terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Bad, bad Google

No Gmail for me. Assim sendo, sei muito menos de vocês hoje. Isso caso alguém tenha me mandado email.

Meu irmão está indo bem, obrigado. O que me deixa deveras feliz e orgulhoso.

Pelas minhas contas mais pessimistas, não vou ganhar dinheiro para fazer tudo o que gostaria. Ou seja, se torna anda mais obrigatório vender coisas minhas sem utilidades no Brasil, como máquina, teclado e afins. Interessados falar com Alan.

O euro continua subindo, o que me deixa razoavelmente irritado. Com vontade de matar alguém.

Poderia matar a menina italiana que trabalha comigo, e consegue a façanha de me tirar do sério. Vejam bem, eu. Alexandre. Me tirar do sério. Se fosse só com os outros, tudo bem. Mas além de tirar absolutamente todos os outros do sério, inclusive um francês gente fina que ri até de batida de avião, ela me tira do sério. I wanna see dead people.

Minha memória está quebrando todos os recordes. Negativos. Esqueci de avisar ao chefe que o encarregado do bar tinha pedido para trabalhar ontem de 17h até fechar. Esqueci do trabalho de grupo, acordei e não sabia para quê, voltei a acordar faltando 40 minutos para chegar na minha faculdade, sendo que levo uma hora. Esqueci que tinha que ir ao Correio, e quando fui esqueci de ver qual era e fui ao errado. Esqueci de lavar as meias, esqueci de fazer compras, esqueci de passar os arquivos da máquina para um CD. Esqueci, esqueci, esqueci. E esqueci também. Deixo até registrado, já, que quero ser cremado. Primeiro, antes que eu esqueça de avisar. Segundo, porque ia esquecer de dizer o que quero na lápide, e iam colocar qualquer coisa. E antes que me esqueça, quero ser cremado só depois de morrer, tá?
***
Agora uma coisa inesquecível - até e, principalmente, para mim. O motivo de eu ter que ir ao Correio era um aviso de carta para mim, vinda do Brasil, enviada pela minha mãe. Hoje, depois de fazer uma peregrinação, consegui achar o troço. Mas valeu a pena.

A mulher procurava um grande embrulho, e era um "simples" envelope. Mas dentro dele havia um cartão de Natal. E dentro do cartão de Natal, assinaturas e recados de toda a minha família. Mãe, pai, irmão, avó, primo, primo-filho, prima, tia-madrinha, tio-padrinho, tia, tio, tia. E abri dentro do ônibus, o que deve ter dado, mais uma vez, aquele ar ridículo de "que cara de choro, que que esse cara tem? Tem até barba na cara e tá assim...". Em espanhol, claro, mas aqui escrevo em português.

É meu primeiro final de ano longe de casa, longe da família, longe da Carol, coisa que eu pensava que nunca ia acontecer. Mas aconteceu. E digo com sinceridade que, se não estivesse ao lado de gente que gosto tanto aqui, não sei como passaria por agora. Para quem está acostumado a estar ao lado da família, a ser um cara família, esses milhares de quilômetros soam como descaso, até. Mas não é por mal, é por necessidade. Só porque eu quero - e vou - ser alguém na vida, e isso inclui alguns sacrifícios.

Até porque, a distância cria saudade mas não mata o sentimento.

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