sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasil 2x0 Espanha

Quarta passada rolou o São João catalão. Noite de festa, em que todos aproveitam o feriado do dia seguinte para passar horas na praia. Muitas, já que é o dia mais largo do ano - de sol, digo - e muita gente vai ficando até começarem as festividades.

Pauda para explicação científica: eixo de inclinação da Terra, rotação/translação, hemisfério norte... Busquem coisas sobre o tema se quiserem comprovar que existe realmente um dia mais largo no ano. Assim como o mais curto, se não me engano 25 de dezembro.

Voltando: que festividades? Quer dizer que em Barcelona rola quadrilha, bigodinho pintado, pula fogueira ia-iá, canjica e namorinho atrás da igreja (pra quem é caipira de verdade; não imagino ninguém de pegação atrás da Catedral do Niemeyer)?

Honestamente, um lugar onde se comemora o carnaval com uma fila enorme de gente com roupas típicas (também conhecidas como esquisitas) e dois carros de som disputando a atenção de gente sacudindo os braços na beira da rua não poderia ter muita vocação pra fazer uma festa de São João da boa. Nem mesmo da boa. O esquema de São João deles é fácil de explicar, ainda que impossível de entender: a galera se arruma, vai pra praia e leva (muito) álcool e fogos. Enche a cara, atira fogos em todas as direções - inclusive na sua - e volta pra casa bêbada.

As fogueiras, caso você encontre uma, são feitas com móveis usados. Música, só em quiosques específicos nas praias mais afastadas. Nas de Barceloneta, a mais próxima da galera, é só bebedeira-morteiro na cara, mesmo. Os grupos se fecham entre eles, não são de interagir com outras pessoas. A não ser que estejam bêbados, mas aí só conversam enquanto não sentam na areia ou enchem o saco do papo. O que tarda pouco, porque ele não costuma ser dos mais interessantes.

As horas passam, quem está no quiosque com música se sacode sem muitas pretensões, quem está sem som procura paquis pra comprar ainda mais cerveja (aqui é proibido beber na rua, daí quando a polícia chega eles escondem as latas, normalmente dentro dos bueiros - só pra constar), e quando você percebe que a festa é basicamente isso, caso esteja em condições de perceber alguma coisa, enjoa e vai pra casa. Fim.

Acho que o dia seguinte é feriado pra todo mundo curar a ressaca, porque nenhuma cidade funciona com 85% da população economicamente ativa sem agüentar claridade por mais de 5 minutos. Mas, pelo visto, caso fossem trabalhar os gringos também não teriam muitas histórias pra contar, de qualquer jeito.
***
A nota triste da noite ficou por conta de um acidente em Castelldefels, uma cidade cerca de Barcelona, em que 13 pessoas (se não me falha a memória) morreram e mais umas quantas ficaram feridas ao serem atropeladas por um trem a 140km/h. Acontece que essa gente estava cruzando a via da estação. À noite. Passando por trás do trem que estava parado na plataforma.

Sigo com minha teoria de que, se burrice fosse crime inafiançável, evitaríamos muitos problemas no mundo.
***
Voltando pra pátria amada, Brasil, essa é a segunda festa da qual não sentirei falta nenhuma. Assim como do carnaval, apesar de isso ser tão óbvio quanto o problema do Dunga com seres humanos. Brasil dois a zero na Espanha.

Se as duas se cruzarem nas oitavas, é melhor eles se cuidarem. Até porque, se minha torcida segue sendo pra Roja levantar o caneco, meu coração ainda é flamenguista, carioca e brasileiro. Acima de tudo, rubro-negro.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Parabéns per tothom

No aniversário do amigo, quem ganha o presente é... bem, ninguém. Em todo o caso, parabéns, sinhô Serpa-chefe-de-seção. Parabéns também Dioguinho, que tenho certeza absoluta que não lê a Ponte mas merece a homenagem de qualquer forma.

E nessa mistura de português com catalão, lembro que minha contagem regressiva acaba de chegar aos supimpas 64 dias.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dunga e a seleção dele

Desde bem antes da Copa, eu dizia que não gostava do Dunga nem da seleção que ele convocava. Avisei que estaria torcendo pra Espanha levar a taça, e mantenho (apesar de estar difícil; a verdade é que eles parecem sentir a pressão de um Mundial e do oba-oba que a imprensa faz por aqui, culminando no cada vez menos confiante - e confiável - slogan "podemos"). Admito que é impossível torcer contra o Brasil, e a cada jogo eu estou na frente de um telão, gritando e pulando e esperando algo mais do que tem sido feito em campo. O que não deve acontecer, pela falta de qualidade técnica do time.

