quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pescado no Twitter

Champions aren't made in gyms. Champions are made from something they have deep inside them. A desire, a dream, a vision. Muhammad Ali


Voltamos à programação normal.

domingo, 26 de setembro de 2010

Futebol

Eu jogo, vejo, acompanho, discuto, torço, compareço. Mas esse time do Flamengo me dá um desânimo impressionante, a ponto de escrever esse texto antes mesmo de acabar a partida no Parque das Águas, também conhecido como Lagrimão, oficialmente chamado de Engenhão. A casa de bonecas do Botafogo.

Não esperava o hepta em 2010, confesso. Mas uma vaga na Libertadores era sonhável. Na copinha, aceitável. Brigar com o Patético Mineiro pra não descer, inaceitável.

E, enquanto falava com o Alan, as Felipetes fizeram o terceiro. Fim de jogo.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pílulas de ódio

Meu lado calmo e pacifista costuma ser substituído por um Alexandre rancoroso e vingativo quando me sinto injustiçado ou traído. Nos últimos seis meses, um punhado de pessoas entrou na minha lista negra. Coisas da vida.

Mas hoje surgiu um novo elemento de ódio extremo. Não sei o que é pior, se a raiva de pessoas próximas ou a que sinto por conhecidos recentes. Mas o fulano desta quinta-feira terá seu revide. Faço questão.

Depois da minha dose diária de ódio, já posso dormir tranqüilo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Respire


All you touch and all you see is all your life will ever be.

Não me lembro dia, ano ou hora. Sei que foi na Apoteose e que eu estava lá, cantando de olhos fechados, correndo o risco de perder minha carteira. Mas, naquele momento, só pensava em Breathe. Música, porque a respiração é comandada por movimentos involuntários dos músculos.

Os anos passaram, as pessoas passaram, outros eu passaram. E "breathe/breathe in the air/don't be afraid to care" faz ainda mais sentido agora do que no dia em que minha voz fez coro com milhares de outras tão emocionadas quanto a minha.

Tudo o que fiz desde então foi olhar em volta e escolher meu lugar. É verdade que ele vive se mexendo, e às vezes fico mais perdido que gringo no samba ao tentar me equilibrar e encontrar meu espaço calmo e feliz. Bom, não necessariamente calmo. Mas, sem dúvida alguma, feliz.

Não sei aonde vou chegar, nem quem vai estar comigo quando eu estiver lá. Certo é que estarei. E darei a vida mais maravilhosa pra quem tiver sido paciente e presente em todos os momentos. Para essas pessoas, eu devo tudo. Por essas pessoas, eu faço tudo.

E também cheguei à conclusão que preciso ir a outro show tão bom quanto o do Roger Waters. O que vai ser muito, mas muito difícil.

domingo, 19 de setembro de 2010

Um domingo desses

Você olha no calendário e percebe que passou daquele dia que não se lembra mais. Já está na hora de levantar, e pra isso é preciso passar por debaixo da escada. Três passos à frente, um gato preto muda de roupa e tira os pêlos do bigode diante do espelho enquanto prepara um café com leite. Forte. Muito café.

No corredor há uma passagem que leva ao universo paralelo da sua mente, que está aberta a novas possibilidades mas cobra pedágio. Não custa tanto, mas você está com pouca grana. Resolve vender um pouco de tempo pra se capitalizar, mas tempo nem sempre é dinheiro. Às vezes, uma boa história toma tempo e vale muito mais. Ou menos. Isso, mais ou menos.

Olhando por trás das lentes do monóculo, existem oito pares de olhos vermelhos e famintos. Quem tem fome tem pressa, e você decide correr. Com, contra, para, ainda não sabe. Nem se importa. As portas passam muito rápido, e vão se fechando conforme janelas se abrem. Algumas oferecem uma nova brisa, outras tentam acertar sua cabeça enquanto acelera o passo. Tudo é muito nada nesse conjunto de possibilidades solitárias.

