quarta-feira, 31 de maio de 2006

O silêncio dos inocentes

"Por que o Senhor permaneceu em silêncio?" Essa frase ilustrou o inconformismo do Papa Bento com relação às atrocidades do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde foram assassinados 1,5 milhão de judeus. Em um discurso para a massa católica do país, ele se perguntou onde estaria Deus durante todo aquele tempo, permitindo "o triunfo do mal".

Bom, não sou onipresente nem tenho talento para GPS. Tampouco estava vivo naquela época - tenho só 23 verões quase-recém-completados. Uma matemática básica prova que, naquela época, eu ainda não poderia ser nem primeiro rascunho de projeto de gente. Mas tenho meus palpites sobre o assunto e quero ajudar o Papa.

Papa, você está falando de Deus, não de Wally. Se realmente estivesse procurando Deus desde quela época, deveria ter olhado para cima. Para cima da sua arma, enquanto era mais um caçando judeus. Afinal, não acredito que um membro da Juventude Hitlerista ficasse preparando sanduíches para levar pro front nem fosse estudar sobre construção de sinagogas.

Se você achou Deus tão calado, deveria pensar que qualquer pessoa - até Ele, acredito - ficaria calado quando visse que tudo o que mostrou e fez foi para o inferno com tamanha hipocrisia e crueldade. Não vale a pena gritar para ser ouvido, porque assim não se é respeitado. O entendimento vem da compreensão. E isso passava longe dos nazistas.

É fácil falar agora, depois de tudo acabado, e fazer o papel de bom moço. Fiz primeira comunhão (por vontade própria mesmo), respeito os fiéis da Igreja Católica e até as intenções da Igreja em sua essência. Mas a prática anda cada vez mais longe da teoria, e não tem vela acesa nem mãozinha pro alto que esconda isso. Deus é inocente nessa, Papa, e os inocentes que poderiam escutar seu discurso já morreram. Há mais de 60 anos, pelo menos.

Só não vê quem não quer.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Rascunhos

Meu mestrado se desenha. Amadurecimento para trabalhar em uma agência se desenha. Shows, dinheiro, viagens, Copa do Mundo, álbum de figurinhas cheio, TV RGB, calmaria mental, esquetes e propagandas e contos e absorção de leituras se desenham.

Neste grande rascunho em que se transforma a minha vida, percebo que tenho aprendido a desenhar melhor. Risco uns traços, analiso, percebo minhas limitações, estudo como melhorar e risco mais uns traços. E assim o desenho vai ficando cada vez mais promissor e o resultado promete ser produtivo.


O guerreiro está pronto.

Além de preparado para a guerra que se desenha, estou animado também. Animado com as possibilidades que surgem, com as portas que se abrem - algumas à força, depois de serem esmurradas, mas se cederam está bom - e com o que enxergo no horizonte. Mesmo com meus olhos míopes vejo, e gosto do que vejo, então o que vem vai ser bom.

Claro que meu otimismo pode ser passageiro. Na verdade, tudo em minha cabeça é passageiro, meu humor e meu estado de espírito variam tanto quanto alguma comparação que me fugiu no momento. Mas, e até porque, sou assim, é bom aproveitar enquanto os ventos sopram a favor das minhas idéias. Assim, quando estiverem parados ou soprando contra aproveito a distância que percorri para manter a tranquilidade de raciocínio. Para quê?

Raciocinar, ué. Pensar no futuro e planejar passos mais seguros. Seguir caminhando. Já que não preciso de muitas horas de sono e nunca estou cansado, tenho que tirar vantagem disso.

Perdi o caminho da postagem, não sei como acabar. Vai ver que é um sinal de continuidade do que disse agora... A ver, tío!

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Bingo!

Sei lá, me deu vontade de jogar bingo agora. Gritar bem no ouvido daquela velhinha que está disputando acirradamente com suas colegas de mesa para ver quem ganha mais dinheiro para gastar em remédios e mercados. Mesmo que não precisem de remédios e só estejam no mercado para entrar na fila e reclamar de tudo.

Na verdade, acho que quero jogar bingo para não fazer a prova on-line que me espera até às 9h de amanhã, que no caso é hoje. Como não vou acordar às 7h para isso, faço agora. Só não contem para ninguém que o motivo desta postagem é preguiça.
***
Gosto muito do meu novo professor, é um cara gente boa, excelente e talentoso, coisa que faltava no IACS. Ainda falta, se penso em quantidade. Mas fiquei triste de ele não ver minha pasta tão bonitinha e bem cuidada que preparei com amor e carinho para receber elogios e conseguir umas dicas legais que me botassem dentro de uma agência no mercado de trabalho carioca e tudo isso sem um mísero ponto ou vírgula enquanto escrevo.