Mas o que mais me surpreendeu até agora não foram as vitórias sofridas em cima da poderosa Coréia do Norte ou da organizada Costa do Marfim, nem mesmo a cara de peidei mas foi você do "treinador" na beira do campo. O que me surpreendeu foi a ignorância excessiva - até mesmo pros seus padrões - com os repórteres da coletiva pós-partida (escolhendo logo o Alex Escobar, repórter inteligente, competente e tranqüilo). Xingamentos que começaram ainda em campo, com um juiz que expulsou o Kaká (que não é assim, um santo) por um cotovelo suspeito (lembrando que ele levou amarelo, normal pra jogada; só que era o segundo) e validou o golaço do Luis Fabiano em jogada digna de Tande. O novo dupla do Henry na praia.

A gente sempre fala que nossa seleção tem 190 milhões de técnicos, que o time é patrimônio nacional. Assim como a imagem que construímos ao longo da história das Copas, com cinco títulos (o mais feio e indigno deles, não coincidentemente, com o Dunga em campo) e times que não ganharam mas encantaram (como o Brasil de 1982).

O Dunga simplesmente não está preparado para o cargo. Nunca esteve. Ganhar é fácil, até mesmo pra ele. Um, pelos jogadores que temos. Dois, porque ainda que não chame os melhores, o futebol mundial está nivelado por baixo, tão por baixo que daqui a pouco vamos começar a construir campos em estações de metrô abandonadas.

Ele não agüenta críticas, não suporta pressões, não admite ser contestado. Ainda que eu não confie 100% na imprensa (50%, talvez), ela é uma espécie de porta-voz da população. Quando pergunta algo, em teoria, está perguntando o que você, eu ou sua avó gostaríamos de saber.

Alguém que não admite ser contestado não pode ocupar o posto mais sujeito à críticas do país. O Lula pode cagar uma lei ou não dar aumento de salário a ninguém, mas se o Brasil perde pra Argentina ele vai ser nota de rodapé da página 15. E um argentino pulando na frente do Lúcio será capa. Erro de valores, sim. Mas não justifica uma pessoa estressadinha com alguém que fale algo que não gosta. Ou que tenha a audácia de balançar a cabeça.

Justificar as atitudes do Dunga é aceitar uma parte péssima do nosso povo. Concordar com os ataques de "masculinidade" dele é admitir que somos mulher de malandro, uma gente que gosta de apanhar. Que abaixa a cabeça pra qualquer imbecil considerado vitorioso no nosso país - inclusive pela mesma imprensa que ele agora bate, merecendo ou não. No caso dele, sinceramente, não.

É por essas e outras que sigo afirmando que a seleção é do Dunga, não minha. E que, ainda que vista a camisa e incentive o time até o último segundo, torço pela Espanha. Entre o sofrimento de uma nação e a consagração de brutamontes como Dunga ou Felipe Melo, fico com o sacrifício.

É isso ou transformar a animalidade em modelo para o país que eu amo. Enquanto a isso, não tem gol que me faça mudar de idéia.

domingo, 20 de junho de 2010

Auto-censura

Poucas coisas me irritam tanto quanto ter um filho do qual me orgulho e ser obrigado a deixá-lo trancado num quartinho escuro no quintal - o tal do "rascunhos", do blogger. Também não posso mandá-lo pra mãe, que talvez batesse com a porta na cara do pobre coitado e nem me avisasse da desnecessária rebeldia seletiva.

O jeito é me consolar com o fato de estar fazendo sol e ter jogo do Brasil daqui a algumas horas. Supondo que uma partida do time do Dunga seja capaz de animar alguém.

Aliás, falando em sol, vou voltar menos branco e mais em forma que da outra vez, quando desembarquei no Galeão parecendo um refugiado checheno.

E falando em auto-censura, eu me vi na obrigação de voltar a não divulgar meus planos, atuando nos bastidores e deixando no máximo a família mais próxima a par do que pretendo que aconteça na minha volta. Sim, estou assumindo que vou voltar. Ainda não foi dessa vez que vocês se viram livres de mim.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Toca aqui

Uma das minhas 148 tristezas nessa vida é não ter formação musical. Ainda há tempo pra aprender, eu sei. Mas começar aos 27 anos não é das coisas mais promissoras que podem passar a alguém. Além do mais, meu talento pra artes gráficas é risível - outra das minhas decepções. E não quero ficar só com essa coisa de embaralhar letrinhas.

