindo uma camiseta com a inscrição “Fora, Bush”, a presidente do PSOL, senadora Heloisa Helena (AL), subiu à tribuna e discursou em plenário.

— Gostaria muito que o churrasco estivesse contaminado (com febre aftosa)! Pena que a possibilidade de contaminação nesse caso (a ingestão de carne contaminada) é pequena — disse a senadora, referindo-se ao almoço que o presidente Lula oferecerá a Bush na Granja do Torto."

E tem mais!!!


Noisi mais André e Paulinha, lá no Porto.


Ai, que girinho é o Rio Douro!!!


O funk também invadiu Porto, como vocês podem ver por mais este castelão.

E para quem não conhece...


Vista do alto de uma torre lá em Faro. Só não sei o nome dela.


Porto...


...para onde também foram bruno, Pepê, Carmen e Karen...


...onde tirei uma foto com meu novo amigo Camões...


...e onde babei razoavelmente demais.


O castelão de Sintra...


...e a inspiração dos Besouros para o Abbey Road.

Muito gira!

Sim, como vocês devem - ou deveriam - ter lido, estive em Portugal por esses dias. Seis, viajando de sul a norte do país. E dirigindo, revezando com o Bruno pelos tapetes que são as estradas européias. E com a companhia de Pepê, Carmen e Karen, que moram com ele.

O roteiro foi Sevilla-Faro-Lisboa-Sintra (onde se bebe Cintra; não, não bebi)-Porto-Sevilla. Mais ou menos vinte e cinco euros de pedágio na ida, nada na volta. Isso porque cortamos todas as cidades possíveis e imagináveis de lá e mais várias da Andalucía. Babem, ó pá!

Depois de passar uma vida fazendo piada deles, percebi que estava certo. Eles são limitados. Ou "literais", como Bruno diz. Mas são muito mais do que isso, e posso dizer que fiquei orgulhoso de ter antepassados lusitanos.

Eles são cordiais, simpáticos, solícitos, desenvolvidos, limpos e absurdamente crédulos nos que conhecem. Ou que não conhecem mesmo. Ficamos cinco brasileiros na casa da mãe de uma portuguesa amiga nossa (com ela aqui), comemos, dormimos e ela nos deixou sozinhos no seu apartamento sem o menor problema. Depois de conhecer Vera voltei a ter um pouco mais de fé na humanidade, sem exagero algum.

Faro é praia. Lindíssima. Lisboa é capital de lá e evoluidíssima - só de linha de metrô tem umas quatro, e com tevês de tela plana em toda a estação. Seu potencial turístico é muito bem aproveitado, e curtimos mesmo com chuva. Aliás, como chove e faz frio naquele país!

Sintra é uma maravilha à parte, e mesmo pegando um pé d'água no meio da mata curtimos demais. É lindo. E Porto, capital mundial da cultura de 2001, não fica atrás. Além de muita coisa para se fazer, que não fizemos por não dispor de tanto tempo assim, tem um climão de cidade médio porte que adoro. Fora a Casa da Música, projeto do holandês de Rem Koolhaas que encanta Bruno e me deu aquela vontade de ser arquiteto só para, um dia, fazer alguma coisa grandiosa assim. Mas relaxem, meu negócio é com a escrita, vocês não vão ficar órfãos de me ler...

Poderia falar por seis dias dos seis dias que passei lá. Poderia falar das pessoas que conheci, com destaque também para ADA (amigos dos amigos) que me receberam no Porto como se fosse velho conhecido - André, Paulinha, Paty e Carol. Todos gente fisíssima, que terei o maior prazer de receber quando vierem para cá em dezembro. Mas o mais importante é ver outras coisas, conhecer novas culturas, vivenciar coisas novas que ajudam cada vez mais na minha formação pessoal, do caráter que tenho e que reforçam minhas convicções e vontades.

Faço das palavras do Bruno as minhas, quando disse que somos um povo ainda engatinhando e cometendo erros para evoluirmos. Espero fazer parte da novra safra de brasileiros responsáveis pela mudança que nossa sociedade tanto precisa.

