quinta-feira, 17 de junho de 2010

Toca aqui

Uma das minhas 148 tristezas nessa vida é não ter formação musical. Ainda há tempo pra aprender, eu sei. Mas começar aos 27 anos não é das coisas mais promissoras que podem passar a alguém. Além do mais, meu talento pra artes gráficas é risível - outra das minhas decepções. E não quero ficar só com essa coisa de embaralhar letrinhas.

Se eu tivesse escolhido de moleque, teria optado por estudos clássicos pra saber tocar desde meu violão (que sofre com minha oscilação entre períodos mais inspirados e épocas bizarras) a sax, bateria e baixo. Violino também, pra tirar onda de esnobe misterioso e ter cara de assassino naquelas festas chiques e chatas onde garçom serve canapé com gosto de ações da Vale.

Mas se começasse hoje, ficaria entre essas duas opções:

Oboé sempre foi um instrumento divertido, ao menos pra mim. O nome parece saído de música baiana, o som é meio anasalado e sempre tem mais vagas que candidatos no vestibular. Ou seja, eu poderia ser formado em oboé pela UFRJ sem estudar nada. Além do mais, quantos oboístas você conhece? Fora que é um instrumento surgido provavelmente na Mesopotâmia e com mais de 3000 anos. Dizem que Maria ninou Jesus com um oboé. Está em algum lugar na Bíblia, confere lá e me conta depois.


Theremin, que só poderia ter saído da cabeça de um russo. Patenteado em 1928, parece um receptor de TV a cabo e se toca sem encostar em nada - o thereminista, ou seja lá como se chama quem sabe mexer nessa geringonça, controla a freqüência com uma das mãos e o volume com a outra. Claro, você encontra desde um nerd fã de jogos eletrônicos até um louco pop ensinando como é que se faz ("coloque as duas mãozinhas pra frente, vai, vai, vai, vaaaai..."). Mas a graça seria usar o brinquedinho como o Jimmy Page, em algumas performances de Whole Lotta Love e No Quarter. Psicodelia, aí iria eu.

Bom, enquanto não posso entrar no maravilhoso mundo de formas, sonatas e crescendos, me contento com uma aula grátis de tuba:



Grátis, não. "São 60 dólares."

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