segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Desgraçados!

Essa crise do governo está acabando com meu planejamento. Agora quero que o Palocci se safe, porque senão o euro vai subir ainda mais. Agora ele está em 3,05. Alguém conhece gringos dispostos a se livrar daquelas notas de Banco Imobiliário que custam três vezes a nossa?

Fui à loja da Varig do Centro, e descobri que para imprimir uma simples passagem preciso pegar uma fila de dezessete quilômetros, ou marcar para dois meses após chegar onde deveria estar - tendo ido com a passagem que eles têm que imprimir.

Isso se eu for a partir da hora do almoço, porque se for pela parte da manhã não há ninguém para ficar na minha frente. O que comprova minha tese de que é a fila que move o Brasil. E por isso ele anda a passos tão lentos.

Sábado ganhei Ecce Homo, obra-prima de Nietzche (certa, a escrita?). Nele o pensador explica, entre outras coisas, porque é tão sábio. Não tô brincando, esse é o primeiro capítulo. Fico imaginando os outros:

2) Porque sou venerado;
3) Porque as mulheres me perseguem;
4) Como me tornei campeão intergaláctico de bocha com porcos acinzentados mancos de rapina;
5) Como Deus pede minha opinião.

Apesar de sua modéstia nível -194, realmente sou obrigado a admitir que o livro é interessantíssimo, e ele era realmente sábio. Além do mais, não dá para discutir com alguém que influenciou boa parte dos pensadores realmente importantes, não gente tipo Paulo Coelho.

Aliás, isso só comprova que sua obra é perene - repito porque é uma palavra bonita -, perene. Ser lido por milhões de pessoas é bom, mas não quer dizer nada. Milhões votaram no Bush, milhões seguiram Hitler, milhões são vascaínos. O nível de boçalidade anda muit alto para sucesso ser medido por tiragens de livros.

Como vou viver até os 115 anos, verei toda a sua "obra" ser esquecida e usada como combustível para as lareiras nos países mais ricos (e frios) e como papel higiênico nos países mais pobres (e quentes).

Aliás, isso me remete a outra coisa. Vocês já devem ter percebido a relação entre países ricos e frios e quentes e pobres. O que comprova que o inferno existe, sim. Mas não no plano espiritual ou metafísico.

Assim, quando quiserem mandar alguém para o inferno, basta comprar uma passagem só de ida para Congo ou Iraque.

E antes de ir embora, prometo que escreverei mais, pelo menos, dois contos para entreter vocês e deixá-los com ainda mais saudades de mim e meu incomparável talento literário. Talvez comparável à capacidade do Zagallo de escalar equipes - quem leu o Globo da semana passada entende o que digo. Mas, de qualquer forma, estejam atentos. É imperdível como um desfile de modelos de marrecos-de-Burundi com crise intestinal.

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