Você se sente sozinho. Você se senta sozinho. Logo começam a aparecer pessoas à sua volta, vozes distantes que fazem eco aos seus pensamentos. Quem traz é o vento, ou o garçom. Elas vêm do fundo do copo metade cheio ou metade vazio. Melhor ver sempre metade cheio.

Daí se enche e resolve começar tudo de novo. Olha no calendário e percebe que passou daquele dia que não se lembra mais. Mas você já está de pé.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

13 de setembro

Um dia que já passou. Como as coisas mudam.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pecado capital número 5

Dante disse, algum tempo atrás (bem antes de eu nascer), que a ira é o "amor pela justiça pervertido a vingança e ressentimento". Concordo. Assim me sinto uma pessoa mais justa enquanto odeio outras.

Eu odeio amigos. Ou melhor, atuais semi-futuros ex-amigos. Quem mente, esconde, toma partido e ajuda você a se afundar na má fase não pode ser considerado amigo(a).

Eu odeio políticos. Com a sempre exclusão do Chico Alencar desse grupo, por gosto e confiança. Eles mentem, compram votos e fingem que não se importam com a meleca que a criança colou na camisa deles.

Eu odeio juízes de futebol. Esse tópico entrou porque escrevo o texto enquanto vejo o Flamengo ser prejudicado por um saco de batata vestido de preto. Jogador expulso, pênalti não marcado etc. Até quando o cretino do Ricardo Teixeira vai fazer isso? Tá de birrinha porque o Flamengo não votou na sua eleição ou é retaliação pela discussão da taça das bolinhas? Porque eu tenho uma sugestão do que você pode fazer com ela, e só não sugiro ao São Paulo porque eles aceitariam. Se é que já não pensaram nisso.

Eu odeio o time do Flamengo. E tenho pena do Zico, que está arriscando anos de história pelo amor a um clube que parece não querer ser ajudado. De quebra, também tenho pena do Silas, que não podia recusar a batata quente que caiu na sua vida tática.

Eu odeio despedidas. Cada vez que vou embora de algum lugar, fico triste e sofro como se fosse a um show do Jorge Vacilo. Sozinho. Em Inhaúma. Numa terça-feira chuvosa. De ônibus. Mas, como nesse caso eu deveria me odiar - já que a culpa das despedidas é minha - eu relevo um pouco e penso no lado positivo da saudade e boas recordações.

Eu sei, a ira não resolve minha vida. Mas não acredito em pecado, céu e inferno, essas coisas de quem tinha tabela de preços pra pedaços de madeira e tem um nazista anti-camisinha como líder. Além do mais, como vivo de escrever e gosto de valorizar cada reação apaixonada que sinto, até que uma raiva contida sempre prestes a explodir no momento inoportuno é legal.

E ainda tem aquele lance que gosto muito, a tal da vingança. Se você estiver na minha lista, cuidado.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Re(rerererere)começo

Quem disse que eu tô rindo? Isso é uma forma onomatopeica de representar outro combo de mudanças na minha vida, que começou no dia em que decidi ir pra Barna. Um ciclo que ainda não tem data pra fechar, e segue dando voltas interessantes.

As próximas semanas prometem fortes emoções. Além de uns quantos recomeços. E a verdade é que eu tô curtindo muito isso.

O que pede um Bajofondo.


Tiempo mejor, cielo de miel, ahora que sale el sol...y empieza a calentar la piel.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Até logo, Mário Filho

Mário Filho era filho do Mário. Não aquele da piada, ou pelo menos eu acho que não. Na vida passada, jornalista. Nessa, estádio. O maior do mundo até algum tempo atrás. O mais charmoso. O com mais histórias, algumas tristes e muitas felizes. Casa do todo-poderoso Mengão, dono do recorde de público do Campeonato Brasileiro com mais de 155 mil pagantes em um Flamengo e Santos, final, taça nossa, grito de tricampeão.