Se eu tivesse escolhido de moleque, teria optado por estudos clássicos pra saber tocar desde meu violão (que sofre com minha oscilação entre períodos mais inspirados e épocas bizarras) a sax, bateria e baixo. Violino também, pra tirar onda de esnobe misterioso e ter cara de assassino naquelas festas chiques e chatas onde garçom serve canapé com gosto de ações da Vale.

Mas se começasse hoje, ficaria entre essas duas opções:

Oboé sempre foi um instrumento divertido, ao menos pra mim. O nome parece saído de música baiana, o som é meio anasalado e sempre tem mais vagas que candidatos no vestibular. Ou seja, eu poderia ser formado em oboé pela UFRJ sem estudar nada. Além do mais, quantos oboístas você conhece? Fora que é um instrumento surgido provavelmente na Mesopotâmia e com mais de 3000 anos. Dizem que Maria ninou Jesus com um oboé. Está em algum lugar na Bíblia, confere lá e me conta depois.


Theremin, que só poderia ter saído da cabeça de um russo. Patenteado em 1928, parece um receptor de TV a cabo e se toca sem encostar em nada - o thereminista, ou seja lá como se chama quem sabe mexer nessa geringonça, controla a freqüência com uma das mãos e o volume com a outra. Claro, você encontra desde um nerd fã de jogos eletrônicos até um louco pop ensinando como é que se faz ("coloque as duas mãozinhas pra frente, vai, vai, vai, vaaaai..."). Mas a graça seria usar o brinquedinho como o Jimmy Page, em algumas performances de Whole Lotta Love e No Quarter. Psicodelia, aí iria eu.

Bom, enquanto não posso entrar no maravilhoso mundo de formas, sonatas e crescendos, me contento com uma aula grátis de tuba:



Grátis, não. "São 60 dólares."

terça-feira, 15 de junho de 2010

Mudanças

Os últimos dias foram de longas conversas com pessoas fundamentais e cada vez mais presentes na minha vida. Assim vejo quem realmente importa - e se importa. Gente que (re)aparece na hora certa, que dedica tempo a escutar e falar quando mais preciso, e que não precisa perguntar nada ou ouvir um pedido de atenção.

Minha contagem regressiva bateu 71 dias, e se chocou contra a saudade crescente (ou decrescente, depende de que e a quem me refiro) de tantas coisas que voltam à cabeça. São oito anos de mudanças contínuas com forte tendência a dar espaço a coisas mais certas. Minha mãe disse que me vê mais maduro. Poucas vezes fiquei tão feliz com um elogio.

Nessa busca por mim mesmo e o que será daqui pra frente, pesquisando e vendo referências que me dêem base pra tomar decisões importantes, topei com um vídeo do Playing for Change. A música tem uma levada triste (blues, né?), mas a mensagem é tão bonita quanto verdadeira. Grandpa Elliott e os outros integrantes da banda/projeto são a prova de que mudanças, cedo ou tarde, chegam para todos.

As minhas não param de vir. Por mim, tudo bem.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

A nova colonização

Não faz muito tempo, a África estava dividida entre as potências imperialistas mundiais. Havia colônias francesas, inglesas e até portuguesas. Para repartirem petróleo, metais, pedras preciosas e outros recursos, repartiram também a região. Linhas pontilhadas num mapa-mundi delimitavam os novos países, sem a menor preocupação com tribos ou costumes locais. Daí as constantes guerras étnicas que seguem acontecendo. Antes de sair do Brasil, estava lendo esse livro. Quem se interessa pelo assunto deveria procurar por ele por aí. Ou aqui.

Não muito tempo antes, os países latino-americanos se independentizavam de muitas dessas nações. A colonização do outro lado do oceano começou mais cedo e, se não causou tantos problemas entre povos próximos, foi igualmente prejudicial em termos de desenvolvimento econômico e social. Não serve de desculpa para a nossa insistência em não evoluir, mas é um fato histórico incontestável.

Claro, como pessoas inteligentes, estudiosas, cultas e malandrinhas que são, vocês sabem de tudo isso. Mas foi só um repasso pro texto. Sobre um novo tipo de colonização que não vemos ou nos damos conta, mas vai se alastrando pelos mesmos lugares. Legalizada e, muitas vezes, idolatrada. O assunto?

Futebol.