Sei que a culpa não é dele por ter uma turma tão despreparada para uma chance dessas, que conversa o tempo inteiro. Parece um monte de adolescentes da Barra tendo aula de álgebra linear com um professor insosso no Pinheiro Guimarães, e lá pras oito da manhã, quando todos têm sono e cagam para os professores. Sei que educação se aprende em casa. Mas tenho o direito de ficar triste, né?

Não tem nada, também. Quando entrar numa agência de propaganda serei um homem mais feliz. Aproveito e sumo de vez da UFF, só apareço para a mono.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Mea culpa

Alan anda bem-informado. Espero que tenha se sentido tão incomodado quanto eu, e que vocês sintam a mesma coisa ao escutar Max Gonzaga e Banda Marginal.

Se ainda não estou assim, tampouco sou um Betinho. Ainda tenho (temos?) muito o que aprender.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Bom dia?

Acordei com "Stiffler's mom" na cabeça. Do American Pie. Só pode ser falta de sono.

Boa noite

Ainda bem que eu vi isso antes de dormir. É só clicarem no "play" da janela "creative", onde está escrito "Aids. Use due condom". Se não estiver lá, cliquem em "select another campaign" e procurem pela propaganda.

Perfeita.

domingo, 21 de maio de 2006

Promessa de Ano Novo

Hoje começa o Ano Novo Zulu, por isso aproveito para divulgar uma das minhas promessas: manter o tráfego na Ponte constante, sem retenções de informação. Assim, assuntos interessantes chegarão ao seu destino final. (a mente de vocês, caso não tenham entendido)

Estou postando isso agora, quatro e pouco da manhã de um sábado, depois de comer feito um suíno enjaulado na Galeria Gourmet pelo aniversário do Márcio, meu primo, só para relaxar a cabeça e voltar a escrever textos para o portifólio e o trabalho. Sim, eu trabalho de madrugada. Não, não me orgulho disso. Preferia minha cama.

Com certeza não era isso que a chiliquenta (direitos do apelido reservados ao pessoal do Rock Gol), vulgo Toni Garrido, pensava quando escreveu "todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite/ sábado à noite tudo pode mudar", se é que foi ele quem escreveu esta letra. A não ser que ele também tenha problemas com horários e sua agenda viva lotada de compromissos que prejudicam suas obrigações. Caso seja isso, sugeriria a ele que mudasse de secretária.

Enfim, o importante é que, caso depois deste sábado à noite trabalhando com a cara na tela e as vistas ardendo pela luz o Alê consiga um estágio numa agência bem bonita e legal, o cansaço terá valido a pena. Não vou poder debochar da música, mas não vou me importar porque terei chegado ao meu objetivo.


Ápi-dêith: meu horóscopo (sim, tenho acesso a um horóscopo!) acabou de me dizer que minha liderança está em alta, e que posso casar tranquilamente meus objetivos relacionados ao que espero profissionalmente. Como meu monitor está widescreen sem o consentimento das imagens, será que isso quer dizer que realmente Papai do Céu escreve certo por linhas astrológicas tortas - e virtuais?

terça-feira, 16 de maio de 2006

Antes...

...de falar de coisas sérias, isso. Apesar de excessivamente paulistano, o que é um defeito grave, o senhor Registro aí ao lado acertou ao espalhar o que está linkado aí em cima. Qualquer semelhança é mero absurdo.

Mais tarde falo de acontecimentos mais sérios, como o caos em SP, seleção brasileira, Foucault e Colomba Pascal.

Errar é humano, mas...

Sempre existe um mas no meio do caminho. Nesse caso, ele pertence à classe jornalística.

Hoje em dia as informações passam cada vez mais rapidamente. O jornalismo é obrigado a seguir o ritmo, e os jornalistas devem sempre buscar a fonte de informação praticamente no momento em que as coisas ocorrem. Assim informam a massa e mantém seus empregos.

Mas não custa nada conferir o que está sendo feito, para que não ocorram coisas como isso aqui. Deus do céu, que vergonhoso e deplorável. Se fosse a apresentadora, usaria o velho troque do "pedir para cagar e vazar". Se fosse o responsável pela escolha do entrevistado, "pediria para cagar e vazaria". Se fosse o responsável pelo telejornal, iria rever minha política de contratações, porque isso de "pedir para cagar e vazar" poderia deixar mais rastros malcheirosos.

E já basta um mico tenebroso como esse.

sábado, 13 de maio de 2006

Oba! Hoje tem links!!!