Quem já foi ao Maraca alguma vez na vida sabe o sufoco que é (era) comprar ingresso, com uma horda de cambistas passando a frente e oferecendo o lugar 247 vezes mais caro no dia do jogo. Assim como é (era) horrível entrar numa fila que parecia o delta do Nilo até chegar perto da roleta, pra então virar um buraco de agulha na hora de entrar na área do estádio.

Quem já foi ao Maraca alguma vez na vida também comprou cerveja cara lá dentro, e depois passou a não poder comprar cerveja nem nos arredores. Legalmente, porque o amigo isopor sempre chamava na espreita. Com certeza, passou pelo perrengue de ficar num lugar ruim, sentar na escada, ter que vigiar o bolso enquanto xingava o juiz, viu a menininha tomar um copão de xixi na nuca, saltou degraus com mais técnica que o João do Pulo - só que pra fugir de confusão.

E quem foi ao Maraca sabe-se lá quantas vezes, como eu, entende que a emoção de cantar com a torcida (no meu caso, com a Raça e a Fla-Manguaça, desde a época do Marcelo Tijolo ou antes, nem me lembro mais) é maior e mais forte que qualquer um desses contratempos.

Vi o Flamengo vencer inúmeras vezes, ser eliminado de forma dolorosa, jogar com raça e ser vaiado pela falta dela. Não importa. Poucas coisas nesse mundo são tão emocionantes quanto ver o manto sagrado saindo do túnel, os jogadores pisando no gramado e acenando pra torcida enlouquecida. Independentemente do resultado. O Maracanã é lindo, místico, insubstituível.

Mas não irretocável. Hoje foi o último jogo no templo, que será fechado por mais de dois anos pra obras. E eu não pude me despedir. Tudo bem, o Flamengo empatou com o Santos - mesmo jogando melhor. Não foi o até breve que os milhares de presentes esperavam. Mas tenho certeza que foi emocionante, principalmente pra quem ama o time e o esporte. Como eu. Que estava na frente da TV com cabeça, coração e cordas vocais no anel superior, atrás do gol do lado esquerdo da tribuna de honra. Triste por não estar fisicamente. Mas feliz de ver a galera incentivando até o final, numa clara história de amor eterno.

Não conheci o jornalista, mas tenho certeza de que é muito feliz como o estádio. E por fazer parte dessa história.

Até logo, Mário Filho.


Acima de tudo, rubro-negro!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A baleia jubarte

Com seu vermelho característico, ainda que raro para a espécie, lá estava a Jubarte olhando o mundo à sua volta. Muitas coisas com carinho, outras com saudosismo, uma com certa raiva. Sim, porque as jubartes, como qualquer mamífero, sentem raiva.

Ela sabia que estava ameaçada de extinção. Ainda assim, resolveu seguir na imensidão do oceano, acreditando que a época de migração logo chegaria ao fim e ela estaria de volta, sã e salva, ao seu amado habitat. Horas e dias e meses de viagem, muito plâncton comido, muito vivido pelos mares para contar aos seus filhotes. Uma existência só existe realmente se há histórias, pensava. Mas se esqueceu de que nem todas são boas.

Assim como as pessoas. O ser humano interessado na preservação da jubarte, por exemplo, era mau. Escondia seu lado desequilibrado sob um risonho rótulo ambientalista. E se aproveitou da crença mamífera da baleia para fazer o que quis enquanto ela estava fora. Protegeu outras espécies, militou por outros animais. Tão irracionais como este ser humano específico. E a pobre jubarte, após nadar aquela imensa massa de água até sua terra natal e se deparar com tamanha irresponsabilidade, sentiu um oceano inteiro pesando nas suas costas. Na sua vida.

Felizmente, como todo mamífero racional e emocional, a jubarte tem seus truques. Emergir, expelir a água salgada e seguir em frente, por exemplo. Ela sabe que, olhando aquele mundo à sua volta, um pequeno ser (ou seria um ser pequeno?) que um dia cruzou sua corrente marítima não fará a menor diferença em uma vida livre e feliz, e por isso plena. Coisa que aquele pobre peixe de aquário nunca vai entender ou alcançar.