segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Seu lugar no mundo

O mundo é grande à beça. Pelo menos vinte e oito vezes maior que minhas pernas, tenho certeza. Talvez por isso você ande vários quilômetros, e outros tantos mais depois, e nunca chegue exatamente àquela placa de "bem-vindo a XXX" que esperava encontrar.

E não adianta esse monte de tecnologia que já inventaram, GPS, GoogleMaps e faróis de xenônio; encontrar o lugar onde quer passar um tempo da sua vida, algo entre 15 minutos e duas encarnações, não tem indicação clara disponível. Ou até tenha, mas é escrita em sânscrito rudimentar - e o único que poderia traduzir morreu há muito tempo. Que eu saiba.

É que seu lugar no mundo não é só onde você ganha dinheiro pra pagar a conta do seu celular, ou compra um lençol novo pra dar sorte no ano novo. Principalmente pra quem tem um mínimo de ambição. Seu lugar no mundo é - ou deveria ser - um pedaço de terra onde você ganha um salário pra fazer todas essas coisas, e muitas outras. Mas onde essa grana vem por um trabalho legal que te deixa feliz e realizado. Também é um lugar onde existem coisas pra se fazer pelos outros, de preferência em grande escala. Ou na maior escala possível. "Devagar se vai ao longe", que nada! Quem caminha com passos curtinhos é pinguim, e por isso ele só consegue sair do pólo Sul se der a sorte de viajar num iceberg desgovernado. E o animal ainda por cima tem asa e não voa, uma prova viva de desperdício de possibilidades.

Tão feliz quanto quem já encontrou seu lugar no mundo é quem tem a coragem de buscar esse lugar.


Se você luta contra quem você é, se machuca.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Dizer nada, uma arte etílica

- A Quilmes acabou.
- Não! Assim você acaba com minha noite também. A vida dá muitas opções engarrafadas.
- Então você pode escolher várias aqui. A Stella é muito boa.
- Não gosto da Stella. Tem gosto de criança gritando.
- VOcê já provou uma criança gritando?!
- Metaforicamente.
- E como é?
- É como tomar um gole de Stella.
- Então é melhor eu te trazer uma Bohemia.
- Mas você abre pra mim?
- Hoje meu namorado vem me buscar, me liga amanhã.
- Amanhã é que dia?
- 19.
- Não posso, vou refazer meu mapa astral.
- Eu continuo virgem.
- E seu namorado?
- Ele é um câncer.
- Se eu fosse você, fugiria.
- Se você disser que vai pra Bom Jesus do Itabapoana comigo, eu largo essa bandeja agora.
- Lá eu não piso mais, ainda me devem 2 vacas e uma cesta de kiwis.
- Pena... Então vou lá buscar sua Bohemia.
...
- Cara, que papo foi esse de vocês?!
- Sei lá. Sei que tô com vontade de tomar uma Stella.

sábado, 15 de janeiro de 2011

"Ex-BBB é isso, né?"

Vou aproveitar que estou chegando aos 28 anos pra puxar assuntos polêmicos e, se possível, conseguir gente esbravejando e ameaças de morte virtuais.

Vamos falar de BBB. Ele está na edição 11, se não me engano. Nunca vi, e me orgulho disso. "Publicitário tem que ver tudo" é oscambau, sou eclético mas tenho limites.

BBB é o voyeurismo da futilidade. É fórmula, é batida e só dura porque o ser humano padrão tende a viver a vida dos outros pra dar algo de emoção à sua existência - e quando a gente pensa em "emoção" o choro por estar uma semana longe de casa ou uma discussão sobre quem comeu e não lavou a louça, percebe que há algo de errado com a humanidade.

Todos os slow food, slow money e slow movement e qualquer dessas idéias de viver melhor, aproveitar a vida real e não a virtual etc ainda estão muito restritas aos gringos. E não chegam perto de equilibrar a quantidade de porcarias disponíveis por aí. Eu sei que existe gosto pra tudo, e não dá pra julgar o que é bom ou ruim baseado no que eu acho legal, mas a Ponte é minha e eu digo o que quiser.

Mas pra não dizer que estou sendo ranzinza, esse vídeo diz tudo.


"Eu conheço o Heitor há muito tempo..."

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Abençoados os que esquecem

Obrigado, Nietzche. Agora você já pode ir pro inferno, porque seus livros são um saco.

sábado, 1 de janeiro de 2011

2010 - prestação de contas

Completei meu mestrado em Barcelona.

Entrei na agência que queria, na volta da Europa. Depois, fui chamado para uma outra que também gostaria de estar.

Comecei a formatar planos para 2011 antes de 2011 chegar. (Isso vale um texto, que escreverei em breve.)

Fiquei solteiro.

Conheci pessoas interessantes, que me mostraram que a vida vai além de um objetivo sustentado a um (a dois é muito complicado e relativo - coisa que também descobri ano passado).

Aprendi que amigos de verdade são poucos. Pouquíssimos.

Relembrei como sinto falta da família, e que nada importa mais do que eles.

Analisando meus acertos e falhas, pontos fortes e fracos, vejo como posso fazer desse um ano maravilhoso na minha vida, esquecer o passado, evoluir e chegar aonde pretendo. A vida não é lógica nem racional, eu sei. Mas também não sou, então está tudo certo.

Feliz 2011 pra vocês.