Pois é. Vocês podem escolher entre esse, esse, esse ou esse. Todos completamente diferentes um do outro, todos deveras divertidos.

De nada.

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Saiu no BlueBus

Texto praticamente na íntegra, com pequenas modificações. Ele só comprova a fama e o poder da Ponte Elétrica. Os trechos destacados são para prender a atenção dos mais desligados. Completamente imparciais.

'Postado pelo Ricardo Freire no seu Viaje na viagem - "Digamos que você está preocupado com o destino das suas milhas. Digamos que você não sabe quando vai poder viajar. Ou digamos que você sabe quando, mas não consegue passagens para aquela data. Ou ainda digamos que você tem um destino em mente mas não consegue confirmar vôo grátis para data nenhuma". E então - "Aqui vai uma sugestão levemente perdulária. Sabe qual é o único trecho operado pela Varig pelo qual você pode dar 20,000 milhas e emitir uma passagem em aberto, válida para qualquer vôo? Isso mesmo, a Ponte Elétrica".

Segue - 'Torrar milhas com Ponte Elétrica - quando as mesmíssimas 20,000 milhas podem levar você a Buenos Aires, Santiago, Fortaleza, Manaus ou Caracas - parece um milhascídio. E é. Mas pelo menos você fica com uma passagem na mão. Que pode ser usada no primeiro fim de semana com tempo bom garantido, sem stress'.
"

Ou seja: a salvação da Varig, a diversão de milhões de brasileiros e - por que não? - o futuro da nação passam pela Ponte Elétrica.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Mantendo a média

Não quero perder o costume de escrever na Ponte. Tampouco estou com paciência para contar historinhas agora. Na média, saibam que "Em protesto contra a implantação de medidores eletr^nicos pela Ampla, moradores do Porto da Madama, em Grandim, São Gonçalo, fizeram uma manifestação e fecharam por 40 minutos as pistas da Rodovia Niterói-Manilha no fim da tarde de ontem".

Ou seja, ninguém quer que acabem com os "gatos" na luz dos moradores de lá. E o bom do Brasil é o brasileiro.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Fotinhas

Escrevi errado, sim! Dane-se, já que ninguém deu atenção à minha última postagem. Falei sobre minha setlist, saudade - uma palavra que só existe em nosso rico vocabulário, e eu como redator tenho a missão de escrever e divulgar -, e fui solenemente ignorado. Então anuncio minhas fotos e de terceiros escrevendo fotinhas. Ah, na verdade são fotos e imagens. mas quero escrever fotinhas mesmo.

FOTINHAS!!!


Fotinha tirada em um protesto na Plaza del Duque, em Sevilla. Cansei de passar por lá. Hoje, tenho vontade de passar mais algumas vezes. Sem cansaço nenhum. Mas estou longe. Que se dane, lembrem-se de que o capital explora!


Sonho com um mundo onde as coisas seriam fáceis assim...


Um aniversário distante de quem gosto, junto com quem aprendi a gostar. A saudade aperta forte.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Músicas e tristezas

Como havia prometido:

Um, meu setlist imaginário pessoal - Riders on the storm (The Doors), Purple Haze (Jimi Hendrix), Boys don't cry (The Cure), The lost art of keeping a secret (Queens of the Stone Age) e Meus bons amigos (Barão Vermelho). Esta última seria variável, e digo que seria o quinto elemento agora pelo que estou sentindo. Já, já, falo sobre isso.

Dois, a polêmica pirracenta do Garotinho - poucas vezes vi uma tentativa de chamar atenção dar tão errado. O partido é contra, a oposição só comenta para ridicularizar e quase todos na rua debocham da sua greve de fome. Só não são todos porque os fanáticos religiosos bitolados seguidores do futuro ex-chupeta de vulcão o apóiam e gritam palavras de incentivo, como comprovei hoje no centro da cidade ao voltar para casa. Tomara que o incentivem até que ele não aguente mais de fome e morra. Se possível, que seja logo.

O problema é a quantidade de gordura para queimar. Ele tem tanta que poderia hibernar. Parece um urso.
***
Agora o não citado em postagens anteriores. A tristeza bate forte à porta. Mais saudade que tristeza, mas aí uma coisa acaba puxando a outra e caga tudo. Culpa dos malditos cientistas, que ainda não inventaram uma máquina do tempo.

Se tivessem conseguido isso, que além de não ser nada difícil (eles já conseguiram façanhas muito mais impensáveis, como chiclete sem açúcar e colocar um brasileiro no espaço) é fundamental para a evolução do homem, eu poderia fazer, refazer, consertar e reviver muita coisa.

