sábado, 5 de junho de 2010

Oito ou oitenta

Acabei de completar oito meses em Barna. Ao mesmo tempo, me dei conta de que faltam 80 dias pro meu curto vôo Barcelona-Roma-São Paulo-Rio de Janeiro. Começa a contagem regressiva. Mas, dessa vez, com algumas questões que me martelam o martelão:

Volta de vez? Tudo leva a crer que sim. Cansei dessa história de não-casa, não-família, não-trabalho fixo. Desde que mal me entendia por gente, já sabia o que queria ser e como gostaria que fosse minha vida. Falta realizar a segunda parte.

E se te chamarem pra outro lugar? Não gosto de pombos, mas esse sabe o que diz. Ainda assim, cada vez mais sinto que o Brasil é meu lugar. Onde vou fazer uma árvore, escrever um filho e plantar um livro. Seja pelos meus ideais ou pela vontade de fazer parte de um local específico, devo pedroalvarescabralizar, mesmo.

É por isso que você volta? Pelo visto, sim. Família está sempre ao seu lado (e eu, ao lado da minha), amigos de verdade estão presentes ainda que longe (é como busco estar). O resto, ou faz você mesmo ou fica sem. E eu não quero ficar sem.

O que vai ser da sua vida no Brasil? A verdade é que ainda não sei. Volto com minha família como única certeza (não reclamo; muito pelo contrário, amo ser parte de uma família como a minha). Sem emprego, apê ou qualquer outro tipo de segurança. Mas não faz mal, confio no meu taco e não vou demorar muito a ajeitar as coisas. Mas se alguém quiser me manter informado de algumas possibilidades...

Como assim? O quê?

Como assim, sem segurança, e manter você informado de algumas possibilidades? Ah, tá. É que volto com uma mão na frente e a outra atrás - puxando as malas e apoiando o mochilão. Sem grana. E com um mísero shortlist em campanhas integradas do Wave Festival 2010, o que não me faz diretor de criação da Almap. O apê de Copa está nas mãos da minha família gonçalense/curitibana. Etc etc etc. Por tudo isso e muitas outras coisas, informações são sempre bem-vindas.


Mudou alguma coisa? Muitas. Muito. Deixando de lado a parte que não diz respeito só a mim (e que, por isso, diz respeito só a mim), esse "ano sabático de mestrado" fez bastante pela minha cabeça. Até comecei a escrever o que mudou, mas apaguei. Sinceramente não importa. Se isso for verdade, vocês vão perceber. Pro bem ou pro mal.


Enquanto àquela história de confiança? Segue igual. Não dá pra mudar 100% em oito meses, né?

Mais alguma coisa? Sim, várias. Tinha outros pontos em mente quando comecei a escrever esse texto, mas esqueci. Isso é outra coisa que continua igual. Se me lembrar, escrevo uma "parte dois". Por hoje, chega.

Até porque, são 22h30 e preciso decidir o que vai ser do meu dia na noite em que só vão faltar 79 rotações pra minha volta (nada a ver com esse tipo de rotação, por favor).

Um comentário:

Jullia A. disse...

em dois dias completo 5 meses. Depois tenho mais sete. Minhas respostas sao diferentes, mAs as perguntas sao as mesmas.