sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Ecce homo

Sim, este é o título do livro do Nietzsche. Não, não vou falar sobre ele. Acontece que ele tem me inspirado, e feito com que eu pense sobre como me tornei o que sou.

Para início de conversa, acho isso uma furada. A gente se torna o que é a cada instante. Não sou definitivo, não nasci assim nem pretendo ser desse jeito o resto da vida. No momento, sou o que acho certo, o que é melhor para mim e o que não consegui mudar ainda.

Mas vamos ao que sou. Além de um rapaz latino-americano com muito pouco dinheiro no banco, sou pouco ligado ao mundo financeiro. Reais, dólares, euros, nada disso fez muito minha cabeça como fim. Como meio, sempre. Preciso dele para chegar aonde quero, aos meus objetivos. Que não são poucos. Caso estejam curiosos, explico. Quem não estiver, lê outros posts. Ou espera o próximo, já que esse é só sobre minha humilde pessoa.

Sempre fui ligado aos problemas do homem, das injustiças, da terra. Ver desigualdades, roubos e afins me tira do sério desde pequeno, e não poder fazer o que gostaria mais ainda. A pior sensação é a de impotência. O que tem acontecido muito. Isso porque sempre sonhei alto, sempre tive grandes esperanças. Tanto de fazer a diferença quanto de ajudar quem pode fazer a conseguir.

Sou um cara cheio de defeitos. Basicamente com coisas que podem me matar. Vingança, raiva e rancor ficam guardados do lado direito do peito. Curto correr riscos que normalmente são desnecessários. Ainda espero o dia que vou precisar matar alguém mau (não sei porque, mas acho que um dia vou precisar). Nada disso é muito saudável, mas também faz parte de mim.

Humor salva tudo, ou quase. Mesmo quando fico para baixo por muito tempo, escondo com sorriso. Primeiro porque ninguém precisa ficar mal com as minhas coisas, segundo porque não interessa aos outros como me sinto. Não sei se sou tão engraçado quanto penso, mas pelo menos me divirto comigo mesmo. Odeio perder piada, adoro quem ri comigo - mesmo de coisas ruins.

Isso vem da criação e dos genes. Ontem e hoje reparava nos meus pais e no meu irmão, e percebi que herdei um pouco de cada (menos do Alan, claro; mas com ele também aprendo). Honestidade, humor, respeito, responsabilidade e mesmo rancor e raiva. Muito vem deles, boa parte de como a vida me moldou e boa parte do que já era antes (coisa de espírita, se não acredita o problema é seu). Mas fico feliz com o resultado temporário de ser assim.

Blá blá blá. Poderia falar muito mais, só que o post ficaria enorme. Falei sobre mim para que vocês pensassem um pouco sobre como vocês são, se estão satisfeitos, o que poderia mudar. É sempre bom fazer uma reflexão, uma auto-avaliação, e conseguir dar mais uns passinhos para evoluir. Afinal, você acha que está aqui para quê? Ler a Ponte?

Resposta: sim, mas não só isso.

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