sábado, 3 de novembro de 2007

Ão, ão, ão...

Bem, amigos da Ponte Elétrica, estamos aqui imaginando a grande final da Copa do Mundo de 2014, a Copa do Brasil! E não é aquela que até o Fluminense ganha e o Vasco é vice, mas a de seleções. E não dá para imaginar uma competição com final no Maracanã sem a presença dele, o ídolo, o xodó, o mais aclamado pelas arquibancadas: Obina.

Pelas pressões que o técnico da seleção brasileira sofre, graças a contínua falta de pontaria dos atacantes escolhidos, ele é obrigado a abrir uma concessão e agradar aos mais de 200 milhões de técnicos que exigem a convocação do artilheiro do Campeonato Brasileiro. Obina é chamado às pressas e chega já recebendo a camisa 11.

Marca ao menos um gol por partida, mas na semi-final perde um pênalti que quase custa a classificação para a sonhada revanche contra um revigorado Uruguai. A síndrome do Maracanazo atinge a todos. Milhões de litros de cerveja são vendidos, o ouro líquido se esvai das prateleiras. Seja para comemorar ou esquecer uma possível derrota. E a esperança brasileira que depositavam no Obinão não é mais a mesma. O que fazer?

Em Salvador, macumba. Em Curitiba, choro emo. Em São Paulo, negócios. Em Rio Branco, tentativas de fazer chegar a luz elétrica. No Rio, pressão. Um corredor humano gigante se forma desde a concentração da seleção, em Jacarepaguá (novo centro econômico-social da cidade) até o estádio Mario Filho. Crianças gritam, mulheres choram, homens berram. Todos querem a vitória. É ela ou a cabeça de todos.

Começa o jogo, passa o jogo, vai acabar o jogo. Chance de ambos os lados, equipes nervosas, dois jogadores expulsos para cada lado, juiz pressionado errando sistematicamente, bandeirinhas com medo de olhar para trás, Joel Santana rouco à beira do gramado. Ninguém sabe mais o que fazer e já se conforma com os pênaltis.

É aí que Juan resolve se arriscar ao ataque. Passa do meio-campo e, vendo o relógio holográfico projetado na cobertura do estádio marcando 44:22, chuta a bola desesperadamente para a área, fazendo um centro de 33 metros. A zaga uruguaia se tenta afastar, mas a bola sobe. Como em filme brasileiro (agora premiado com Oscar todos os anos, junto com os chineses), todos vêem a bola cair em câmera lenta, quicar e subir outra vez, na altura da cabeça do atacante brasileiro mais bem posicionado na área. Obina. Que arma uma bicicleta perfeita, acerta um petardo e coloca a bola no ângulo direito de Izquierdo. Ela ainda bate caprichosamente no travessão, em cima da linha e morre no fundo das redes.

Os uruguaios correm para cima do juiz, pedindo pé alto. Obina corre para a torcida, que não se aguenta e invade o gramado do Maracanã. O Maracanazo é nosso, agora.

Com a confusão formada, os adversários correm para o vestiário, alegando falta de segurança. O trio de arbitragem faz o mesmo, e o árbitro anota a invasão na súmula. A Fifa age rápido, e pune o Brasil pela falta de segurança e organização, além do comportamento inaceitável da torcida.

E o Uruguai é tri com um gol do Obina.

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