Estão rolando as eleições pra presidente do Barça. Foram cinco debates durante essa semana, com a presença dos quatro candidatos se acusando mutuamente e fazendo promessas de dias (ainda) melhores para o clube. Eles realmente levam a sério o negócio, talvez incentivados pelo sucesso do agora predecessor Joan Laporta - o melhor presidente da história do clube, e que certamente se lançará na política catalã. Ou seja, o clube é uma espécie de trampolim para o poder local. O que não é pouco.

Vendo um dos debates, rolou a pergunta que gerou a postagem: qual seria a política para a masia (local onde se desenvolvem as divisões de base do clube, de onde saíram nomes como Xavi, Iniesta, Pedro, Busquets, Puyol, Piqué e Messi). Ao menos um dos candidatos (talvez todos, não me lembro) defendeu a idéia de levar as masias para "onde surgem os futuros craques, como América do Sul e África, e tê-los desde jovens, já que o futebol hoje é globalizado".

Sim, o futebol hoje em dia é globalizado - como tudo. A não ser que você faça compras em Friburgo, sua cueca (ou calcinha) tem tecido chinês e foi costurada no Vietnã. A preço de banana d'água e podre. Isso não é novidade. O que surpreende é a que ponto chegamos, defendendo a questão em campanha ao vivo na TV. Chegamos a um ponto onde o "próximo futuro craque" de oito anos tem contrato firmado com um time grande - ou não - do exterior, garantias de uma fabricante de material esportivo e passa a ter cada passo vigiado constantemente por um agente Fifa. Afinal, é um investimento e, como tal, deve ser preservado.

Isso gera, entre tantas outras coisas, a enxurrada de jogadores naturalizados jogando nas seleções de outros países, como Cacau ou o braso-japa que tentou matar o Drogba. Algo que fica ainda mais claro em época de Copa do Mundo. E, no embalo, vemos assuntos como xenofobia, identificação com o país de origem, fim das fronteiras futebolísticas ou uso de indivíduos decepcionados com a falta de chance em seu país pra ganhar um título qualquer e gerar patrocínio e riquezas pra federação responsável pelo esporte etc.

Se não desenhamos linhas num mapa, hoje determinamos traços igualmente imaginários que fincam ponto A e B; onde Fulaninho está e onde estará daqui a alguns anos, sem possibilidade de decidir o próprio futuro. Mudou de idéia, quer ser médico? Deveria ter pensado antes de deixar seu papai com primeiro grau incompleto assinar um termo de responsabilidade num contrato em inglês de quarenta páginas decidindo sua vida. Ok, a chance de Fulaninho querer ser médico em vez de jogador de futebol é mínima. Mas não deixa de ser alarmante que ele tenha seus próximos tantos anos de profissão definidos quando ainda mal tem noção da vida. Se existe a discussão sobre decidir a carreira aos 17 anos, época do vestibular, imagina não poder ser nada além de jogador de futebol aos 12. Tendo que treinar pra se aperfeiçoar, o que fatalmente fará com que a escola fique em décimo-oitavo plano.

Esse texto não é ingênuo ou romântico, esperando que os clubes estrangeiros sejam mais humanos ou que seja criada uma política de proteção às crianças e jovens dos países fornecedores de mão-de-obra habilidosa. É um desabafo, por ver que continuamos sendo um bando de ignorantes colonizados pelo primeiro-mundo. Se a maior riqueza de um país é o seu povo, estamos cada vez mais pobres.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A mil por hora

Vocês devem ter percebido que, depois de um tempinho - tá, vai, uns bons longos tempos - trafegando pela Ponte de vez em quando, fugindo dos momentos de trânsito pesado, voltei à ativa num ritmo de postagens frenético. Por quê?, talvez estejam pensando. Respondo, mesmo que não quisessem me perguntar nada.

Porque sim.

Também por querer colocar minhas milhares de idéias pra passear na Ponte, algumas como pré-teste.

Também por acreditar que, quanto mais escrevo, mais tenho vontade de escrever, e melhores ficam meus textos.

Também por buscar um algo mais que passa pela comprovação (ao menos interna) de que não sou tão mal com essa história de misturar letrinhas.

Também por muitas outras coisas que não importam. O importante é que voltei a mil por hora.

Tanto que não quis deixar passar o dia, e escrevi qualquer bobada antes de ver um filme e dormir.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Comida... de leões!

Depois de quatro anos, finalmente chegou outra Copa do Mundo. Pela primeira vez, num país que é logo ali - mesmo estando a 7.983,2 km de mim, agora. Ainda que sejam menos do que os 8.550,8 km que me separam do eu agora para mim, antes. Mas que seriam apenas 7.131,1 km de mim, antes, para o ali, agora.

