quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Que nem criança

Vamos começar pelo final, já que o que li hoje de manhã me agradou muito. Mengão está cada vez mais longe da segundona depois de meter três no Fortaleza. Sei que isso não é digno de Flamengo, mas muito pior seria ver 35 milhões de pessoas chorando uma queda incompatível com a história do único time pentacampeão brasileiro, campeão da Libertadores e do Mundial e com um dos maiores craques que o mundo já viu. Zico, obviamente.

E para ficar ainda mais feliz, o Vasco caiu de quatro com três do animal chulé e o Uruguai não vai à Copa. Se a Argentina fosse desclassificada, por qualquer motivo, minha alegria esportiva seria transcedental neste início de quinta-feira.

Agora, sim. Por que "que nem criança?", vocês devem se perguntar. Ou não, caso não questionem as coisas. Digo agora.

Que nem criança porque saí de casa pela manhã com neblina digna de Londres (apesar de eu não conhecer Londres), o que fazia todo o meu caminho até o Instituto de Idiomas parecer um daqueles filmes com histórias mágicas, monstros com máscaras de borracha e suspense pipoca de Sessão da Tarde. Imaginei várias coisas. Muito divertido para minha mente louca.

Que nem criança porque pude, enfim, brincar como deve - ou deveria - brincar toda criança que viva em lugares frios. Fingi que era uma locomotiva. Sim, porque aqui, a qualquer hora do dia, se você soprar pela boca (ou mesmo respirar pelo nariz, dependendo da temperatura), sai fumaça. Daí você imprime um ritmo constante à sua marcha, faz um barilho inaudível para os outros, para que ninguém te interne, e pronto!, vira uma locomotiva. Mas é claro que não puxo ninguém.

Que nem criança porque está confirmado o Cirque du Solèil para Sevilla em janeiro. Inclusive, já começaram as vendas de ingressos. Isso é imperdível, é espetáculo novo e tudo o mais. Vou comprar pipoca e algodão-doce no dia.

Que nem criança porque ontem à noite uns amigos belgas e franceses foram jantar lá em casa, a comida mexicana que disse que estou aprendendo a fazer e prometi a vocês do Brasil. Mas dessa vez mal cozinhei, era a galera da faculdade do Elias e ele queria fazer a parada toda. Fora eu ter chegado no final do preparo. Mas o lance é que Mathias, meu amigo de lá, quer ir ao Brasil. E prometi levá-lo ao Maraca ver o Mengão jogar. Senti aquele friozinho na barriga e tudo, coisa de garoto. Mas muito emocionante.

Que nem garoto porque fiquei tristão de não conseguir falar com o Fiote, assim como não tinha conseguido falar com o Manu. Chato isso. Telefone bobo feio e cara de mamão.

Que nem criança porque não consigo parar de falar. Escrever, no caso. Mas agora chega, e amanhã tem mais. Beijinhos na testa, abraço de urso e fiquem com Papai do Céu.

"Cante

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