domingo, 7 de fevereiro de 2010

Calçotada

(jo vullia escriure en català perquè aquest es un costum de Catalunya, però m'es igual; parlem el portuguès, doncs)

A primeira vez a gente nunca esquece. Ainda mais sendo num lugar legal, dia bonito, com alguém que você gosta, experimentando sensações diferentes. Hoje, um domingo de temperatura agradável como há muito não se via em Barna, fui à minha primeira calçotada.

Calçotada, pra quem não sabe (eu mesmo não sabia), é como churrasco. Substituindo picanha, coração e pão de alho com farofa e "molho acompanha" por calçot. Vulgo cebola.













Muito prazer, sou um calçot sendo preparado por um proletário pobre (redundância).

Sim, cebola. Mas não daquelas gordas que deixa gosto por três dias, ainda que você faça bochecho com água sanitária. É uma variedade cultivada aqui. Não sei se existe parecida no Brasil, pela foto alguém pode me dizer. Sei que o gosto é mais suave. E, junto com o molho específico para ela, fica buenísima.

Mas o dia não foi bom só por isso. A calçotada foi num parque em Begues (se diz "bêgas"), pueblo cerca de Barcelona, com um visual lindo desde a estrada até o local. Além dos calçots, teve carne e pão na brasa - tudo preparado numa churrasqueira coletiva gigante que soltava mais fumaça que o público num show do D2. Ou da Britney Spears, que os jovenzinhos de hoje não estão pra brincadeira.

Rolou futebol. Eu, que não jogava há tempos, babava com a oportunidade. Senti os efeitos da altitude de 2 mil e poucos metros (cadê a Fifa nessas horas?) e meu preparo físico cada vez mais duvidoso (falando da relação resistência aeróbica-idade, pois estou tão em forma que minha calça cai ao andar, estilo funkeiro), mas fui o grande artilheiro da partida de altíssimo nível disputada no Camp Vell - nome inventado agora pra soar mais imponente. Saí de campo ouvindo "com o brasileiro no time fica fácil, né?". Pátria de chuteiras, sim, e com muito orgulho!

Conheci muita gente interessante, até um neto bastardo do meu bisavô. Bom, talvez não ele. Mas vários outros catalães gente finíssima que fizeram com que me sentisse entre amigos. Conversamos, rimos e ganhei mais um sobrinho europeu, Paul, molequinho com menos de 2 anos que não chora quando cai, vai com todo mundo e faz carinho em cachorro espancando o focinho. Foram horas agradáveis, daquelas que dá pena quando sabe que estão chegando ao fim.

E assim levamos mais um domingão em família. Adotiva, mas família.

Um comentário:

Cá disse...

Que maneiro! Deve ser uma delícia isso aí... fiquei com água na boca. Sobre o futebol, era o mínimo que você, um exímio torcedor do hexacampeão, poderia fazer. rs.

Beijos! Te amo!