E, claro, me alegra ver que as pessoas que conheço e estou conhecendo também têm toda a capacidade de fazer isso. É bom ver que podemos crescer.
***
Minha linda fez uma declaração de amor que dispensa comentários no seu flog, que está linkado aí do lado, e me senti na dívida com ela. Não por obrigação, mas pela vontade de falar sobre ela. Carol é a mulher da minha vida, a não ser que ela não queira. Estou cada dia mais apaixonado pela pequena, que aliás se mostra cada vez mais inteligente.

Será que o BNDES vai ganhar uma funcionária de 1.565m?
***
Palmas também para o cabeçudo do meu irmão. Impressionante como ele me deixa orgulhoso. Ainda não falo nada, mas espero dar grandes notícias em breve. Mas seja como for, ele já mostrou do que é capaz.

Quero ter um filho igual a ele. E se for filha, que seja que nem minha pequena.
***
E não podia deixar de citar o básico do básico: cada coisa que consegui, acda vitória que tenho, cada aprendizado, devo aos meus pais. Claro que eles não lêem a Ponte - o que, aliás, prova que não escrevo para puxar saco -, mas quero deixar marcado que, se algum dia vocês quiserem mudar o mundo, ou ao menos que seus filhos queiram fazer alguma coisa a mais, então dêem educação a eles. No mínimo igual a que eu tive. Que é a melhor que eu poderia ter.

É assim que se começa a mudar as coisas que queremos.
***
E, só para deixar vocês por dentro de como anda aqui, depois desta viagem e da minha dor na consciência de ainda não ter arrumado emprego, resolvi colocar minha cabeça no lugar e fazer tudo da faculdade o mais rápido e melhor possível. Não que antes não quisesse, mas faltava um empurrãozinho. Este, para ser mais exato.

Até dezembro devo apresentar um trabalho oral sobre música e literatura brasileiras, relação com a espanhola, criatividade e gênio (na concepção platônica do termo). Ainda rola mais um que não lembro qual e um site boladão norótico sobre alguns bairros de Sevilla, linkado à Ponte (claro). Vou estudar italiano e francês com mais afinco e caprichar nos meus escritos. quero voltar com um livro, espero.

E para pegar uma isnpiração gostosita, vou ao Festival de Cinema de Sevilla. Confiram aqui qual é a da parada. Hoje vejo Delecarlians, Con todos mis respetos e Chats Perches. E por aí vai. Depois conto como foi.
***
Última parada desta postagem, prometo: toda semana vai rolar uma indicação de página legal para vocês conferirem. Toda sexta, para ser mais exato. E o de hoje não poderia ser diferente:

www.us.es

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Calma

Não morri. Aliás, tô é muito vivo. Tô em Portugal.

Sexta eu conto mais.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Voltando ao normal

Após me recuperar parcialmente de uma reação alérgica à corante amarelo, e recuperar parte do meu bom humor graças a minha família e Carol, que falei ontem e hoje respectivamente, posso também voltar ao normal com a Ponte.

A Ponte andava mal cuidada, é verdade. Buracos virtuais, falta de sinalização de novos posts, sem luz em seus escritos... Mas agora tudo vai ser diferente!!! Até que eu volte a ter uma recaída!!! Ou não!!!

Foi mal a quantidade de exclamações, é a felicidade por voltar aqui. E de ver que tem gente nova cruzando as fronteiras na Internet. É a Ponte ligando mentes.

Ah, e essa foi a primeira postagem, mas vou colocar hora a mais para vocês lerem primeiro. Assim sendo, "desce mais desce mais um pouquinho" que vocês chegam nos escritos em si só, por si próprios.

Desabafo

Acabei de ler na página dO Globo sobre como anda a crise aí, o o que chamam de crise. Na verdade não sei como anda o sentimento do povo quanto a isso, até porque passaram tanto tempo jogando o mensalão, o valerioduto e outras coisas na mídia que saturou a mente até do mais alienado dos brasileiros, presumo eu não sei.