Enfim, como essa vai ser uma semana corrida, decidi antecipar minhas (sempre duvidosas) apostas e deixar registrado o que acredito que deve passar. Mesmo sabendo que Murphy vai tentar me atrapalhar.



















Que isso, meu chapa, suas apostas estão beleza pura!

Pois vamos lá. A seleção do Dunga é uma bosta. Ele é tão treinador quanto Britney Spears é cantaora de flamenco. Assim como Maradona, mas esse ao menos foi craque e, num daqueles surtos psicóticos que costuma ter, pode acertar. A África do Sul foi escolher o Parreira pra substituir o Natalino, o que prova que não estão nem aí pro Mundial. Todos os times têm brasileiros, alguns melhores que muitos dos nossos - o que não é tão difícil.

Os grupos foram sorteados há muito tempo, não vou comentar porque todo mundo já sabe. Pulo pros prognósticos; o que importa é quem passa:

Grupo A: México e Uruguai. A África do Sul tem o Parreira, e a França só tem o Ribery. Henry deve ser dupla do Tande a partir de 23 de junho.
Grupo B: Argentina e Nigéria. Coréia do Sul não dá pro gasto, e o jogo da Grécia é esse.
Grupo C: Inglaterra e Estados Unidos. Eslovênia até poderia surpreender. Argélia, não.
Grupo D: Gana e Alemanha. Sérvia também poderia surpreender. Austrália, se fosse rugby.
Grupo E: Holanda e Camarões. E aposto no Japão, contra a Dinamarca.
Grupo F: fico com Paraguai e Itália nesse grupo de bosta. Mas é bom os fanfarrões se cuidarem, a Eslováquia pode surpreender. Nova Zelândia é o saco de pancada, mas que deve bater.
Grupo G: Costa do Marfim e Brasil - parelha com Portugal. Coréia do Norte só ataca se for com mísseis.
Grupo H: Espanha e Chile. Ponto final.

Seguem os cruzamentos e Paraguai, Itália, México, Nigéria e Estados Unidos ficam pelo caminho. Brasil cai se pegar a Espanha, mas passa pelo Chile (ou não). Gana, Uruguai e Alemanha também vão morrer na praia. Não lembro como são exatamente os cruzamentos, mas sei que apostava em Espanha, Inglaterra, Holanda e Argentina nas semis. Com a Espanha batendo a Inglaterra na final. Sim, confesso: vou com a Roja. Sou a favor de que vença quem tem o futebol mais bonito, ou o Flamengo.

Fica o registro. Se eu acertar, quero que se lembrem do meu lado Telê-Oswald de Souza-Nostradamus. Se errar, que pensem em como me antecipei às notícias de última hora, com craques sendo cortados, crises no elenco ou medinho. E pra que vocês esqueçam meu possível chute equivocado, podem ficar de presente com essa bela tabela interativa da Copa - a melhor que já vi nos meus 27 anos futebolísticos.

E, se isso não servir ou se vocês acharem que estou exagerando nas críticas à seleção do Dunga (minha, que não é!), que as palavras do mestre refresquem suas memórias.



Porque perder do jeito que nós perdemos...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quando você deve cortar o cabelo?

a) se levanta e, se não lavar a cabeça ou colocar um boné, não pode ir à rua;
b) até mesmo seus amigos dizem que você tem cara de maconheiro - mesmo sabendo que nunca pôs um cigarrinho do capeta na boca;
c) sente calor no pescoço num "calor" de 28 grau;
d) em todos os lugares onde sai, pelo menos um cretino pergunta se você tem cocaína ou "alguma coisa aí";
e) todas as respostas anteriores.

sábado, 5 de junho de 2010

Oito ou oitenta

Acabei de completar oito meses em Barna. Ao mesmo tempo, me dei conta de que faltam 80 dias pro meu curto vôo Barcelona-Roma-São Paulo-Rio de Janeiro. Começa a contagem regressiva. Mas, dessa vez, com algumas questões que me martelam o martelão:

Volta de vez? Tudo leva a crer que sim. Cansei dessa história de não-casa, não-família, não-trabalho fixo. Desde que mal me entendia por gente, já sabia o que queria ser e como gostaria que fosse minha vida. Falta realizar a segunda parte.

E se te chamarem pra outro lugar? Não gosto de pombos, mas esse sabe o que diz. Ainda assim, cada vez mais sinto que o Brasil é meu lugar. Onde vou fazer uma árvore, escrever um filho e plantar um livro. Seja pelos meus ideais ou pela vontade de fazer parte de um local específico, devo pedroalvarescabralizar, mesmo.