De onde tirei isso tudo? De duas fotos que acabei de ver. Uma foi da minha pequena linda, linkada aí ao lado. O lugar é o campus do Gragoatá, aonde tudo começou. Dali saíram beijos, conversas, sufocos, revelações, decepções, términos e retomadas e inúmeros momentos felizes que marcaram minha vida. Já tinha até um cantinho todo meu (nosso, Cá) e a foto mostra parte dele. Hoje, não tenho mais tempo para voltar lá e fazer um pouco como era antes. Às vezes, era tudo o que eu precisava para sossegar minha alma e entender minha vida outra vez. Mas não posso.

A outra foto são duas, mas de um mesmo lugar e evento. Recebi um email da Naty, grande amiga sevilhana, parceira de incontáveis perrengues, momentos felizes e inesperados e surpresas e tudo que um intercâmbio reserva para pessoas legais (falo dela), com fotos da festa Brasil do Erasmus, que ela ajudou a organizar. Nela aparecem tantas pessoas que sinto uma saudade imensa e que não posso rever agora. Na verdade, nem sei quando vou rever. Agora dói demais o fato de ser cabeça dura e orgulhoso e não ter marcado minha viagem para um mísero dia depois do que havia planejado. Madrid não vale sete dias. Só faltou eu me convencer disso antes de fazer a burrada.

Daí olho para a foto e penso que poderia ter encerrado minha estada em Sevilla com chave de diamante banhado a ouro perolado, com todos os que gosto dançando comigo enquanto escutaria música brasileira e riria até explodir. Mas agora não tem mais volta, tanbém.

Estou lendo "A arte da guerra". Ele ensina a analisar toda a situação antes de tomar decisões. Mas para mim não precisava de tanto, bastava pensar um pouco ao invés de ser impulsivo ao extremo.

Moral: impulsivo=burro.

terça-feira, 2 de maio de 2006

Vazei o-ê!!!

Eis que finalmente fiz em 2006 o que deveria ter feito em 2004 (quando começou isso). Saí do Orkut.

Instrumento bizarro utilizado com fins militares pelo governo dos EUA, ajudado pela Turquia em troca de favores para dominação cultural e futebolística do país na região, o Orkut foi nomeado com o sobrenome de seu inventor para tirar a atenção dos críticos de seu principal objetivo. Poucos sabem que a CIA também monitorava minuciosamente os recados de todos os que considerava perigosos em potencial. Eu mesmo tive minha privacidade invadida, graças a idéias revolucionárias sobre os rumos da humanidade e pela suposta doutrinação na Ponte. Só porque disse - e afirmo - que ponteeletrica.blogspot.com é mais um passo para minha conquista do mundo e posterior coroação como presidente monárquico-ditador universal.

Não-oficialmente este é o motivo, mas com medo de represálias digo na versão para a imprensa que saí por estar aborrecido com besteiras, estressado com coisas idiotas e de saco cheio de perder tempo vendo perfis e deixando recadinhos e contando com a boa vontade do servidor deles para ver o que tinham escrito para mim. Apesar de saberem que prefiro receber emails.

Então este é o fim de uma era. Uma era de dores de cabeça, aporrinhações, brigas, curiosidades e surpresas desagradáveis e uma infinidade de coisas que me faziam mal. Foi sair do Orkut e já me sinto melhor, inclusive.

Talvez esta seja a fórmula mágica da felicidade: livrar-se de coisas idiotas, supérfluas e que chateiam sua vida. Surpreendente, não?

Passo a me dedicar com muito mais afinco aos meus verdadeiros prazeres e reais objetivos. Escrever, ler, escrever e escrever mais, até ficar sem as pontas dos dedos e ter que fazer cirurgia para reconstituição. Com os mesmos médicos que deram um jeito na cara do chinês atacado por um urso. Eles são bons. E devem custar pouco.
***
Não esqueci do meu top cinco músicas que cantaria. Com certeza vocês até vão pedir para que eu cante, dado meu enorme talento vocal. Vou escrever também sobre a crise Lula-Topeira (boliviana) com relação ao gás natural, e o que ele afeta em nossa vida. Nossa literalmente, porque até o Jessé é movido a gás e isso encarecerá sua locomoção. Mas hoje meu complemento postual (relativo a post, postagem; muito neologista, eu, né?) é um link tenebroso - contribuição da maninha Rê.

Quando você pensa que a humanidade está perdida, vem isso para comprovar seu pensamento e deixá-lo (la) com ainda menos esperanças... Aonde vamos parar, meu Deus?