O que me chamou a atenção nisso tudo foi uma coisa que não sabia, apesar de já ter um mês. Chico Alencar, vulgo tio ou Chicão agora, saiu do PT. Isso mexeu comigo.

Seria mentira se dissesse que acompanho a vida política do Chico Alencar desde que me entendo por gente, que admiro cada coisa do que ele fez durante anos nesse meio, que ele é meu maior exemplo no cenário político nacional. Até porque, todo mundo sabe - ou deveria saber - que não tenho partido político. Meu "partido" é toda e qualquer coisa que realmente interessar e for boa para todo o povo.

Mas desde que conheci um grande amigo meu passei a prestar mais atenção aos passos do seu pai. E percebi a seriedade com que fazia suas coisas, a força com que lutava pelo que acreditava. Ouvi várias vezes do meu amigo como seu pai sentia dificulade em fazer as coisas no seu trabalho, como ficava chateado com tudo o que estava acontecendo, como se sentia mal pelas coisas divulgadas. Vi seu pai chorar na TV, vi ser injustamente criticado. E agora, isso.

Foi com uma pontinha de lágrima nos olhos, exatamente como estou outra vez agora, que resolvi falar sobre isso. Simplesmente por não acreditar que boa parte de tudo em que eu acreditava quando votei no Partido dos Trabalhadores está indo por água abaixo, e tão rápido. Acredito que isso tenha sido planejado para estourar agora e bombardear o partido, sei que tem muita gente boa lá dentro e muitos dos que estão batendo neles têm o rabo preso. Claro que estão fazendo alarde demais. Mas não deixa de ser deprimente.

Antes que pensem, não, não mudaria meu voto em hipótese nenhuma. E se não achar candidato realmente satisfatório, voto no Lula - pelo fato de que acredito que todos ficarão muito mais preocupados em não errar agora, e não farão besteiras como essas. Mas dói ver como gente responsável por uma das vitórias mais bonitas eesperadas da história do Brasil pôde jogar tudo por água abaixo.

E agora Chico Alencar sai do PT e vai para o Psol. É uma pena, porque além de odiar o partido novo e a Heloísa Helena (aproveitadora falastrona e sem critério - opinião pessoal, se um dia quiserem explico), acho que ele vai se tornar um novo Pstu. Radicalidade demais, propostas e ações concretas de menos. Fico triste de ver que ele teve que ir para lá. Só pode ser por falta de alternativa.

Se ele fizesse um partido só dele, votaria. Se ele se candidatasse a presidente, votaria. Porque falta no país gente séria assim, que até na hora de votar contra o maior acusado da crise do seu ex-partido e desafeto ideológico, chorou por ver que as coisas pelas quais lutou estão definhando. Um dia amargo para a história política da nossa nação.

E assim a vida do brasileiro médio segue, sempre para baixo. Só não encontrando os de baixo porque eles se afundam cada vez mais. É assim que se afasta um brasileiro esperançoso do lugar que ele tanto ama. Espero sobreviver a isso, porque na verdade ainda acredito.

A esperança é a última que morre, não é verdade?
***
Adendo: O Globo volta ao seu normal.

"‘Ou Serra ou o boeing’, afirma Hélio Jaguaribe

Toni Marques
Enviado especial

CAXAMBU (MG). “Ou Serra ou o boeing”. Essas são as escolhas do cientista político Hélio Jaguaribe para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2006. Falando a jornalistas antes de sua palestra no 29 Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), Jaguaribe se disse contra o modelo econômico neoliberal — o que o fez votar em Lula duas vezes, apesar de ter fundado o PSDB e integrado a direção do partido — e a favor de que o prefeito de São Paulo, José Serra, seja candidato a presidente propondo uma política econômica desenvolvimentista.

Se Lula for reeleito, a solução é tomar um avião e ir para a Argentina, brincou Jaguaribe. Devido à política econômica do governo, ele acha que o presidente não pode desejar ser comparado a Juscelino Kubitschek.

— (A comparação) É muito boa para dizer que ele (Lula) é o oposto. É um bom contraste. — disse Jaguaribe."