É por isso que você volta? Pelo visto, sim. Família está sempre ao seu lado (e eu, ao lado da minha), amigos de verdade estão presentes ainda que longe (é como busco estar). O resto, ou faz você mesmo ou fica sem. E eu não quero ficar sem.

O que vai ser da sua vida no Brasil? A verdade é que ainda não sei. Volto com minha família como única certeza (não reclamo; muito pelo contrário, amo ser parte de uma família como a minha). Sem emprego, apê ou qualquer outro tipo de segurança. Mas não faz mal, confio no meu taco e não vou demorar muito a ajeitar as coisas. Mas se alguém quiser me manter informado de algumas possibilidades...

Como assim? O quê?

Como assim, sem segurança, e manter você informado de algumas possibilidades? Ah, tá. É que volto com uma mão na frente e a outra atrás - puxando as malas e apoiando o mochilão. Sem grana. E com um mísero shortlist em campanhas integradas do Wave Festival 2010, o que não me faz diretor de criação da Almap. O apê de Copa está nas mãos da minha família gonçalense/curitibana. Etc etc etc. Por tudo isso e muitas outras coisas, informações são sempre bem-vindas.


Mudou alguma coisa? Muitas. Muito. Deixando de lado a parte que não diz respeito só a mim (e que, por isso, diz respeito só a mim), esse "ano sabático de mestrado" fez bastante pela minha cabeça. Até comecei a escrever o que mudou, mas apaguei. Sinceramente não importa. Se isso for verdade, vocês vão perceber. Pro bem ou pro mal.


Enquanto àquela história de confiança? Segue igual. Não dá pra mudar 100% em oito meses, né?

Mais alguma coisa? Sim, várias. Tinha outros pontos em mente quando comecei a escrever esse texto, mas esqueci. Isso é outra coisa que continua igual. Se me lembrar, escrevo uma "parte dois". Por hoje, chega.

Até porque, são 22h30 e preciso decidir o que vai ser do meu dia na noite em que só vão faltar 79 rotações pra minha volta (nada a ver com esse tipo de rotação, por favor).

Pensamento de sábado à tarde

A vingança é um prato que se come frio. E que não alimenta ninguém.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

São dois pra lá?

Época individualista, a que vivemos. A famosa frase de Descartes, "farinha pouca, meu pirão primeiro!", se faz mais atual que nunca. É certo que o ser humano nunca foi um poço de bondade, tampouco poderia adotar facilmente uma postura Gandhi xiita. Mas, vez por outra, seria legal tirar os olhos do próprio umbigo.

Tempos difíceis como esse costumam ser superados com a crença em alguém que você confie. Muito. Que comparta gostos, momentos, sentimentos. Uma pessoa que sirva de apoio - não muleta, mas suporte. Uma espécie de giro-visão humano, normalmente mais bonito e menos aparafusado à parede da sua casa.

Infelizmente, pode passar algo raro: como uma mitose sentimental, esses dois seres tão unidos se separam. Não necessariamente por vontade comum, mas por imposição da natureza do ser humano. A mesma que estabeleceu a época individualista em que vivemos, transformando esse em um período complicado e solitário. Hum...

Isso quer dizer que os organismos separados nunca mais se reencontrarão? Não. A natureza é sábia e, se for para se reconstruírem, cedo ou tarde acontecerá um encontro cósmico-celular com uma espécie de fagocitose canibal carinhosa; então, os dois que estavam mais pra lá do que pra cá serão novamente um único e indissociável ser. Infelizmente, as pessoas exercem poderosa influência no meio onde vivem. Não têm o monopólio das razões das catástrofes naturais, mas podem reivindicar boa parte da culpa do que passa ao seu habitat ao ignorar o que passa ao redor, ou esquecer de dar sinais de vida e da sua própria humanidade. Como se algo justificasse a indiferença diante de seus semelhantes e da natureza onde cresceram.

Ao formarem parte desse meio, as células citadas têm a mesma capacidade de influir em seu caminho outrora natural - seguindo rumos diferentes e, conseqüentemente, formando núcleos celulares distintos. Núcleos que podem se desenvolver eternamente sem voltar a ter contato. Daí surgem a seleção natural, a evolução de certas espécies barra extinção de outras e o Luciano Huck.

Por isso é cada vez mais complicado prever se o futuro de certas espécies será, ou não, um pra lá e nada pra cá.