quinta-feira, 30 de novembro de 2006

"Eu acho que eu vi um gatinho"

2006 tem sido um ano maravilhoso para mim. Conhecer vários lugares no mundo, trabalhar, freelar, criar coisas importantes, estar para me formar, fazer grandes amizades para toda a vida, ganhar prêmios, ver Alan alcançar o que quer, Carol também, fortalecer meus laços com os dois e meus pais e todos, planejar minhas mudanças. Não necessariamente nessa ordem. Agradeço a Deus por tudo, e a todos por terem me ajudado a viver momentos tão bons. Mas sempre tem um "porém"...

Só que, dessa vez, o "porém" é positivo. Na verdade, ele é a prova que o mundo dá voltas, que vale a pena esperar e de todos outros clichês estilo auto-ajuda. Mais que tudo: esse "porém" é um sonho se tornar realidade.

Falo isso já ficando com lágrimas nos olhos de novo, e não tenho vergonha de admitir. Nunca vou ter. Porque só quem me acompanha desde o início sabe o que passei, o quanto lutei, o que superei, como acreditei. E mesmo todas essas pessoas nunca vão conseguir entender totalmente o que é para mim chegar aonde estou agora. Ou estarei, espero.

Explicar em detalhes todo o processo demoraria demais. Posso resumir dizendo que participei do CCRJ com Mari, entramos no shortlist e o sorteio foi ontem, 29/11. E adivinhem onde eu caí - sorteado por mim mesmo?


Quem disse que gato preto não é sinal de sorte?

Sim, meu sonho desde a pré-adolescência. Meu primeiro incentivador para cursar publicidade. Minha agência-utopia. Minha DPZ.

Duailibi, Petit e Zaragoza (ainda) não me conhecem. Sei que eles têm noção do valor da sigla
para o mercado; mas não do valor sentimental para mim. Meter a mão no saco transparente do sorteio, com um monte de papéis dobrados dentro, sacar o papel de lá, mexer nele sem olhar, abrir, e ler pequenininhas, centralizadas, em preto no fundo branco, D, P e Z, foi uma sensação indescritível.

Não sei o que dizer até agora. Porque essas três letras - DPZ - são meus doze para treze anos indo ao dermatologista lá no Fórum de Ipanema e vendo que um andar inteiro era ocupado por eles. São minhas propagandas escritas aos treze, refazendo o que achava ruim na TV, para um dia apresentar a eles. São meus (poucos, mas funcionais) estudos para entrar em uma universidade pública. São meus esforços para me sair bem nas matérias. Minhas noites viradas fazendo direção arte de propagandas, por não ter ninguém para fazer por mim. Meu dinheiro gasto com portifólio. Meus "legal, você é criativo, mas agora não tem vaga aqui, foi mal". Minha canseira na Internet discada, viajando no site dessas três letras, sonhando um dia entrar no Fórum de Ipanema e ir até o décimo-quarto andar e escrever textos que fossem veiculados e vendessem e deixassem o cliente feliz e ganhassem prêmios.
D, P e Z me fazem pensar só nela, sem parar. D, P e Z são todas as dificuldades que enfrentei e toda a superação que consegui. D, P e Z são minha vida de publicitário desde quando ainda não era um.

Sei das dificuldades que eles passam, das demissões, da centralização da criação em São Paulo e de todas as possibilidades na relação eu+DPZ - que vão de ser contratado a nem abrirem vaga para mim. Não me iludo, nem acho que tudo são rosas. Mas isso não me importa, também.

Porque minha vitória não é só se virar diretor de criação ou sócio da DPZ - por mais que eu goste da idéia. Minha vitória é olhar para a minha vida e ver que, depois de tudo, cheguei à sala da Staff, com o Paulo Castro sorteando agências entre uma parte do futuro do mercado, e com o meu nome - o meu! - ligado à DPZ.

Por isso, nunca desistam dos seus sonhos. Tenham sempre na cabeça uma famosa propaganda (sou publicitário, afinal de contas!) que, cada vez mais, norteia minha vida. Não importa o que aconteça...

Keep walking.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara.. tu vai pra DPZ ?
Não entendi muito bem o texto.. mas de qq forma se vc está feliz é isso qu eimporta.. e se vc está feliz temos que comemorar...

HEhehehe
Tomara que vc entre para a DPZ sim.. para vc poder comprar logo seu porche carreira....

Abs irmão !