sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasil 2x0 Espanha

Quarta passada rolou o São João catalão. Noite de festa, em que todos aproveitam o feriado do dia seguinte para passar horas na praia. Muitas, já que é o dia mais largo do ano - de sol, digo - e muita gente vai ficando até começarem as festividades.

Pauda para explicação científica: eixo de inclinação da Terra, rotação/translação, hemisfério norte... Busquem coisas sobre o tema se quiserem comprovar que existe realmente um dia mais largo no ano. Assim como o mais curto, se não me engano 25 de dezembro.

Voltando: que festividades? Quer dizer que em Barcelona rola quadrilha, bigodinho pintado, pula fogueira ia-iá, canjica e namorinho atrás da igreja (pra quem é caipira de verdade; não imagino ninguém de pegação atrás da Catedral do Niemeyer)?

Honestamente, um lugar onde se comemora o carnaval com uma fila enorme de gente com roupas típicas (também conhecidas como esquisitas) e dois carros de som disputando a atenção de gente sacudindo os braços na beira da rua não poderia ter muita vocação pra fazer uma festa de São João da boa. Nem mesmo da boa. O esquema de São João deles é fácil de explicar, ainda que impossível de entender: a galera se arruma, vai pra praia e leva (muito) álcool e fogos. Enche a cara, atira fogos em todas as direções - inclusive na sua - e volta pra casa bêbada.

As fogueiras, caso você encontre uma, são feitas com móveis usados. Música, só em quiosques específicos nas praias mais afastadas. Nas de Barceloneta, a mais próxima da galera, é só bebedeira-morteiro na cara, mesmo. Os grupos se fecham entre eles, não são de interagir com outras pessoas. A não ser que estejam bêbados, mas aí só conversam enquanto não sentam na areia ou enchem o saco do papo. O que tarda pouco, porque ele não costuma ser dos mais interessantes.

As horas passam, quem está no quiosque com música se sacode sem muitas pretensões, quem está sem som procura paquis pra comprar ainda mais cerveja (aqui é proibido beber na rua, daí quando a polícia chega eles escondem as latas, normalmente dentro dos bueiros - só pra constar), e quando você percebe que a festa é basicamente isso, caso esteja em condições de perceber alguma coisa, enjoa e vai pra casa. Fim.

Acho que o dia seguinte é feriado pra todo mundo curar a ressaca, porque nenhuma cidade funciona com 85% da população economicamente ativa sem agüentar claridade por mais de 5 minutos. Mas, pelo visto, caso fossem trabalhar os gringos também não teriam muitas histórias pra contar, de qualquer jeito.
***
A nota triste da noite ficou por conta de um acidente em Castelldefels, uma cidade cerca de Barcelona, em que 13 pessoas (se não me falha a memória) morreram e mais umas quantas ficaram feridas ao serem atropeladas por um trem a 140km/h. Acontece que essa gente estava cruzando a via da estação. À noite. Passando por trás do trem que estava parado na plataforma.

Sigo com minha teoria de que, se burrice fosse crime inafiançável, evitaríamos muitos problemas no mundo.
***
Voltando pra pátria amada, Brasil, essa é a segunda festa da qual não sentirei falta nenhuma. Assim como do carnaval, apesar de isso ser tão óbvio quanto o problema do Dunga com seres humanos. Brasil dois a zero na Espanha.

Se as duas se cruzarem nas oitavas, é melhor eles se cuidarem. Até porque, se minha torcida segue sendo pra Roja levantar o caneco, meu coração ainda é flamenguista, carioca e brasileiro. Acima de tudo, rubro-negro.

Um comentário:

Andre Serpa disse...

Tudo muito legal.. tirando a parte rubro negra...