segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tudo in Rio

O brasileiro padrão tem opinião formada e embasada sobre qualquer assunto, peçam ou não sua opinião. Política, religião, futebol, combate ao crime, alimentação, fim do mundo, guerra entre israelenses e palestinos, pelota basca. Com música, não poderia ser diferente.

Vai-se o Rock in Rio, ficam as polêmicas. Claudia Leitte sendo vaiada, Claudia Leitte comparando roqueiros a Hitler, Ke$ha fingindo beber sangue e uma discussão que já está chata: por que Rock in Rio, se não é mais rock?

Qué co digo? O Rock in Rio é uma marca. Por isso já saiu do Rio, já teve Carlinhos Brown levando garrafada e deve vender abadá e ingressos para a Arena Rodeio, em 2013. O Medina é empresário, não roqueiro. Ele quer lucro, não sorrisos dos fãs de guitarras, baixos e deus metal. E, convenhamos, se você diz que faria diferente é sinal de que jamais será empresário - de sucesso, pelo menos. Justamente por saber o que vai vender mais é que ele organiza um festival desse tamanho enquanto você lê meu texto matando tempo no trabalho, ou cabulando o estudo em casa.

Cada vez que penso nisso, me lembro do Miles Davis falando sobre música popular numa entrevista: "you take out what you want and leave what you don't like... you know, like food". Não existe música boa ou ruim; isso depende do gosto, do meio em que a pessoa vive e vários outros fatores. Todos, experiências pessoais. Meu avô era do subúrbio e curtia jazz, tenho amigos de Barra e Jacarepaguá que adoram pagode, galerinha de Zona Sul se amarra no Castelão. E aí, quem está certo?


Whatever, I'm cool.

Digo isso também como autocrítica. Ainda me pego chutando Justin Bieber e JQuest. Mas o meu objetivo a médio prazo, além de dar a volta ao mundo e reflorestar meu quarto, é aprender a escolher o que quero e deixar de lado o que não gosto. Como beterraba, por exemplo.

Não custa nada você fazer o mesmo.

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E pra não dizer que falei do teclado pra fora, um pouco de música diferente pra animar seu dia:


Presta atenção aí, vamo lá!

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