segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tempo vai, tempo vem...

...e as coisas vão acontecendo. Mudando, seguindo, deixando e se revelando. Passando, no sentido bilíngüe da palavra. Mas, depois de quatro meses e meio, o que eu poderia esperar?

Muita coisa. Começo a pensar em catalão, não apenas antes do castelhano mas antes mesmo do português. De vez em quando me pego ouvindo "cla" ou "altre vegada més, Alexandre?" dentro da minha sempre confusa cabeça. O que é bom, já que significa que aprendo rápido. E ruim, pois me dá uma língua mais pra errar. Como errar é humano, defequei pro fato.

Sinto minhas novas amizades cada vez mais minhas de verdade. Pessoas que gostam de mim e me têm como amigo, boa pessoa, ser diferente e interessante, qualquer coisa dessas que no fim das contas me agrada. Na minha segunda calçotada, domingo passado, infelizmente Alberto passou mal e foi embora mais cedo. Infelizmente mesmo, foi uma perda e tanto no dia. Mas fiquei com a galera, preparei calçots, conversei e ri e aprendi e fiz planos. Divertidíssimo. É muito bom você se sentir parte da vida de pessoas que gosta:














Ilde (esq), Alex, Alex e Carmelo, por exemplo.















Ou Alex (esq), Alex, Martí, Danae e (mão do) Carmelo, por outro exemplo.

Fazendo justiça às amizades, explico o porquê da minha felicidade com todos. Ilde é gente finíssima e me pôs como parte do bando. Alex de óculos me adotou desde que estive em Sevilla. Alex sem óculos, desde que cheguei - e por ser uma pessoa extremamente criativa (como muitos outros; não quero desmerecer ninguém), tem me ajudado muito no momento inspiradíssimo pelo qual tenho passado. Carmelo também me adotou desde que cheguei (assim como Neus, sua parella) e me tem uma amizade que dá gosto. Danae, namorada de Alex de óculos, não só me deu toda atenção do mundo desde que nos conhecemos como foi a primeira a me adotar como catalão - inclusive com "el kit del bon català" de amigo-oculto de Natal (inclusive, tirei ela). E Martí, além de me adotar como amigo de cara, foi a única testemunha do meu sofrimento (e êxtase) no último jogo do todo-poderoso, contra o Grêmio, televisionado e chorado mas com final feliz.

A descrição é grande, eu sei. Mas o carinho que tenho por eles, e outros que não estão nas fotos, é incomparavelmente maior. É a maior prova de que coisas maravilhosas podem vir em um curto espaço de tempo.

***
E o tempo vai levando coisas boas, deixando no lugar certa sensação de vazio e tristeza. O carnaval daqui é uma bosta. Juntando o fato de eu ser vidrado no do Brasil, tenho passado dias caídos. Escrotos, pra ser mais exato.

Mas, sinceramente, isso é o de menos. O pior é ver que todo um país (também conhecido como "pessoas que você gosta muito") te deixam em segundo plano nessa época. Defequei novamente - disse, acabou e pronto. Começo a entender como as coisas devem funcionar a partir de agora. Se ninguém é sincero comigo ou me tem como prioridade, farei o mesmo.

De repente isso me relaxa, tira o peso dos meus ombros e me permite tocar os projetos que tenho por aqui. Que são muitos. E não interessam a mais ninguém além de mim.

2 comentários:

caveira disse...

Pode parar, pode parar... como assim o "Alex me adotou"??? Vcs tão morando juntinhos, já trocaram anel de barbante???? ahahahaah....aqui em Portugal não rola essas viadagens não....ahahahaha

Cá disse...

Eu queria ver as fotos, aqui não estão abrindo!

Tô doida pra experimentar essa parada de calçotada...

E ei, peraí? Que história injusta é essa que o que vc quer não interessa a mais ninguém?

Beijos!